O Depoimento de Bella Nomikos

Capítulo Quinze.: Negativo.

Bella pediu mais uma vez ao investigador de policia que a leva-se ao banheiro, o homem suspirou e permitiu que a garota saísse um pouco de seu confinamento, uma policial foi chamada para a acompanhar e quando a mulher segurando as algemas, lhe pediu para estender as mãos o rosto de Bel se contorceu em uma careta. Ela estava ansiosa naquela sala só queria andar e sentir que está viva, um dos investigadores alertou que não seria necessário e a menina foi caminhando de cabeça baixa ao lado da policial.

Entrou no banheiro, a primeira coisa que fez ao ficar sozinha foi molhar o rosto, O espelho estava rachado, havia uma marca redonda que alguém que o socou, seu rosto estava cansado, ela não dormiu durante um bom tempo e a única coisa que comeu até agora foi uma barrinha de cereais e como odeia esse tipo de coisa, seu estomago estava mal pelo glúten.

- Eles estão próximos.- Ela sentiu seu coração acelerar, se virou lentamente para ver a voz grossa que quase lhe fez infartar.- Fuja.

- Quem está próximo?- Perguntou sentindo medo da resposta.- Fugir para onde e por quê?

- Não confie em ninguém.

- Mas...- Bella sentiu uma sensação esmagadora e se calou.

Ela ficou encarando a porta por onde a mulher havia saído, seu estomago embrulhou e ela correu para o vaso e vomitou toda a água que havia bebido e a porcaria da barrinha. Ela estava mal, se sentia tonta, sua pressão devia estar caindo, talvez fosse isso, mas sua costela doia, ela olhou a blusa de baixo do moletom que usa, havia uma grande mancha de sangue, ela queria gargalhar pela puta ironia, mas não tinha força para se manter em pé, estava realmente acabada. Bella fechou os olhps e via as imagens daquela noite passando repetidas vezes, uma lágrima escorreu pelo canto de seu olho, ela poderia conseguir o que desejou, ela perdeu sua família e seu desejo era se perder naquele caminho, não queria continuar.

De imediato nada havia acontecido e a crise de Julia parecia sem fundamento, a mulher estava disposta a levantar acampamento no meio da noite e partir o mais rápido possível, mas João conhecia a trilha e sabia que seria arriscado o trajeto, pela manhã seria a melhor opção se eles quiserem sair vivos dali, o caminho é traiçoeiro pela noite, fácil de se confundir, mas a japinha estava em desespero. Rafael estranhou quando o céu começou a se fechar para chuva, não constava na metereologia que haveria uma tempestade.

- Vamos embora!- Ela continuava insistindo.

- Já é tarde demais.- A voz de Anna saiu diferente, o tom melodioso que Gustavo tanto ama havia sido trocado por um mais forte.- Entregue a garota.

- Maitagarriak boterearen bidez aske uzten zaitut.- A japa se aproximou sem vacilar olhando nos olhos da garota que gargalhava entendendo o que ela recitava.- Haizeak zuri ez zaituena botatzen eta lurra zapaltzen zaitu...

- Não adianta bruxinha, você é fraca.- O demônio tentou enfraquecer Julia com suas palavras, mas a autoconfiança em si mesma sempre foi inabalável.

- Askatu ezezkoa bularretik.- Julia tocou o peito de Anna e a garota logo voltou a si.

- O que foi isso?- Gustavo correu para perto de Anna que puxava o ar como se rivesse se afogado.

- Você desperrou um farol que estava selado.- Julia disse calma demais para o desespero que a consumia em menos de minutos.

Gustavo a olhou confuso.

- Eu apenas li umas bobagens desse livrinhos idiota.- Ele desdenhou.

- Não mexemos com as artes que não conhecemos.- Julia abaixou e disse bem próxima ao rosto do rapaz, seus olhos tomaram um olhar felino prestes a atacar.

- Ju...- A voz de Bella estava fraca, chamando a amiga que se aproximou correndo.- O que foi isso?

Bella não tinha lágrimas em seus olhos mas estava evidente em sua voz o temor, ela havia experimentado algo em seu transe gravado no subconciente e nas memórias de suas vidas anteriores. Julia não sabia o que falar, sabia tão pouco sobre como poderia protejer a amiga, ela nunca foi treinada para um momento assim contavam que isso nunca ocorreria na frente da dela, mas todos estavam errados.

- Eu não sei Bell, mas se sairmos vivas dessa desvobriremos juntas.- A japa estava otimista, apenas o tempo ameaçava a fechar e até agora só havia tido um pocesao classe um, nada muito avançado.

Seus pensamento foram interompidos por uivos, seu coração acelerou e passou a bater tão rápido que mesmo a milhas de distâncias poderia ser ouvir. Ela já não tinha mais esperança de nada, seus olhos procuraram pelos de João, mas o rapaz nada podia fazer a não ser estranhar aquele barulho incomum, Apenas Julia sabia com o tipo de coisa que estava lidando e ela nem ao menos havia vindo preparada para uma guerra, ela estava entrabdo em colapso, respirava pelo nariz e soltava pela boca, mas os seus nervos estavam a flor da pele.

- Devem ser cachorros do mato.- João disse tentando se convencer do que falava.

- Corram.- Julia sentia os passos pesados tocando o solo todos a olharam sem entender a reação da garota.

Julia ajudou a amiga a se levantar, o chão sobre seus pés tremiam e a terra estava a engolindo aos poucos, ela seria capaz de se proteger, mas seria incapaz de salvar a todos tudo pelo que As Herdeiras haviam feito parecia inútil. Não havia mais tempo, quem tivesse Bella em suas estaria com a joia da coroa e mãos, nem mesmo a rainha da Inglaterra teria importância.

- Eu preciso da colaboração de todos para dar certo.- João estava ofegante e sendo afetado pela energia que aos poucos tomava o ar e tragava a terra. Ele entendeu o desespero de Julia e compartilhava da mesma pressa dela.

    - Vamos pela trilhar.- A japa que não sabia o que faria se sentiu grata pelo amigo tomar a frente no momento.- Deixem todas as coisas e vamos agora.

    O grupo partiu apenas com a roupa so corpo e as chaves em mãos, sem o peso extra da bagagem eles desceriam mais rápido.