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Maya sorriu ao lado de Bonnie. Elena e Stefan estavam no carro, já que a Gilbert fora coroada a Miss Mystic Falls. Maya também queria concorrer, mas infelizmente era só para as famílias fundadoras — algo injusto, mas ela não podia fazer nada. Então decidiu afastar-se, para não ter que escolher entre apoiar Caroline ou Elena.

Bonnie pareceu fazer o mesmo. Não intrometer-se nesse concurso que estimulava certas rivalidades femininas.

O desfile acontecia normalmente, era o aniversário da cidade. E à noite, haveria fogo de artifício. Parecia emocionante, tendo em conta que ela não se lembrava de nada do passado. Provavelmente já vivenciou aquele evento anos consecutivos — nem tão consecutivos — e não se lembrava. Maya parecia empenhada em fazer novas memórias. Não queria focar no seu passado inexistente no momento, e perder a oportunidade de fazer memórias novas e incríveis.

—Toma! — Bonnie ofereceu algodão doce a Maya que aceitou com um sorriso

Ela e Bonnie não tinham uma amizade formada, mas se dependesse dela, iria mudar brevemente. Ela estava decidida a fazer Bonnie gostar dela.

—Obrigada! — agradeceu e as duas acenaram para Caroline que estava com Matt. Esta ficara em segundo lugar.

—Tu gostas do Jeremy? — Bonnie tomou coragem, e perguntou tímida.

A mais nova engasgou-se com o algodão doce, e ficou vermelha enquanto tossia. Agora se estava vermelha por conta da pergunta ou de sufocar-se com o algodão doce — algo que parecia impossível até então —, ninguém saberia.

Mas aquilo foi suficiente para confirmar as suspeitas de Bonnie. Mas a Bennett deixou de lado seus sentimentos e foi ajudar Maya, dando algumas palmadinhas em suas costas. A mais nova finalmente parou de tossir e respirou ofegante, olhando agradecida a bruxa.

As duas afastaram-se da multidão.

—É complicado... — Bonnie ficou surpresa quando a mais nova murmurou, confiando nela seus sentimentos

Ela realmente não esperava. Talvez Maya a quisesse como amiga. Estava a confiar nela. E ela manteria aquela confiança intacta. Era uma promessa.

—Eu não acho que seja recíproco. — lamentou — Nós beijamo-nos no outro dia, mas talvez ele não se importe tanto assim, já que decidiu que devíamos ser só amigos. — disse triste e Bonnie ficou mal por ela

Não ser correspondida era doloroso. Ela sabia, não só viu essa dor em Caroline, como também estava a experimentá-la.

—Quem perde é ele! — sorriu abraçando Maya, numa tentativa de animá-la — Agora vamos tirar algumas fotos para gozar com as caras deles mais tarde. — puxou-a pelo braço e a Adams gargalhou































Maya levou a mão às têmporas pela dor aguda que sentiu. Então alguns dos homens agarraram-na pelos braços, prontos a lhe arrastarem para o armazém. No entanto, alguém interviu. Mesmo em sofrimento, Maya encarou a jovem morena diante dela. Ela parecia ter 17 anos.

—Soltem-na! — ordenou a jovem desconhecida

—Somos da polícia, não se meta! — retrucou duramente um dos homens arrastando Maya

—profugus. — sussurrou e ambos os homens caíram inconscientes no chão

A jovem correu até Maya que estava no chão, erguendo-a.

—Vamos, não temos muito tempo. Tens que sair daqui. — apressou desesperada e Maya, mesmo fraca obedeceu

—Quem és tu? — questionou enquanto era guiada pela jovem, mas não obteve resposta — Sou a Maya Adams.

A jovem sorriu. Maya não parecia saber que estava em perigo de vida. Tão inocente, pensou.

—E como fizeste aquilo ali? — insistiu sendo puxada pela mais velha.

As duas entraram no enorme casarão que Maya deduziu ser a casa da jovem, pela forma natural que entrara.

—Eu sou a Alyssa Davillier. — sorriu malandra — Já agora, não tens de quê por eu ter salvo a tua preciosa vida.

