Fortes Emoções

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POV JULIA

A vida sempre tinha mania de me pregar peças.

     Depois da noite maravilhosa que eu tive com Fernanda eu á deixei em casa, com mil planos pra nós. Eu parei pra pensar em tudo que aconteceu nessas férias, em como nos duas estávamos cada dia mais ligadas uma no outra e decidi que iria pedir ela em namoro.

     Sim, eu queria voltar pra capital com Fernanda ao meu lado, sei que muitas pessoas iam achar que era cedo demais, que eu acabei de sair de um relacionamento, mas eu estava certa da minha decisão. Era ela quem eu queria e acho que ela também me quer, depois da entrega que ela teve comigo no dia que fizemos amor, sim nos fizemos amor, pois eu nunca fiz algo parecido com ninguém, nem mesmo com Sarah.

    Mas acho que a vida nunca compactou muito com meus planos, pois vive me pregando peças.

-Sarah? O que você está fazendo aqui?

    Eu cheguei em casa após deixa Fernanda e me deparo com Sarah me esperando em altos papos com Josy

-Isso são modos de tratar sua namorada? – Sarah veio até mim deixando um beijo na minha boca. – Eu vim atrás de você, já que resolveu me ignorar as ferias inteira.

-Sarah você terminou comigo, lembra? – perguntei me afastando dela.

-Ai amor, foi só uma briguinha de casal, ora essa. Ate parece que não está acostumada.

-É, mas dessa vez é diferente. – eu já estava ficando irritada com ela. - Eu não quero mais esse namoro.

-Ai Julia, você é tão dramática às vezes, eu já te perdoei amor. – Ela veio tentando me beijar novamente. – Estou combinando com a Josy, vamos sair após a festa de ano novo do seu pai.

-Não, eu não vou com vocês. – eu precisava de um banho. – E chega Sarah eu não vou discutir isso com você agora.

   Subi para o meu quarto sem chance de ouvir a resposta dela, eu não podia acreditar nisso, eu não quero ter que ficar dando explicação pra ela, eu não quero estragar as lembranças da noite maravilhosa que eu tive com Fernanda.

     Os dias foram passando e Sarah estava cada dia na minha cola, parecia chiclete no tamanco, aonde eu ia ela estava, sempre tentando forçar a barra entre nos duas. Os dias foram passando e eu não consegui conversar com Fernanda, toda vez que eu tentava mandar uma mensagem ou liga, Sarah estava lá no meu encalço.

    Hoje eu acordei mais cedo disposta em ir ate a casa e Fernanda, pra falar com ela tudo que estava acontecendo, pra dizer a ela o motivo do meu sumiço, certeza que ela deve estra pensando besteira. Até eu estaria, afinal tem três dias que eu não dou as caras, não ou uma satisfação.

    Desci e encontrei papai tomando café, me juntei a ele e começamos a conversar sobre o escritório que eu queria abrir, e ele queria investir nisso.

-Minha filha, você sabe que o papai morre de orgulho de você né. – Meu velho pai se emocionava atoa. – Da sua irmã cabeça dura também, vocês duas são meus tesouros.

-Existe pai mais bobão que o meu? Vem cá me dar um abraço. – levantei e fui até ele. – te amo seu Afonso.

-Quanta melação essa hora da manhã, meu Deus. – Josy entrava na copa com seu mau humor matinal.

-Vem cá que também tem pra você, minha filha linda. – apesar de papai e josy darem choque toda vez que se encontram o amor entre os dois era lindo. – vem cá dar um beijo no papai.

-Ai que cena linda, também vou querer beijo sogrão. – Sarah desceu se juntando a nos.

    Apesar de não ir muito com a cara dela papai também a abraçou. Ele nunca se opôs a minha sexualidade, pelo contrario ele sempre esteve ao meu lado e morria de medo de algo acontecer a mim.

-Bom meninas a prosa está boa, mas tenho um encontro com minhas uvas.

-Também estou descendo pai. – levantei e ouvi a campainha tocar.

- Ei amor, não ganho um beijo de bom dia? – Sarah me perguntou e eu fui bufando até ela pra me despedir. Sarah estava me irritando só de respirar ao meu lado.

     Papai abriu a porta enquanto eu me despedia de Sarah com um beijo no rosto, mas em fração de segundo ela grudou a boca na minha e eu não consegui me soltar.

-Dona Marta, que surpresa boa, Fernanda como você está? Cada dia mais linda isso posso garantir.

     Quando ouvi aquele nome um filme passou em minha cabeça, eu olhei e Fernanda estava parada com os olhos grudados em mim e em Sarah.

POV CELIO

     Depois que está jararaca loira entrou na minha vida eu não tive mais sossego, Camila conseguiu fazer dos meus últimos dias um verdadeiro inferno. Ela fez com que meu pai desconfiasse da minha sexualidade, então meu pai estava cada dia mais em cima.

    Meu pai não me deixava mais me paz, sempre que ei a fazer algo Cláudio tinha que ir comigo, eu sempre mantive a discrição por medo do meu pai, eu nunca de "pinta" nenhuma, mas Camila conseguiu implantar uma pulga na atrás da orelha do meu pai, e ir morar na capital com Fernanda já era algo distante de acontecer.

-Mamãe, o pai está louco ele não pode fazer isso comigo. – Eu estava na sala deitado no colo da minha mãe enquanto ela acariciava meus cabelos.

-Filho, você tem que manter a calma. – Mamãe tentava fazer com que eu não me irritasse mais. – Você sabe que não adiante bater de frente com ele né? Mantenha a calma meu amor.

- Ai mamãe, como pode alguém ser assim? Será que eles não conseguem ver que as pessoas amam quem elas quiserem? – Isso sempre me indignou, preconceito é algo muito sem cabimento. – Eles não têm que se meter nisso, se eu amo "Maria ou João" é um problema meu.

-O QUE VOCÊ DISSE AI GAROTO? – Papai chegou gritando onde estávamos e ouviu o final da nossa conversa. – ENTÃO AS DISCONFIANÇAS DE CAMILA NÃO ESTAVAM ERRADAS NÉ SEU INVERTIDO?

  Eu levantei em um pulo e meu pai veio pra cima de mim me segurando pela gola da camisa gritando comigo.

-Roberto solta ele agora. – mamãe disse enérgica e meu pai não moveu um musculo pra me soltar. – Você vai machucar nosso filho!

- EU NÃO SOU PAI DE ABERRAÇÃO NENHUMA. – Meu pai me sacudia enquanto falava aquelas barbaridades. – FALA CELIO, VOCÊ É GAY? VOCÊ JÁ SABIA NÃO É MESMO TEREZA?

   Eu só conseguia chorar e tentar me soltar das mãos daquele transtornado.

- Roberto para com isso, vamos conversar como pessoas normais, como uma família. – Mamãe puxava meu pai de cima de mim que me distribuía tapas e socos, enquanto Cláudio chegou correndo pra ver a gritaria que estava acontecendo.

-Pai solta ele, o que está acontecendo gente? Alguém me explica? – Cláudio conseguiu fazer meu pai me soltar.

-VOCÊ SABIA QUE SEU IRMÃO É UM FRUTINHA? UM INVERTIDO? – Meu pai parecia que ia ter um infarto de tão nervoso que ele estava, mamãe me abraçava enquanto chorava.

- CHEGA ROBERTO, EU NÃO VOU ADMITIR QUE VOCÊ FIQUE FALANDO ESSAS ATROCIDADES PRO MEU FILHO. – mamãe gritava com meu pai a essa altura.

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-EU NÃO VOU FICAR AQUI OUVINDO ESSAS COISAS. - Eu que permanecia calado, tirei coragem do fundo da alma e me pronunciei. – SABE PAI, EU SEMPRE ME ESFORCEI PRA TE AGRADAR, MAS AGORA CHEGA!! EU NÃO QUERO MAIS ISSO, SAIBA QUE VOCÊ NÃO PRECISA MAIS PREOCUPAR COMIGO, QUEM NÃO QUER SER MAIS SEU FILHO SOU EU!

  Eu corri daquela casa, sem rumo, sem direção, mas com uma sensação de liberdade.

Você partiu! (Concluída)- (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora