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Rennan me ligou chamando pra ir pro pesqueirinho que ele tava lá. Bofe maluco, plena quarta-feira e ele caçando assunto!

Ainda bem que eu tava de vestido, se estivesse de calça aí que seria. Tem dias que venho pra aula que nem doida, só pela misericórdia.

Talva com um vestido estampado de fundo branco, ele era longo, mas tinha cara de praia também, então tava ok, não chegaria lá que nem doida. Pedi um uber pra lá e parti!

Layza: Tú só inventa né? - disse assim que cheguei perto dele.

Quem ver assim aqui nem diz que lá na favela fica pra cima e pra baixo com fuzil, que tem cargo de gerente, que é temido e doido. Rennan é limpo na pista e quando tá por aqui vira literalmente outra pessoa, põe até a cara de bom moço.

Sem ouros, sem dedeiras, pulseiras ou nada! Todo arrumadinho, cara de santo mesmo, até parece que vale alguma coisa essa praga. Única coisa que ele não abandona é um crucifixo fininho que ele não tira por nada! De resto tava limpo.

Artilheiro: Senta aqui, cara! - bateu no assento ao seu lado.

Na mesa já tinha um balde com black label e energético, outro balde com corona e uma porção de camaroes empanados que ele já tinha pedido.

Cheguei ele mandou escolher o que eu queria pra beber! Pedi um drink doido que eu nunca nem tinha provado, mas pela cara no cardápio e os ingredientes eram bom. Se não for bom também vou ficar puta, bagulho era o olho da cara.

Layza: Endoidou foi? Do nada brotou aqui e ainda me chamou! - falei cismada.

Artilheiro: Ih, sempre venho aqui pra relaxar po, maior paz, sem clima de favela e sem estresse algum. Fala tú, não é não? - assenti.

Layza: Ué... mas é sem estresse e mandou chamar logo o seu estresse diário? - brinquei o imitando, afinal é assim que ele me chama.

Artilheiro: Pra tu ver como são as coisas. Tu tira minha paz, me tira da lógica, mas eu ainda te chamo, gosto da tua companhia po. Deveria não né? - disse na lata.

Layza: É né... mas infelizmente a gente não tem poder sobre essas coisas. A gente sempre gosta do que não deve! - ele me olhou serinho mas depois desviou o olhar.

Porra, maior paz mesmo! Sem esse estresse, olhares e nem fofocas que tem lá na favela. Aqui nem pareceu que eu sou o que sou pra ele, nem ele é o que é. A gente tava que nem um casal mesmo, normal, até foto bofe tirou comigo.

Layza: Se a tua mulher ver tá aí o problema, ein! Quero confusão não.

Artilheiro: Ih, relaxa... esquece!

Layza: Estou falando porque eu não quero confusão pro meu lado, depois ainda saio de errada, afrontosa e isso aquilo. Pra ela quem tá errada só sou eu, você é um santo! - ele riu.

Artilheiro: To aqui contigo, cara! - disse serinho. - Bora curtir o momento! Esquece essas paradas. - assenti.

Pobre é o diabo mesmo, inventei de pedir até polvo com um molho doido e odiei. Mas a foto no insta eu postei, é claro. Bofe pediu Chandon pra gente, até brindamos, maior love nos dois!

Por do sol lindo na melhor companhia! Esse puto é o meu pior erro, mas eu amo demais. Quem tá de fora não entende nada, jamais vai entender, mas só quem vive sabe!

Julgamentos são inúmeros, mas ninguém manda no coração não, nem deveria julgar. Você sabe o dia de hoje, mas o de amanhã só a Deus pertence!

O que você bate no peito afirmando que jamais faria ou passaria, amanhã ou depois pode tá passando sim. Mundo dá voltas diariamente, então não julgue ninguém.

Anoiteceu bateu um frio do caralho, bofe me abraçou e eu fiquei agarradinha nele. Maior chamego, nem parece que a gente vive que nem cão e gato.

Já tinha parado de beber pois eu tomei mais dois drinks daqueles e já fiquei ruinzinha. Forte abeça aquilo lá, tú bebê e o gosto é fraquinho, mas vai vendo depois. Nessa tu se empolga e se fode!

Artilheiro: Bora ralar?! - eu assenti. - Vou pedir a conta!

Garçom que atendeu a gente se fez, Rennan arriou o dote sem pena, ainda deu dinheiro por fora. As vezes fico boba com ele, não é porque tá bebendo não, mas é assim sempre em qualquer lugar.

Principalmente segundo ele quando ele vê que a pessoa é maneira, aparenta ter o coração puro, aí que ele solta mesmo.

Ele destravou o carro e eu entrei, ele entrou logo em seguida e guiamos! Chegamos na mangueira era quase 23:45, mas também saímos de lá da reserva tarde.

Rennan tinha parado o carro quase em frente a minha casa, rua deserta, carro todo no fume, clima perfeito pro crime. Ele nem de maldade tava, já tinha destravado a porta pra eu descer, mas quem disse que eu desci???

Travei a porta e montei no colo desse cachorro, cretino. Pensa que não eu já estava com meu vestido embolado na cintura! Vestido gigante, nessa hora ele até reclamou, disse que eu tava cheia de panos.

Mas eu acho engraçado, agora tá ruim né? Quando eu cheguei lá fez graça dizendo que gostou da roupa, que era comportada e que eu tinha que me vestir assim sempre.

Encaixei na piroca do bofe e fui fazendo aquele vai e vem lentamente enquanto ele jogou a cabeça pra trás, fiquei pirraçando até que ele segurou na minha cintura me colocando pra quicar com força. Só porradão no útero, mas adoro!

Artilheiro: Cachorra! - disse dando um tapinha em meu rosto. Assim pode, eu gosto!

Ar tava ligando, mas tava eu e ele suando que nem dois condenados. Rennan chupava meu pescoço, meus peitos, puxava meu cabelo pra trás enquanto eu quicava em seu colo.

Tava completamente sem jeito ali naquele carro, mas eu dava meu nome igual. Tava inventando arte, mas decepcionar jamais!

Sentei de frente, de lado, costas, tudo que deu pra fazer ali naquela loucura. Bofe cheio de whisky tava demorando abeça pra gozar, já tava cansada e quando ele finalmente gozou foi um alívio.

Entrei em casa minha mãe já foi me escaldando, perguntando se eu não tinha vergonha de tá dando em frente a casa. Fofoqueira abeça, já tinha visto o horário que ele tinha parado o carro aqui e tava só cronometrando.

ZERO 2 🌪 (DEGUSTAÇÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora