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Maya foi a primeira a acordar naquele dia. Ela mal conseguiu dormir. Sua amnésia corroía seu bem estar. Não se lembrava de nada, e se sentia péssima por ter se esquecido da sua situação. Mesmo que, por minutos, na noite anterior. Ela condenava-se, o seu irmão ficaria mal se soubesse que ela não se lembrava dele. Então, Maya passou boa parte da madrugada tentando forçar sua mente a procurar alguma informação familiar. Mas nada veio.

Basicamente, tudo o que sabia de sua vida, era o que Jeremy lhe contara no dia anterior. Nem da sua idade ela sabia. Era realmente deprimente a sua situação.

Ela virou para o lado, vendo Elena dormir profundamente. As duas tiveram que dividir a cama por falta de espaço. E mais uma vez, Maya condenou-se. Ela poderia dormir no sofá, mas Elena não deixou. No final, concordaram em dormir na mesma cama. Claro que Rose também ofereceu-se para dormir com Elena, e Maya dormia sozinha. Mas Elena negou. Parecia que Elena tentava redimir-se de algo.

Maya retirou os lençóis de seu corpo, e calmamente, pousou os pés no chão. Seu corpo arrepiou com o choque térmico. Seu corpo quente e o chão frio, criaram um contraste. Se pôs em pé e calçou as pantufas fofas. Na altura, ela nem tinha certeza se eram dela ou de Elena, mas serviam perfeitamente, então lhe era irrelevante .

Em passos silenciosos, ela saiu do quarto, descendo as escadas. Seu destino era a casa de banho, mas por ser tudo novo, além da sua distração, Maya abriu sem querer a porta do quarto de Jeremy.

A porta rangeu, e foi até surpreendente para o próprio Jeremy, quando ele acordou. Ele tinha um sono pesado.

—Desculpa, não te queria acordar. — murmurou

—Tudo bem. — ele passou a mão pelo rosto para afugentar o sono — Mas o que fazes aqui?

—Pensei que era a casa de banho. — ela contou

Jeremy assentiu antes de bater com a mão no colchão. Maya aproximou-se, entendendo o convite, e sentou-se na cama do Gilbert.

—Dormir com a Elena não foi tão bom, pois não? — ele brincou

—Foi bom. A cama dela é muito confortável. — disse vaga

—Mas...— Jeremy insistiu, num incentivo

—Mas nada! — ela atirou-se em cima dele

Jeremy riu passando o braço descoberto pela cintura dela. Ele então a abraçou de costas, enquanto estavam deitados.

—Eu sei que não é só isso, mas eu entendo que não queiras contar. — ele murmurou no ouvido dela

Um arrepio. Um arrepio passou pela pele dela. E seu coração apertou. Ela franziu o cenho. Aquilo era estranho. Jeremy também notara o arrepio, mas para ele era algo normal. Ela se arrepiava facilmente antes de perder a memória — pelo menos, perto dele.

—Agora vamos dormir antes de irmos para o inferno. — resmungou a última parte vendo Maya erguer a sobrancelha — A escola. — especificou

—Eu não me lembro como as pessoas se comportam na escola. Estarei pior que uma aluna nova. — lamentou

Ela podia até não se lembrar de tudo sobre sua vida, mas, inconscientemente, associava locais e ações. Então não estava totalmente perdida.

—Terás a mim. — Jeremy disse convencido.

—É mais fácil depender da Rose do que de ti. — provocou

—Tu só falaste com a Rose ontem e já me queres trocar por ela. Vou processar a Rose.

—Não sejas dramático. — revirou os olhos, aconchegando-se nos braços dele

Jeremy gostou daquela ação.

01 | MemoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora