Lidando com a perda

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N.A.- O nome da terapeuta é em homenagem a uma grande amiga minha. É o nome da minha amiga de verdade. Espero que se ela chegar a ler goste.

P.O.V. Cole.

Minha filha e eu fizemos um combinado. Não estamos conseguindo lidar com a perda da mãe dela e por isso, combinamos de fazer terapia. E procuramos a melhor terapeuta de Los Angeles, a Doutora Sophia Ledo.

-Doutor Cole Turner. E você deve ser Una Turner.

-Halliwell Turner, mas é sou eu.

-E porque decidiram fazer terapia?

-Minha esposa morreu e foi enterrada ontem.

Ela não foi enterrada, mas o túmulo falso serve para enganar.

-Lidar com uma perda então. Como se sente sobre isso Senhor Turner?

-Afundando, Perdido, vazio. Temo que sem ela eu voltarei para a escuridão.

A médica anotava tudo numa prancheta.

-E quanto a você Una?

-Eu não realmente quero morrer, só acho que eu nunca deveria ter existido para começar.

O que?! De onde saiu isso?

-O que?! Como assim você quer morrer? E que baboseira é essa de nunca deveria ter existido?

Ela olhou para mim e falou:

-Qual é pai? Quando eu penso em coisas malucas que me levaram a nascer, ou ao menos a existir! Você vive cento e quarenta e cinco anos é mandado numa missão para eliminar as Encantadas! E a mamãe pula de um lugar para o outro, de um emprego para o outro para acabar em São Francincisco e ser um dos seus alvos. Ai, você tenta de muitas maneiras acabar com ela, mas acaba se apaixonando por ela, se separam mais duma vez. Você morre, mais de uma vez, a mamãe se casa e fica presa num feitiço do sono e você tem que acordá-la. E ai, tem uma coisa de uma noite só com você e boom. Bebê milagroso. Como alguém pode ser um erro e um milagre ao mesmo tempo?

Uau! Isso é uma bomba e a médica está ouvido.

-Ninguém é um erro Una. Essa família por mais disfuncional que seja, eu, sua mãe, suas tias, até o Léo lutou com unhas e dentes para te manter viva e a salvo desde o momento em que soubemos da sua existência.

-Eu sei e sou grata, eu sou mesmo. Mas, o maldito universo está tentando me matar ou me corromper desde antes de eu nascer. Para reestabelecer o equilíbrio da natureza. Porque a natureza faria uma Eu para começar?

Ela parecia cansada, respirava com dificuldade.

-Você está bem menina?

-O que está sentindo?

-É tarde demais pai, eu posso sentir. E eu não quero lutar mais! Eu não posso salvar você! Eu não sou a mamãe! Eu acho que possivelmente eu fui responsável pela morte dela!

-O que?

-Eu convoquei ele e ele fugiu. Ele tentou me afetar e quando não conseguiu ele fugiu! O demônio do medo que matou a mamãe foi minha culpa! E eu o convoquei só porque... eu queria saber se eu conseguia.

Meu Deus!

-Querida, você não sabia. E essa família precisa de você, eu preciso de você. Sei que dói e por Deus você vai sobreviver!

Una amarrou o cabelo num rabo de cavalo e tirou a sua jaqueta de couro e eu vi as veias negras que se espalhavam rapidamente pelo corpo dela. The Hollow, estava tentando consumi-la.

-Sério? Realmente acha isso? Porque do jeito que vai a coisa, tenho quase certeza de que vou estar morta logo. Então, porque eu deveria sobreviver pai? Eu passei minha vida toda tentando colocar a nossa família junta de novo e se bobiar fui eu que a quebrei! Eu arruinei, então por favor só me deixa ir porque estou cansada! As veias e os sussurros, a dor. E estou falando de dor Física! Estou sempre com raiva e não importa o quanto eu queira tirar ela, expelir essa coisa, eu tentei de todas as formas e não funcionou! Não importa o quanto eu tente expelir esse troço eu não me sinto melhor! E se vale alguma coisa eu só... eu só quero a minha mãe! Eu só quero a minha mãe!

Ela começou a apertar a cabeça. Colocou a mão na testa, se apoiou na mesa.

-Una? Una o que há de errado?

E então, ela desmaiou.

-Eu vou chamar uma ambulância.

-Não! Não. Ambulância não vai ajudar, os médicos não vão entender o que está acontecendo com ela. A primeira coisa que vão fazer é injetar adrenalina e isso pode e provavelmente vai matá-la.

-E o que fazemos então? O que diabos está acontecendo com ela?

-Isso é um eufemismo. É isso! Obrigado Doutora.

 The Hollow vive dentro de Una e a entidade se alimenta de magia, anseia Poder acima de tudo, quando ela era criança ela se alimentava do Poder de Outros e isso a mantinha segura. Agora que ela parou, a criatura começou a sugar a única fonte de Poder que tinha. Una.

-Olha, eu vou chamar a ambulância.

-Quando eu mudar, fique parada e não chegue perto, ou vai acabar virando torrada.

P.O.V. Doutora Ledo.

Eu estava com o telefone na mão quando vi o homem se transformar numa criatura humanoide, com a pele vermelha e algumas marcas em preto no meio do rosto, orelhas pontudas, dentes afiadas.

-As coisas que fazemos pelos nossos filhos.

Ele criou uma bola de energia e eu fiquei apavorada e fascinada ao mesmo tempo, de repente, a bola foi sugada. Una a absorveu, ela se levantou e começou a sugar algo do pai até ele voltar a parecer um ser humano.

Una acordou desesperada e o pai estava no mesmo estado. Estava chorando.

-Pai? Pai, eu não quero morrer, não quero morrer.

-Você não vai morrer querida, eu conheço alguém que pode ajudar. 

-Ai, tá doendo mais.

-Oh Deus, eu entendi errado. Entendi ao contrário, você liberar não absorver.

-O que?

-Eu sinto muito Doutora. Imagino que esteja assustada, confusa, perdida, mas eu lhe asseguro que não corre perigo, tudo o que eu peço é que mantenha isso em segredo. Por favor.

-Tá bem. Tá bem.

-Vamos lá querida. Sei como te ajudar, só aguente firme.

P.O.V. Cole.

Eu ainda tenho alguns contatos e os usei. Posso não ter mais os meus poderes, mas ainda tenho inteligência.

-Me trouxe para uma igreja?

-Você precisa liberar e do jeito da luz não vai funcionar. Precisa de algo vivo, então reuni alguns demônios que ajudaram a trair a assassinar a sua mãe.

Ela entrou chutando a porta.

-Vá lá querida, coloque tudo pra fora.

Com um grito ela liberou aquela enorme quantidade de Poder, aquela energia/luz azul que massacrou todos os demônios. Seus olhos viraram uma pasta, o cérebro derreteu e eles caíram como dominós.

-Você está bem querida?

-Estou aneste... anestesiada.

-Tudo bem, vamos sair daqui. Você arrume alguns demônios para limpar essa bagunça.

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