Aleera

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P.O.V. Phoebe.

De repente, a mulher mudou de forma, o cabelo cresceu e mudou de cor. Do preto aquele channel futurista para um longo e cheio de cachos num lindo tom de ruivo. Os olhos dela ficaram num estranho tom de ruivo, os dentes viraram presas.

-Parece que você não perdeu o seu toque Belthazor, apesar de algumas fontes terem me dito que você ficou mole.

Meu Deus! Esse monstro está com a minha filha no colo.

-Eu realmente não entendo o que todos veem em você. Menos ainda nessa coisinha.

Disse segurando a Una com as mãos sob os bracinhos fazendo ela olhar nos seus olhos.

-É uma coisinha feia que só sabe expelir gosma fedida por todos os buracos.

-Fique longa da minha filha, sua coisa feia! Abominação!

A mulher deu uma risada esganiçada de bruxa. Horrível medonha. Mas, de repente apareceram as luzes azuis. Aqueles rodamoinhos de luzes azuis. O espelho atrás de Aleera começou a rachar e rachou formando um Ourobouros, uma serpente comendo a própria cauda.

Aleera começou a envelhecer, dava para ver a energia sendo sugada. Una estava sugando alguma coisa de dentro daquele demônio. E ela sugou até a ruiva não passar de uma pilha de ossos, até os ossos viraram poeira. E Una virou criança.

P.O.V. Cole.

Não pode ser. Eu já vivi muitas vidas, já vi muitas coisas. Mas, a única entidade que teria a capacidade de absorver o Poder de outro ser sobrenatural, seja da luz ou da escuridão deste jeito foi trancada a muito tempo. A Luz e a Escuridão fizeram um voto de manter esta entidade, este Poder imensurável, incontrolável trancado á sete chaves. Porém, antes da antiga Fonte ser destronada, ela tirou a caixa de dentro do cofre e usou. 

Creio que isso permitiu que a entidade escapasse e tomasse o corpo de Una.

-Vamos lá querida, vamos arrumar uma roupinha pra você.

Disse a Phoebe e estava na cara que ela estava apavorada.

P.O.V. Phoebe.

Ver a Una matar aquela criatura e reduzi-la a nada, á poeira foi apavorante. Quase tanto quanto vê-la crescer sete anos em menos de dez minutos.

Ela já sabe caminhar e subiu a escada. Dei banho nela e arrumei uma camisola minha de quando eu era criança.

-Vamos ter que te comprar roupas novas. Querida, porque você matou a babá? Isso é errado.

-Eu estava com fome. Eu não a matei, eu a absorvi. Seu conhecimento, seu Poder. Isso me fez crescer.

Meu Deus!

-Querida, roubar os Poderes dos outros não importa de que lado eles sejam é errado. Você entende? Como se sentiria, se alguém roubasse os seus dons? Tudo que torna única e especial?

-Mau.

-É. Por isso não pode roubar os dons dos outros.

Expliquei enquanto penteava o cabelo dela, eu sequei no secador.

Quando Una roubou os Poderes da mulher, o cabelo dela mudou de cor do castanho para o ruivo.

-Agora que eu sou grande, você vai me ensinar a fazer feitiços de verdade?

-Posso tentar, mas existem regras. Você não pode usar a magia para ganho pessoal ou vai sair pela culatra, pode perder os seus poderes. Eu sei porque por um tempo eu perdi os meus.

Respirei fundo. E falei:

P.O.V. Una.

Eu ouvi a minha mãe falar:

-Sabe, me levou muito tempo para perceber isso, mas quando somos crianças nos ensinam a diferença entre um herói e um vilão. Bem e mau. Alguém que pode ser salvo e uma causa perdida, mas no fim a única verdadeira diferença é só quem está contando a história. Eu passei muito tempo com pessoas sobrenaturais que nunca estiveram confortáveis com quem elas eram, o que podiam fazer. Precisa decidir que tipo de pessoa você vai querer ser quando crescer minha filha porque... essa pessoa para o bem ou para o mal, vai mudar o mundo. Precisa saber que ninguém é de todo bom, ninguém é de todo mau, mas somos todos diferentes, gostando ou não. Qualquer um de nós pode pirar, cometer um erro e tornar-se o vilão da história de outra pessoa. Por isso existem as regras.

Ela olhou bem no fundo dos meus olhos e disse:

-Regra número 1: Não usar a magia para ganho pessoal.

-Regra número 2: Ninguém fora do nosso mundo, nenhum humano pode saber quem nós realmente somos e o que podemos fazer. 

Mamãe respirou fundo de novo e falou:

-Quando nos abrimos para estranhos arriscamos expor os nossos segredos. E humanos são seres complicados, mas basicamente o que eles não compreendem, eles temem e o que eles temem, eles tentam destruir.

-Mas, o tio Henry sabe e o Doutor Macnamara.

-Sim, mas eles são a exceção.  Manter o nosso segredo nos permite proteger os inocentes. Você entende?

-Entendo.

Infelizmente, as coisas não saíram como planejado. Nem de longe.

P.O.V. Phoebe.

Fomos dormir e alguém a levou. Meu Deus, alguém a levou! 

A Charmed FamilyOnde histórias criam vida. Descubra agora