04

9.7K 944 202
                                    

Layza: Aí, ficou lindinha. Marquinha estalando! - brinquei.

Tainá: Marcou bem né? Gostei! - disse rindo e eu assenti.

Layza: Mas não é pra já dar de mamar pros novinhos não, viu? Tú se liga! - falei serinha.

Tainá: Ih, Layza. Para com essas conversas, cara! - disse toda sem graça.

Minha irmã é toda quietinha e sonsa também, mas é bem na dela, meu oposto real, pois nessa idade eu já tava cheia de pose nos ensaios da mangueira.

Enquanto eu sou toda pra frente, ela é bem introvertida! Mas deve de ter puxado ao pai dela, porque minha mãe é no mesmo ritmo que eu, toda doida e acelerada, descaralhada pra caralho!

Layza: Eu tô falando sério, eu ein! Os moleques vier de papinho gostoso pra você, vai nessa não. Minha mãe te mata e me mata porque eu te levei pra fazer isso.

Sério, nem é perturbação. Minha irmã tá crescendo, peitinho durinho já apontando, ganhando bunda, nego já fica de olho. Ainda mais quando ver de marquinha, essas coisas... já acha que tá pra jogo. Eu passei dessa fase eu, sei como é.

Parei a pcx em frente ao bar do meu avô, Tainá desceu e eu em seguida. Tava cheio de bandido lá comendo, aqui é o point! Se a polícia brota, se junta. Kkkk

Minha vó tem um bar aqui na mangueira já tem anos, bastante conhecido por todos. Vende quentinha, petiscos, PF, essas coisas... entao muitos dos caras da boca vem comer aqui, ou se não mandam montar as caixas pra levar!

Não é porque é a minha vó não, mas a coroa esculacha não cozinha, dá aulas. Melhor feijão da região, quem não gosta não conhece!

Layza: E aí, Dorinha! - falei com a menina que fica ajudando a servir e no caixa. Ela tava na porta, logo na entrada.

Entrei e dei boa tarde, alguns responderam, mas outros nem isso fizeram. Bando de mal educado, tem muito bandido que é ignorante mesmo, parece bicho. Mas também eu sei que é pelo outro. Aqui ninguém mexe comigo não, nunca nem se atreveram.

Passei pelo balcão e já fui entrando na cozinha, minha vó tava lá sentada com o ventilador na cara enquanto tomava uma gelada. O copão de lei na mão e um cigarro na outra!

Layza: Bença vó!

Tainá: Bença!

Barbinha: Deus que abençoe...

Layza: Tá aí só encarcando na gelada né? Dia de beber é só final de semana, gata. - já comecei a perturbar.

Barbinha: To bebendo com seu dinheiro por acaso?Bebo com dinheiro de ninguém não, quem comprou foi eu isso aqui. - bateu no freezer.

Layza: Tá nervosa demais!

Barbinha: Eu, ein... Agora foi que deu! - eu dei risada, adorava perturbar ela.

Layza: Já tomou o remédio da pressão? O losartana que é bom ainda nada, se curou! Só quer essa vida.

Barbinha: Vai tomar no teu cú, puta! Veio me perturbar é cão? Eu, ein, Layza! Chama minha negativa não. Tô aqui na minha e você vem perturbar. - já começou a falar um monte enquanto eu só dia. -Tava aqui no maior sufoco com a barriga no fogão ninguém apareceu pra ajudar, segurar as pontas comigo, mas pra falar da minha vida rapidinho se metem. Vão tudo pro caralho! Vida é minha, bar é meu, cerveja é minha, quem banca tudo sou eu, então eu bebo mesmo. - surtou.

Minha vó é doida, doidinha. Preta ousada demais, fale um A com ela não que tu ouve o alfabeto todinho, sério mesmo. Xinga abeça, resposta na ponta da língua tem pra dar e vender.

Layza: Ih, já acabou o show Xuxa? Eu, ein. Tá nervosa de mais, bonita! Olha a pressão pra não subir. - dei risada e ela me xingou. - Vim comer, o que é que tem aqui pra mim? To morrendo de fome!

Barbinha: Tem pica, isso que tem pra você. - disse puta.

Layza: Gosto, mas não quero agora não! - dei risada. - Deixa de estresse, ein... É sério, cara! Tainá tá aí, respeita ela não?

Barbinha: Você vem tirar minha paz, to aqui no meu lazer, sua infeliz!

Layza: Viu! - nem falei mais nada. - Tua filha deixou a gente lá em falta, tem nada em casa pra comer, o que é que tem aqui pra gente? Papo reto, vó!

Barbinha: Evelyn é uma vagabunda né? Tá trabalhando? - assenti. - Pega duas quentinhas aí, vai comer. Pega aí, Tainá! Tem refringente lá no freezer, vai lá.

ZERO 2 🌪 (DEGUSTAÇÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora