Esconderijos!

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POV JULIA

Eu fiquei imensamente feliz por Fernanda e Celio ela merecia isso, bolsa integral em uma das melhores faculdades da capital era sonho de qualquer um.

Desde quando vi Fernanda naquela festa eu sinto necessidade de estar sempre próximo a ela, o sorriso dela é uma das coisas mais bonitas que eu já vi as covinhas que aparecem quando ela dá aquele sorriso tímido, me deixa toda boba. Eu sei que não devia me envolver com ela assim, ainda mais logo após terminar com Sarah.

Sarah, essa estava me deixando com dor de cabeça. Nosso relacionamento nunca foi dos melhores, brigas constantes, términos e reconciliações, mas agora eu estava decidida a não voltar. Queria algo novo, quero um relacionamento saudável pra ambas as partes. Chega desse ciclo que vivia com Sarah, ela sempre conseguiu me manipular, me prender a ela, mas agora era diferente, eu estava realmente muito afim de outa pessoa.

Chegamos à festa de um amigo meu, era na cidade vizinha e poderíamos ficar a vontade, maioria da galera estudava fora e vinha passar as férias no interior, assim como eu.

-Nossa Ju, aqui tem cada boy que senhor Jesus! – Celio se abanava do falso calor.

-Verdade só tem gente bonita aqui. – Fernanda disse avaliando o local.

-Hey senhorita Fernanda, está reparando em gente bonita é? –ela riu da minha falsa indignação. – Vou ter que ficar de olho na concorrência.

-Não precisa sua bobona, até porque agora eu só tenho olhos pra você. –Ela disse e logo se arrependeu. – q... quer dizer, é e... eu.

-Não precisa explicar Fê, nos dois já entendemos. – Celio ria da vergonha dela.

-Vem, vamos pegar algo pra beber. – a puxei antes que ela enfiasse a cabeça dentro da terra.

A festa estava muito divertida, a galera era super animada e foram bem receptivos com a gente. O Davi, o dono da festa era meu amigão, sempre aprontamos poucas e boas quando mais jovenzinhos.

- Que bom que você veio Juju, há quanto tempo à gente não se vê garota? – Davi me puxou pra um abraço apertado.

- Verdade menino, você que ficou rico e esqueceu-se da plebe.

- Até parece né, a senhorita advogada que se esqueceu do interior haha. – Davi era uma figura. – Mas vem cá, você não vai me apresentar seus amigos?

- Então, esse é o Celio você deve se lembrar dele, ele estudou com a Josy na turma dos cdf's. – Davi abraçou Celio e deixou dois beijos no rosto dele. – E essa é a minha... Essa é a Fernanda.

Só ai que percebi que Fernanda e eu não tínhamos nada rotulado, pude reparar que ela ficou meio sem graça e abraçou-o também.

-Vocês são incrivelmente lindos, onde você estava escondendo essas lindezas em Juju? – Davi era galanteador até onde não podia mais. – Fiquem á vontade, a casa é de vocês, e a festa é nossa. – ele piscou pro Celio e saiu.

- É impressão minha ou rolou algo aqui? – Fernanda ria do nervosismo de Celio. – Acho que alguém se arranjou aqui ein? Hahaha

- Ai Deus lhe ouça viu, não quero ficar segurando vela à noite inteira pra vocês. – Celio me matava de rir. – Quero ser padrinho do casal, mas não preciso presenciar certas coisas. Apesar de achar que vocês duas fazendo amor deve ser quase uma pintura renascentista.

-CELIO! – Fernanda o ralhou enquanto eu me acabava de tanto rir. – E você pare de rir!

- Vou dar uma volta por ai antes que esse pinscher me morda. – Celio ria da cara de brava de Fernanda. – Tem nem tamanho e é brava assim, cuidado ein Ju?

- Deixa comigo Celio, eu aprendo a domar a fera, se bem que é fácil essa fera está mais pra ferinha. – Fernanda cruzou os braços, fechando a cara.

- Vocês dois são tão engraçados, trabalham em algum circo? – Fernanda estava irritadinha, e era um charme. – Deviam procurar algum pra se filiarem.

Celio saiu correndo imitando um malabarista me deixando sozinha com minha gatinha brava. Eu ria da carinha de brava que ela fazia.

-Hey baby é brincadeira! Já parei. – fui puxando ela pra um abraço. – Vai continuar com essa carinha de brava?

- Eu não estou brava! – ela disse se virando pro horizonte á nossa frente.

-Então vem cá me dar um beijo, pra provar que não está brava. – A puxei novamente selando nossas bocas.

Ela não mostrou resistência e me beijou de volta. Beijar Fernanda era como se fosse à primeira vez, era sempre a mesma sensação de borboletas no estômago.

-Julia, eu ainda não me acostumei com isso. – ela separou de mim e abraço os braços. – tem muitas pessoas aqui, você entende né?

-Entendo linda, mas não concordo. A gente não precisa deixar de ser quem a gente é por medo de ninguém, olha em volta o tanto de casais heteros se beijando sem se preocupar com nada, isso é direito nosso também. – Segurei as mãos dela mostrando segurança, eu entendia o medo dela e queria deixar ela confortável. – Vamos, vou te levar pra conhecer a casa.

De mãos dadas fomos andando pela fazenda, era tudo lindo vinha aqui desde pequena, conhecia os quatros cantos daquele lugar. A mãe de Davi era muito amiga de mamãe, então esse lugar me trazia boas lembranças, e me deixava com uma saudade boa dela.

- Está tudo bem Julia? – Fernanda me perguntou, me tirando do meu momento nostálgico.

-Está sim linda, estava lembrando uma pessoa que me faz muita falta. Minha mãe sempre me trazia aqui, a gente passava o dia brincando naquela casinha ali. – Eu disse apontando pra um casebre que tinha mais a frente. – Vamos ate lá

Fomos até lá entramos, tudo continuava igual até o cheiro era o mesmo, a casa foi feita por um dos peões do pai de Davi, que depois reformou e deixou pra gente brincar. Era tão pequena que parecia casa de boneca, tinha um sofá, uma TV e um vídeo game antigo que Davi e eu passávamos o dia jogando.

- É bem fofinha aqui, parece até casa de boneca. – Fernanda disse entrando.

-Parece mesmo, era nosso esconderijo, corríamos pra cá pra fugir das nossas mães.

-Você gosta de se esconder pelo visto, é o segundo refugio que descubro.

-De você eu não quero esconder. – Eu disse puxando ela pra mais perto. - Na verdade eu quero poder cada vez mais te mostrar o meu mundo.

Eu estava rendida por ela, por aquele sorriso tímido, por aquele beijo. Fernanda me deixa vulnerável a ela, eu não tinha mais pra onde correr, eu á queria.

Você partiu! (Concluída)- (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora