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VÉSPERA E PREPAROS

AYLA

Acabamos de entrar em março e o treinamento para o campeonato de Futebol e das líderes de torcida de Emily estão a todo vapor. Ela tem surtado um pouco com tudo isso, fazendo com que eu conheça um lado seu completamente ansioso. Não quero que se sinta assim, mas não sei o que fazer, além de me juntar a Júlia e embarcar em todas as suas ideias para que tudo saia perfeito. Fomos com ela a cada ensaio das líderes de torcida, e fiquei encantada logo no primeiro. Emily fica ao lado direito da líder das garotas: Duda. Mas seus passos, a facilidade que seu corpo demonstra... Ela dança com a ginástica, e adora isso. Seus ensaios ficaram frequentes desde a semana passada, e Júlia e eu fomos em todos, criamos cartazes para os próximos sete eventos e nada nunca foi tão divertido.

Agora, estamos em sua casa, organizando a festa de boas vindas que precisou ser adiada pelo atraso da viagem de seu pai. Acontece que o Senhor Fabrício viajou ontem de manhã e desde ontem a tarde, os cabelos de Emily tem caído por essa festa. A área externa da casa é gigante, o suficiente para caber quantos alunos vierem, eu acho... Qualquer coisa, a maluca não viu problemas em deixar tantos adolescentes reunidos entrarem na casa também.

Nesse exato momento estou guardando os copos, que precisei sair pra comprar, no Open Bar planejado, Emily e Ayla está amarrando balões dourados e pratas, Luan e Henrique estão colocando as caixas de som enquanto o DJ da noite, Bernado, organiza a mesa de controle. Olho em volta, conferindo cada pedacinho do papel que a loira queria que ficasse perfeito. Tico ítem por ítem, nada pode dar errado.

Já são seis da tarde e todos os itens da lista estão ticados. O sorriso que se desenha no meu rosto é o mais sincero do dia quando vejo Emily respirando fundo, mas desta vez de alívio.

- Eu adoro tanto vocês, sério! - Emociona-se Emy, seus olhos brilhando e a testa suada. - Tudo está perfeito!

Iuri veste a camisa e aperta minha amiga, a levantando do chão e girando. - A gente já sabe disso, Loirinha marrenta. Pode respirar de verdade agora.

Minha amiga ri e sai de seus braços, parece envergonhada quando o tom de suas bochechas aquece e empurra seu peito. - Idiota.

- Nossa, precisamos de um banho urgente - Júlia ri ao meu lado.

- Caramba, sim! Sinto como se cada músculos do meu corpo tivesse dez nós. - Reclama Bernado, esticando o pescoço para os lados.

- Eu te devo uma por hoje - admite Emily. - Quer uma massagem?

- Sai dessa, Emy. Não me deve nada. Vou encher a cara e ouvir boa música, estarei intacto quando amanhecer.

- Pode fazer massagem em mim sempre que tiver com esse espírito caridoso, princesa - sugere Iuri, que nunca perde uma.

- Retiro minha proposta - diz Emy. - Além do mais, estamos todos atrasados para nos arrumar e...

- Você estará perfeita, Emy. Tudo estará. Prometo. - Iuri segura seu ombro e a olha nos olhos. Ele obviamente não está falando com a gente. - Já estamos saindo, e daqui a pouco estamos de volta, loirinha.

- Hey, galera, consegui arrumar o fio que estava dando contato e já tô de saída - Henrique aparece de repente, desamarrotando a camiseta preta que veste com a mão, ou tentando pelo menos.

Sinto Júlia atrás de mim e ela não estava ali antes.

- Você perdeu meu pequeno discurso de agradecimento! - protesta Emy.

- Eu sei que tá agradecida, isso é tudo. Bem, como eu disse, tô de saída.

Só quando ele já está fora dos portões e os outros garotos se distanciam com um aceno de despedida, Júlia sai de trás de mim, me segurando pela mão.

- Já estamos indo também, Emy, vou tentar não demorar muito. Mas se ainda precisar de algo...

- Não, tudo bem! Luís já está chegando e vai me ajudar com o look. Não se preocupem, por favor!

Nos despedimos com abraços cheios de pele suada e, quando estou saindo pelo portão com Júlia, quase esbarramos em Isak, que vem entrando com duas caixas de bebida, uma sobre a outra em suas mãos e Luan com outras duas caixas atrás.

Pulo para trás assustada, agradecendo ao céus por não ter realmente esbarrado. Sem bebidas, sem festa.

- Olha por onde anda, Ayla - Me lembro de já ter dito isso a ele antes... Babaca!

Passo por ele e escuto-o dizer que a mãe deles quer falar com Júlia, e então já estamos fora e, finalmente, dentro do carro do meu irmão mais velho, dou carona para Júlia até sua casa. E, sim, sem abilitação. Não me culpe, culpe a lei.

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