Capítulo Vinte e Cinco.: Caminho de Escolhas.

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    Helena insistia em tirar cartas em seu tarot, consecutivas vezes o que estava deixando Samira apreensiva, ela viu a mãe tirar a carta treze dos arcanos maiores mais vezes do que poderia contar, estava começando a criar um padrão, sua mãe embaralhou mais uma vez o tarot e puxou as cartas, coloco quatro em cada extremidade e uma ao centro, pedindo para saber do futuro próximo de sua filha caçula, Samira parou para ver a mãe virar as cartas, antes a mulher não as estava tirando em formas específicas.

    A primeira carta a ser virada se localiza na posição leste em relação  ao centro, foi o louco, o primeiro arcano maior do baralho, um peso lhes foi tirado, algo novo está surgindo no caminho de Bella, seu espírito liberto lhe favoreceu, as amarras que a prendiam e lhe tiravam a consciência sumiram, lhe restituíram a inocência, talvez fosse uma boa tiragem, mas Samira que pouco entendia estava apreensiva; o segundo a ser virado se localiza na outra extremidade, posição oeste, o décimo primeiro arcano maior, a justiça, a carta assustou Helena, as coisas para as crianças seriam perigosas, a retribuição cármica de suas ações estavam fora de equilíbrio; Helena virou a carta ao norte, o carro, oitavo arcano maior do baralho, suas escolhas lhes colocarão no controle, isso é bom, mas a carta da justiça ainda lhe deixa apreensiva; a quarta carta a ser retirada se encontra ao sul, o enforcado, sacrifícios serão feitos,a carta tornou-se preocupante devido a situação, e sua apreensão é não saber de qual natureza será o sacrifício que Bella terá de fazer. Sua última carta central deixou mãe e filha apreensivas, não é necessário ser um gênio do tarot para entender que naquele conjunto de cartas e situação a décima terceira carta dos arcanos maiores só pode significar uma coisa, morte.

    A própria morte os cerca no momento.

    Bella havia parado de correr com seus amigos, todos a olharam e seus olhos se arregalaram.

    - Gustavo?- Ela perguntou pelo garoto, João balançou a cabeça, e antes que pudesse responder a Bella o que o garoto fez todos ouviram seu grito agonizante, ninguém mais precisava fazer pergunta. Todos foram capazes de entender.

    Izabel corria como uma onça sendo guiada pelos seus mais puros instintos, a águia lhe ajudou até certo ponto, ela não deve achar que os espíritos guardiões são sua babá, ela correu até o ponto de exaustão, estava próximo do que procura, mesmo não sabendo o que é, estava ofegante, poderia ser rápida como fosse, guiada ou não por espíritos seus pulmões continuam sendo humanos, ela se apoiou em uma árvore, seus olhos cor de mel tornaram-se reluzentes e capazes de enxergar quilômetros no escuro, ela o viu e sem perder tempo montou sua defesa. Iza não deixou-se intimidar pelo tamanho da fera a sua frente, seus pelos tem a coloração em marrom e amarelo, pareciam ter manchas de sangue.

    O lobo havia perdido o rastro do grupo e de seu principal alvo, mas a menina a sua frente poderia lhe levar até eles, quando ela montou a guarda ele se irritou, como uma humana ousa o desafiar, se ele quisesse já a teria devorado pedaço por pedaço, o lobo mostrou os caninos em ameaça, mas Izabel não tinha muito tempo a perder com ele, ela sentiu novamente algo a chamando e desta vez poderia se guiar sozinha, ela correu do lobo, que displicente dar as costas a um predador, sorte a dela ter um predador maior na área e ela ser de extrema utilidade, a seguiu sem desleixo, tornou-se a sombra da menina.

    Ele limpava as suas asa dos respingos de sangue que a tocaram, esse filho da puta o sujou, não poderia ao menos o deixar limpo, Gustavo havia gritado nem como uma mulher, essas deusas nem se comparam a esse baitola, o chamar de mulherzinha seria uma ofensa grande a toda e qualquer mulher que andou ou anda sobre a terra. Mas seus gritos lhe trouxeram um grande prazer, esse baitola seria uma desonra a todos os homens na era viking. Ele amava as mulheres daquele povo, mas sua preferência era com as torturas e zombaria a qual fazia com todos, Loki o deus da trapaça, mas ninguém sabe dizer ao certo como ele tornou-se o que é hoje, talvez nem ele mesmo se lembre com clareza, olhou para a lua o aroma das mata adentrou ao seu nariz junto com o cheiro característico de Izabel, o ratinho voltou direto para si.

    A fera que seguia Izabel parou a uma boa distância, seu cheiro não será detectado pela criatura, a menina o havia levado direto para a boca do leão,humanazinha burra! Aquela ave fedida, como odeia esses seres, em saber que os humanos os idolatram como salvadores e auxiliares de deus, essa praga tá mais para um demônio prezo e acorrentado a terra do que para um anjo, ele não tem nada a ver com essa briga, está nesta situação apenas como olhos e ouvidos de seu líder e nada mais, eles querem o que as vadias mal amadas retém, quando colocar as mãos no que deseja vai para o mais longe possível, lobos reconhecem seus lugares e sabem lidar muito bem com isso.

    - Cansei de brincar de pega pega Iza! Vamos brincar de morto vivo!- A voz dele estava com a mesma entonação usada com Gustavo, infantil, mas ainda sim assustadora.

    Ele fez o amigo da garota de marionete, se ela tivesse com toda sua capacidade mental ativa poderia facilmente ter se assustado, mas a mulher havia tomado outra personalidade, fria e calculista seus instintos a guiam, e sua razão a auxilia, deixou trancada as emoções para serem usadas mais tarde, não havia se jogado na boca do leão a toa, estava ali para ser a jogadora do século dando aos seus amigos mais tempo, eles precisam, Bella precisa sair da linha de alcance antes da roda do destino girar mais uma vez e a balança pesar para o lado de deste monstro. 

O Depoimento de Bella NomikosOnde histórias criam vida. Descubra agora