—Obrigada? — Maya inclinou a cabeça, sentando-se no chão

Alyssa suspirou e foi até a cozinha, preparando um chá. Enquanto Maya tentava organizar sua mente. Ela foi atingida por uma vibração estranha e dolorosa; ia ser presa pela polícia? Foi salva por uma rapariga que nunca vira na vida, a desconhecida desmaiou dois polícias só com uma palavra — que Maya supôs ser latim. O que fizera para correr risco de vida, como a recém conhecida Alyssa disse?

Eram só questões sem resposta, ainda. Maya levantou-se, analisando a sala de estar. Uma mesa de centro enorme. Uma estante de livros, amuletos e velas. Várias velas. Ela ergueu o braço, pronta para tocar curiosamente num dos amuletos.

—Se eu fosse a ti, não tocava! — Alyssa avisou despreocupada, com a chávena de chá nas mãos

Maya afastou-se, envergonhada. Ela tinha que controlar sua curiosidade.

—É amaldiçoado. — Alyssa explicou, dando de ombros

—A tua família parece ter uma obsessão por amuletos. — apontou Maya, ela já vira pelo menos uns 10 só na mesma direção

Seria algum tipo de fantasia?

—Não diria obsessão. — Alyssa sorriu entregando a chávena e Maya agradeceu — São relíquias. Todos eles pertenceram aos nossos antepassados. Alguns são datados com mais de 900 anos. — contou sentando-se no sofá

Maya tomou a liberdade e repetiu a ação da mais velha, enquanto bebia o chá. Era doce, ela gostou do sabor. Mas parecia não ter açúcar nenhum, apesar da doçura.

—São passados de geração a geração? — Maya perguntou curiosa e Alyssa balançou a cabeça em sinal claro de mais ou menos

—Na antiguidade, os amuletos eram sinal de bruxaria. Uns eram de proteção, outros de contenção, maldição, mas era tudo magia. Inclusive alguns amuletos são de morte ou de amplificação de poder. São feitos de várias formas. Inclusive aquele que ias tocar é feito de ossos humanos e é amaldiçoado. — contou calmamente

Maya arregalou os olhos. Não pela parte de bruxaria, não acreditava nisso. Mas por ser feito de ossos humanos. Que tipo de pessoa queria ossos humanos como amuleto?

—Vocês, são muito prestigiosos! Além de fanáticos por bruxaria, sem ofensas. — disse sincera, acabando de beber seu chá

Alyssa gargalhou. Maya era tão inocente. Muito inocente.

—Tão inocente...— murmurou o que pensava e Maya franziu o cenho em confusão — Nós não somos fanáticos. Nós somos bruxas! — afirmou

—Isso não existe, são só lendas. — Maya afirmou segura de si, pousando a chávena na mesinha de centro

—São? — Alyssa perguntou com um sorriso maroto e Maya engoliu seco — Adams, só tenho algo a dizer-te: todos os mitos e lendas, têm o seu fundo de verdade. Tudo o que é fictício é baseado em algo real. É só uma questão de crença. — inclinou a cabeça, em calmaria — Os vampiros não são supostamente lendas? Mas olha só lá fora! Aqueles polícias estavam a caçar e queimar vampiros. E eles confundiram-te com um deles. Terias o mesmo destino se a fanática de bruxaria não tivesse intervido! — zombou marota — É só uma questão de crença. Mas não é porque não acreditas na existência de algo, que deves banalizar a crença ou descrença do outro. — explicou mais séria — Há que respeitar as crenças dos demais. As bruxas da antiguidade foram levadas à fogueira, não por terem feito algo de mal, mas pelos religiosos não aceitarem que suas crenças e práticas eram diferentes. Mas achas que alguma bruxa foi atrás dos religiosos para os queimar? Claro que não! Porque preferiram seguir suas crenças ao invés de julgar a dos outros.

Alyssa sorriu quando viu que a Adams não parecia não confiante sobre bruxas serem lendas ou não.

—Queres mais chá? — ofereceu um sorriso maroto

—Eu obviamente não sou vampira. Como raios me confundiram com uma? — Maya perguntou nervosa e confusa

E se tudo que a Davillier disse fosse verdade?

—Já ouviste falar de lobisomens?

01 | MemoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora