A Charmed Family

Faculdade e desconfianças

P.O.V. Matty.

Este ser, seja o que for é invisível ás câmeras de vigilância, então a maioria dos recursos que temos é inútil.

-É errado que eu queira estudá-la? Imaginem, uma entidade não humana! A primeira forma de vida talvez possivelmente alienígena que encontramos e agora ela sumiu.

A Doutora Carlton está tendo um faniquito por causa da mulher invisível. Ela se mostrou para nós, pouco antes de nos atacar.

-Ela nos atacou.

-Sinto muito diretora Webber, mas ela veio em paz atrás do livro. Nós a atacamos primeiro e isso possivelmente destruiu qualquer chance de estudá-la de tê-la do nosso lado!

Mas porque ela iria querer o livro preto?

-A pergunta é, porque ela iria querer um livro de oitocentos anos que não tem nada escrito? O que há de tão especial nele?

-Talvez haja algo escrito. Algo que não possamos ver.

Odeio ter que admitir isso, mas fazia um pouco de sentido um livro escrito com tinta invisível por uma mulher invisível. Coloquei todas as equipes atrás dela, encontrar aquela coisa seja o que for é a minha prioridade número um.

Só Deus sabe onde está e o que está fazendo.

P.O.V. Una.

A Universidade da Califórnia, em Los Angeles. A UCLA Fundada em 1919, é um prédio histórico parece um mini castelo. Respirei fundo e entrei. Eu já tinha escolhido o curso, mas preciso das eletivas. Então, escolhi latim que eu já sou craque. Civilizações Clássicas já que adoro Grécia e Roma Antiga e para fechar com chave de ouro, Escrita Profissional.

Recebi o meu horário e parti para a minha primeira aula Mitologia Asteca.

E o professor começou a falar sobre como na cultura Asteca só havia o mundo dos mortos equivalente ao Inferno cristão e como os Astecas acreditavam em fazer sacrifícios humanos para apaziguar os Deuses.

Então finalmente, aula sobre feitiços, encantamentos.

-Feitiço. Em inglês a palavra é Spell que literalmente significa soletrar. Então é a crença de que as palavras tem Poder. Por exemplo aqui temos um exemplo de um encantamento real encontrado na tumba de Tutankamon. Uma maldição para proteger o faraó e assustar invasores.

Ele estava mostrando no Slide Show. E a maioria daqueles feitiços nunca ia funcionar, primeiro porque eles não rimam e segundo porque estavam escritos todos ao contrário.

Mas, anotei mesmo assim. Depois eu faço as modificações adequadas e vejo se funciona.

-Então, algum feitiço favorito?

A mina do meu lado levantou a mão e falou a que havia gostado da maldição.

-O feitiço da múmia do faraó.

Não consegui segurar, eu só falei.

-Não é um feitiço. É uma maldição. É magia negra, um feitiço é magia de luz.

O Professor se interessou.

-E qual é a diferença entre um feitiço e uma maldição, senhorita...

-Halliwell. Una Halliwell. 

Me apresentei e a explicação saiu sozinha. Sem eu nem perceber.

-Ao contrário da crença popular a magia elemental, no seu âmago não é nem boa, nem ruim. Ela é neutra. O bem ou o mau está no coração do praticante, na intenção de curar ou prejudicar alguém. Mas, isso ai não é magia elemental, é Magia das Trevas. Do tipo que deveria te fazer vomitar baratas e ser comido vivo por escaravelhos carnívoros. É uma maldição de criação. Mas, eu prometo que essa ai é inofensiva.

-Então não acredita?

-Oh, mas eu acredito. Mais do que o senhor provavelmente, mas essa coisa ai é um serviço porco e mal feito, você mesmo disse Spell, soletrar. O único dano que poderia causar era assustar gente supersticiosa. Efde Shank Ran Anubis? 

Eu só ri.

-Não parece muito crédula para mim senhorita Halliwell.

-Sou crédula. Por isso acho isso ai ridículo. Um encantamento que não rima e associa a criação de algo com o deus da Morte?! É só pra assustar turista. 

-Como você colocaria então? Com o que você associaria?

-Rá ou... talvez...

Então, a ideia bateu.

-Amenófis. 

-Amenófis, o Faraó?

-Sim. Amenófis é grego, egípcio seria Amenhotep. O nome dele significa Rá está satisfeito portanto é uma ligação direta com o Antigo Deus Egípcio da criação e considerando que ele era mortal isso ainda nos daria uma ligação com esse plano. 

Isso definitivamente empoderaria o feitiço. Mas...

-Ainda falta o agente limitante.

P.O.V. Professor Jones.

Chegou num ponto em que a menina se perdeu dentro da própria cabeça e ela escrevia incessantemente no caderno, tive que dar a aula, mas estava claro que ela acreditava realmente que funcionaria. Mas, algumas coisas que ela falou enquanto delirava me chamaram a atenção. Por exemplo a expressão agente limitante.

Quando a aula acabou, alguns dos colegas caçoaram dela.

-Belo trabalho aberração.

-Qual é o seu nome?

-É Josh.

-Joshua eu presumo. Sobrenome?

-É Light, porque importa? Sua esquisita.

O rapaz saiu.

-Senhorita Halliwell?

-Pois não?

-Não pude deixar de ouvir algumas das coisas que disse. Uma em particular me chamou a atenção.

-Que seria?

-O que exatamente seria um agente limitante?

-A natureza busca um equilíbrio. Quanto mais poderoso o feitiço maior a necessidade de um agente limitante forte. Poder sem limites não é bom para ninguém. Usar a energia é sempre uma troca, nada vem de graça ou sem consequências. Nem para o mal, nem para o bem.

-Na parte das consequências eu concordo.

-Ótimo. Pelo menos isso.

-Será que me permite ver o que escreveu?

Ela simplesmente respondeu:

-Não.  Fique longe do meu caderno.

E saiu. Na hora do intervalo ela saiu e deixou o material para trás. 

Preciso saber se esta moça não é um daqueles alunos malucos que querem fazer os feitiços funcionarem. Então fui até a mesa dela e olhei nos cadernos e honestamente... fiquei intrigado. Eu nunca vi nada nem parecido com o que ela escreveu. Bom, já vi. Eram os mesmos supostos encantamentos que passei na aula de hoje, mas a disposição das palavras era completamente diferente. Estavam escritos ao contrário e ela modificou usando palavras que rimam.

Peguei o meu celular e tirei fotografias do que ela havia escrito. E fora os encantamentos modificados haviam outras expressões. Anotações.

Estou oficialmente intrigado.