Capítulo treze.: A cachoeira.

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    O inverno parecia querer dar uma trégua ou talvez seja a tipica volatilidade do clima paulista, o tempo havia esquentado como Rafael havia imaginado que ocorreria, todos estavam ansiosos por um banho, principalmente Bella que sentia o suor da noite grudado em seu corpo como uma sujeira impregnada, só ela sabe como odeia dormir assim. Izabel acompanhou o grupo, mas não entrou na água como todos, havia algo errado e para Julia que a conhecia tão bem era evidente, a japa passou a perturbar a garota a manhã toda, que permanecia se excluindo do restante do grupo, quando se irritou Julia apenas deixou a garota e foi participar das brincadeiras. Izabel os encarava como se a própria cena estivesse erada e estava, pois a manhosa fazia questão de se afastar.

    Bella mais concentrada em outras coisas deixou a encargo de Anna a responsabilidade de cuidar das manhas de Izabel, e olha que a garota dizia que quem estragava as viagens do grupo era Anna com seu controle obsessivo (que por um milagre não deu as claras essa manhã)  e João calado se envolvendo sempre com Julia como se ninguém mais importasse. "Cada um tem o seu jeito e os incomodados que se mudem", Foi o que João disse quando ela veio querendo se meter na vida dele e o rapaz não é o tipo de cara que deixa. Sem perceber, sua tentativa de controlar o comportamento doa amigos estragou algumas de suas viagens.

    Anna sentou-se ao lado dela, pegando um pouco de sol para se esquentar da água gelada.

    - Como consegue?- Izabel preguntou chamando a atenção de Anna.- Você os irrita, os tira do sério toda hora e mesmo assim ali estão eles.- Ela apontou para o grupo brincando na água gelada.

    - Eu os deixo me consertar.- Respondeu.

    Ela disse a verdade, sempre que uma de suas maninas se manifestava eles davam um jeito de mostra a ela que não era naquele ritmo que as coisas funcionavam, mas Iza é diferente, quando não é do jeito que ela quer ou achou que seria faz a manhosa achando que eles vão mudar tudo apenas para ela se encachar, quando eles tentam mostrar a ela que da maneira que eles fazem também pode ser legal, ela não os deixa ir muito longe. E nenhum deles é muito fã de ficar passando a mão na cabeça de crianças mimadas.

    - Eu não sou um brinquedo quebrado.- Rebateu irritada se ofendendo, cansada de estar Ali se levantou e foi para o acampamento.

    Ninguém foi atrás, eles não estão ali para ser babá.

    Nomikos se deixou transportar para aquele momento mais de uma vez, aquela manhã na cachoeira foi muito gostosa, sem preocupações como as que tem agora, está ansiosa se sente presa e não entende o porque de não ter sido encaminhada para um hospital, estava pela primeira vez na vida realmente perturbada, queria estar no colo de Samira ou aos beijos com Rafael, mas isso não é possível no momento. Ouviu um murmurio na primeira de suas sidas ao banheiro "Não há sobreviventes", ela estava ali e viva, queria gritar, mais passou calada sendo olhada por alguns como uma marginal, ela estava viva ou será que esse é o seu inferno, ela assistiu muitas séries, leu muito sobre inferno e em alguns é retratado como um looping do pior momento na vida da pessoa ou a maior culpa, se for escolher diria ser a segunda opção, seu pior medo nem se compara ao que houve na floresta, mas essa sim se classifica como sua maior culpa. Nomikos se sente culpada por ter sobrevivido, ter se escondido, preferia morrer ao deixar seus amigos para trás, foi o que sempre disse, mas no momento de provar ela os deixou a merce da própria morte.

     Estava prestes a ter um ataque de pânico no meio da sala de interrogatório quando pediu para sair e respirar um pouco de ar fresco, não foi possível naquele momento, seu corpo se contorce com dores físicas na tentativa de suprimir o que sua mente guarda, ela ainda não caiu em si, não entrou com o choque da perda e ainda não foi totalmente confrontada. Eles estão a espera para levar a garota ao limite de sua sanidade na tentativa de faze-la confessar.

    O grupo saiu de vez da água quando já não mais aguentavam de fome e o sol passou a se esconder, eles se trocaram e ascenderam a fogueira sentaram todos ao redor para conversar, deixando o tempo passar e aproveitando a companhia uns dos outros. Bella saiu da fogueira sendo seguida por Rafael, os dois sem pudor algum foram para um canto na mata mais afastados do acampamento. Izabel  deixou e lado seus pensamentos e se juntou com os outros na fogueira que ignoraram a saída do casal, fingindo não notar e a fome que estavam não os deixava sair do lugar para os perturbar, a comida é mais importante!

    Bella como anida não havia se trocado entrou novamente na água fingindo não notar a aproximação de Rafael que caminhava a uma boa distancia da mulher com toda cautela possível, para ela não se virar e o pegar a observando, mas desde que saiu do acampamento o notou, o homem não é nem um pouco silencioso e seus passos são pesados. Ela mergulhou e emergiu do outro lado do lago dando uma grande distancia entre eles, retirou a parte de cima do biquíni que estava usando e o jogou sobre uma pedra com lodo disposta na beira da margem, ela passava sua delicadas mãos por cada curva de eu corpo deixando Rafael louco com o que via. Hipnotizado pelo seu charme e ele entrou na água e andou como se tivesse andando sobre ela, e ela continuava se banhando como uma sereia de falsa inocência atraindo um marinheiro para o fundo do mar.

    Eles não determinavam lugares e horas apropriadas para sucumbir aos seus desejos mais carnais, Bella foi levada a loucura quando Rafael colocou suas mãos sobre as curvas que o levam ao paraíso. O casal voltou ao acampamento com o crepúsculo e estavam ambos com muita fome, eles não se importaram em dar uma desculpa para o seus sumiços, não tinham de dar satisfação alguma a ninguém, eles entraram no acampamento se trocaram e juntaram-se a roda junto da fogueira.

O Depoimento de Bella NomikosOnde histórias criam vida. Descubra agora