Paixões

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POV JULIA

    Deixei Fernanda em casa com uma sensação estranha, não estava confortável com ela saindo com o Marcos, não sei bem explicar o que estava sentindo, na verdade eu acho que nem deveria estar sentindo essas coisas, Fernanda é livre e desimpedida e eu sou casada e muito bem casada.  Por falar nisso Luíza passou o dia sem me ligar e isso já estava me deixando enfurecida, custava ao menos me mandar uma mensagem? Eu passei o dia tentando não pensar nela e Silvia juntas, a visita no orfanato me fez esquecer esses problemas e estar com Fernanda me deixava feliz. Minha amizade com ela estava crescendo e eu não podia deixar meus sentimentos do passado estragar isso, muito menos prejudicar meu casamento, cheguei em casa disposta a esquecer do encontro dela com Marcos.

     Antes de ir pro banho chequei o celular mais uma vez na expectativa de um sinal de vida de Luíza, mas nada tinha mudado joguei o celular na cama e enchi a banheira. Entrei sentindo a temperatura da água, estava cansada, chateada e me sentindo sozinha. Encostei minha cabeça na borda da banheira e parei pra pensar na minha vida, fui lá pro passado no dia em que conheci Fernanda, ela era tão doce, tão ingênua, nem se parece com a mulher que ela se tornou hoje em dia. Me recordei do dia em que vi Luíza pela primeira vez, ela sempre linda com essas roupas sociais que à deixa simplesmente linda. Duas mulheres que tinha um peso enorme em meu coração, mas hoje em dia assumem posições diferentes. Perdi a noção do tempo que fiquei dentro da banheira, meus dedos já estavam enrugados e a água já tinha esfriado. Me enrolei no roupão e fui buscar um vinho, voltei pro quarto e meu celular tocava.

-Alô? Oi amor tudo bem por ai. – Luíza falava eufórica do outro lado da linha. – Desculpe não te ligar mais cedo, me enrolei toda por aqui.

-Oi Lu, tudo bem e por ai? – Eu fingia falsa animação.

-Está em casa? Chegamos agora. – Ela pareceu arrependida do que tinha dito. – Como estou sem carro peguei uma carona.

-Com Silvia né? – Minha irritação era palpável. – Eu já estava indo dormir acabei de sair do banho.

-Amor, não precisa desligar. – Eu tinha uma das mãos na cabeça. – Foi só uma carona, e estávamos com o pai dela, não fica chateada comigo. Por favor!

-Está tudo bem Luíza. – Queria desligar logo. – Quando você volta?

-Detesto quando você me chama de "Luíza". – Eu sei que ela não gostava de ser chamada assim fora do escritório, mas chamava quando que estava chateada. – Meu pai quer que eu fique até finalizar a compra de mais um imóvel, mas eu prometo não demorar.

-Entendo. – Simplesmente não conseguia render assunto quando algo me chateava.

-Amor vou desligar estou indo jantar, com os donos do imóvel. – Luíza pensou um pouquinho, mas mesmo assim me disse. – Te amo tá.

-Ok, até mais. – Suspirei cansada. – Também amo você.

    Desligamos e fiquei deitada olhando pro teto imaginando milhões de coisas, só de pensar me deixava irritada. Minha campainha tocava sem parar e pra tocar daquele jeito só podia ser uma pessoa: Felipe.

-Nossa, onde você estava. – Ele já foi invadindo meu apartamento. – Te mandei um milhão de mensagens.

-Oi pra você também. – Não estava afim de visitas. – Estava na banheira pensando na vida.

-Está com saudades da Lu né mana? – Felipe me abraçou. – Mas vim te buscar pra você se distrair um pouco.

-Ah nem vem, hoje eu não vou a canto nenhum, inclusive já ia deitar.

-Claro que vai, sou seu irmão mais velho e com isso você precisa me obedecer. – Ele fingia autoridade.

-Até parece né. – Ri da cara dele. – Serio Lipe, deixa pra outro dia.

Você partiu! (Concluída)- (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora