Problemas de confiança

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P.O.V. Una.

Não levou mais de um segundo para Matilda Webber saber o que acontece com quem tenta violar um acordo feito com Daemon.

-Prendam ela. Você vai ser levada sob custódia.

No momento em que os guardas me algemaram, a baixinha começou a sofrer.  A berrar.

-Oh, mas que coisa mais previsível.  Infelizmente você fez exatamente o que eu esperava de uma representante desta sua miserável raça. 

-Para com isso agora bruxa!

-A sua líder violou o nosso acordo. Ela prometeu me ajudar e me traiu, agora por isso você vai morrer gritando. Os seus demônios vão voltar para te assombrar, mas se quiser viver mantenha sua palavra. 

Eu empurrei o guarda e me abaixei para ficar no nível dela. E falei olhando nos olhos daquela mulherzinha que berrava de dor.

-Isso é um acordo sobrenatural Matilda, se não cumprir... morre.

-Tá bem. Soltem ela.

Então, fui me encontrar com a Doutora Carlton.

-Olá Doutora.

P.O.V. Doutora Carlton.

Ela é a criatura invisível?

-Certo, deve estar confusa. Sou uma metamorfa.

Ela mudou de forma e virou a mulher de cabelo channel então, voltou a ser a jovem Ruiva.

-Incrível.

-Meu nome é Una Halliwell Turner, sou uma híbrida. Filha de uma bruxa e um demônio.

Ela não parecia muito feliz. Ela olhou pela janela do edifício observando a cidade.

-E a Era dos Homens se debruçou sob nós, nos afogando, nos queimando, nos consumindo, destruindo casas, vilarejos, famílias, línguas, crenças e tudo no caminho. É o preço do progresso.

Falou com tristeza e raiva.

-É um prazer conhecê-la.

-Queria poder dizer o mesmo, mas apesar da fé da minha mãe e das minhas tias em vocês, eu aprendi a esperar sempre o pior da raça humana. O mundo era lindo sabia? Ter a Hollow dentro de mim tem suas vantagens, eu me lembro de todas as minhas vidas antes dessa. Primeiro, vocês tomaram os rios, os feéricos que lá viviam, os que sobreviveram, fugiram e foram se esconder na floresta. Mas, a raça humana não se contenta então tomaram as florestas matando mais algumas centenas de milhares, homens, mulheres e crianças. E os Féericos tiveram que fugir para as cavernas, depois para os pântanos, para as montanhas. E os Féericos deixaram de existir. Eles foram caçados um a um. Viraram histórias, lendas. Os que se esconderam em túneis subterrâneos foram massacrados para que a sua raça construísse minas e extraísse o minério até exaurir o solo, contaminasse os rios com os metais que eram lavados nele. Contaminaram tudo como uma infecção, os rios, as montanhas, queimaram as árvores e por associação contaminaram a nossa magia também. Nascidos ao alvorecer para morrer no crepúsculo.

Dava sentir a dor na voz dela. Era como se ela carregasse milênios de dor.

-Bom, vamos nessa. Mas, saiba isso se pensar em usar o que tirar de mim para ferir o meu povo, eu vou fazer com você o que fizerem conosco.

-Que seria?

-Você não quer descobrir.

Eu comecei com amostras de sangue e de saliva, tirei tecido epitelial.

-Porque nos odeia tanto?

-Porque vocês nos odeiam tanto?

-Eu não odeio você. Você me dá medo com certeza, mas quando veio aqui da primeira vez pediu o livro de volta com gentileza, só nos atacou quando apontamos armas para você.

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