É o fim!

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POV LUÍZA

Mais de doze horas de voo e eu estava exausta, meus pais tinham ido nos buscar no aeroporto e nunca os vi tão feliz quando cheguei lá com Silvia a tira colo. Meu pai amava a loira e isso alimentava ainda mais o ego dela. Fiquei em um quarto e Silvia ficou no quarto da frente, precisava de uma banho e descansar um pouco, mas antes queria conversa com Julia, tentei mas o telefone dava fora de área e o aplicativo de mensagem mostrava que ela estava off-line a um bom tempo, preciso me resolver com Julia, estava decidida em contar sobre o beijo que Silvia me deu, não queria mentir pra ela Julia não merecia isso. Descansei por umas 4 horas seguidas, acordei com minha mãe entrando no quarto com uma bandeja com algumas frutas e um almoço levinho.

-Filha nós já almoçamos, não deixei que Silvia te acordasse. – Mamãe sentou em minha cama. – Está tudo bem minha filha?

-Ai mamãe, não sei se está tudo bem! – Suspirei remexendo na comida. – Meu casamento não anda lá essas coisas.

-Lu, você sabe que a coisa mais importante pra mim e para o seu pai é a sua felicidade, independentemente com quem quer que seja. – Minha mãe tentava ser mais compreensiva com meu casamento. – Eu não tenho nada contra a sua esposa, mas acho que vocês duas não estão na mesma sintonia, na verdade acho que nunca estiveram.

-Não fale assim mamãe, eu a amo.

-Não disse que não amava, mas não vejo que essa relação tenha futuro. – Minha mãe segurou minhas mãos e continuou. – Filha você abriu mão de tantas coisas por essa relação, seu sonho de ser mãe, de expandir seu negocio, não acho que Julia tenha culpa sozinha, mas você apenas deixou tudo de lado.

-Mãe em uma relação existe coisas que abrimos mão, Julia nunca me negou o desejo de ser mãe, apenas adiamos isso. – Não achava justo ela dizer isso.

-Veja como Silvia está sempre ao seu lado, é diferente meu amor. – Estava demorando. – Vocês nunca deixaram de se amar, essa é a verdade. Os jeitos que vocês se olham, se cuidam, o pouco que convivi com sua esposa quando fomos ao Brasil da pra ver que são intensidades diferentes.

-Mamãe, não me deixe mais pilhada do que já estou. – Não era justo comigo. – Não se esqueça de que Silvia me deixou.

-Que eu me lembre de foi você quem não quis acompanha-la, enfim você é adulta e tenho certeza de que fará o melhor da sua vida. – Minha mãe se levantou e deixou um beijo no topo da minha cabeça. – Pense sobre isso!

Minha mãe saiu e fui em busca do meu telefone, fiquei chateada ao ver que não tinha uma mensagem se quer de Julia, nem pra saber se eu tinha chegado bem, mais cedo tinha conversado com Fernanda e pedi pra ela avisar Julia que tínhamos que conversar, não tinha pego no telefone desde então. Comi quase que sem vontade, estava chateada de verdade, Julia e eu precisávamos conversar de uma vez por todas.

-Acordou bela adormecida? – Silvia colocou a cabeça pra entro da porta. –Posso entrar?

-Claro! – Bati na cama e ela se sentou, minha mãe colocou minhocas em minha cabeça.

-Estava tomando um vinho do porto com o sogrão. – Silvia não perdia a mania de chamar meu pai assim. – Você tem que provar depois.

- Posso lhe fazer uma pergunta? – Ela me olhou curiosa.

-Não fui eu! Eu juro. – Ela fez graça e mandou eu prosseguir.

-Se eu tivesse viajado com você, a gente teria nos casado?

-Luíza eu acho que nunca falei isso pra você, na verdade nunca falei pra ninguém. – Ela suspirou cansada e continuou. – Eu nunca sofri tanto por alguém como sofri com a minha partida, eu pretendia voltar logo e ter retomado nosso noivado de onde paramos, mas acontece que minha estadia na Austrália foi prorrogada e quando vi você noiva da pirralha meu mundo caiu me afoguei em umas boas garrafas de tequila.

- Por que você não me procurou? –Queria entender o que tinha acontecido, tínhamos coisas inacabadas.

-Eu sempre achei que você não queria me ver nem pintada de ouro, por isso busquei me manter longe. – Silvia sempre foi sincera comigo e eu acreditava nela. – Quando você se recusou a viajar comigo confesso que fiquei muito chateada, mas entendi seu lado e apenas segui meu rumo, eu tinha quer dar a resposta logo, por isso fui sem avisar.

-Compreendo. – Dei um gole no meu suco. – Você me amava?

-isso é alguma pegadinha? – Ela sorriu e me respondeu. – Eu nunca deixei de amar você Luíza, não teve um só dia em que eu não desejei ter você comigo!

Não tive palavras pra responder aquilo, apenas senti meu coração bater descompassado. Sim eu ainda amava aquela loira esnobe, e não podia negar isso. Silvia sentou mais próxima e me abraçou, ela entendia que eu não queria ser filha da puta com Julia, ela sabe do meu caráter por isso depois do beijo que demos não voltamos a tocar mais no assunto.

-Acho que você devia ligar pra Julia. – Ela disse quebrando o silencio. – Quando você estava no banho ela ligou e eu acabei atendendo, desculpa Luíza não fiz por mal.

-Que merda! – Agora entendi o motivo de Julia não me ligar.

Levantei discando pro numero de Julia, mas estava fora de área, tentei ligar via facetime e nada também, tentei ligar pro fixo pelo horário ela já devia estra em casa. Chamou até cair, liguei novamente e no quarto toque a voz carregada de Julia atendeu.

-Julia, por favor não desliga! – Falei assim que ela atendeu. – Precisamos conversar.

-Agora você quer conversar? Cansou de Silvia? – A voz dela era puro sarcasmo.

-Julia foi um mal entendido, por favor me escuta. – Estava desesperada e Silvia me observava. – Cadê seu celular?

-Está quebrado! Luíza me conte a verdade, eu quero que seja sincera comigo. – Ela tinha voz de choro e me partiu o coração. – Você ama essa mulher?

-Amor não faz isso. – Eu já tinha lágrimas nos olhos.

-Apenas me responda Luíza!

-Sim, mas não significa que eu não ame você! – Senti que ali meu casamento estava se ruindo de vez.

-Era só isso que eu precisava saber Luíza quando você voltar conversaremos sobre nossa anulação. – Julia falou secamente e meu coração se despedaçou e vários pedaços. – Não quero que tenha pena de mim, não posso te prender em uma relação onde você ama outra pessoa.

-Julia espera, por favor. – Silvia observava a cena sem expressar nenhuma reação.

-Luíza, fica bem e não se preocupe que nossa sociedade não saíra prejudicada. – Julia estava magoada, tanto quanto eu. – Eu espero que nós duas possamos resolver tudo como adultas, tenha uma boa noite.

Ela desligou sem esperar por resposta, apenas me derramei em lagrimas enquanto era consolada por Silvia que até então estava calada.

-Meu bem, por favor, não fique assim! – Silvia disse enquanto acaricia meus cabelos. --Vocês podem se resolver quando voltar.

- Não sei se tem como resolver. – Só sabia chorar. – Ela quer o divorcio. -- Silvia não disse nada e eu não sei por quanto tempo fiquei naquela posição com ela e acabei adormecendo.

Eu amava Julia, aquele jeito certinho dela, mas era uma menina boba quando estava descontraída, o tempo que passamos juntas será difícil de esquecer, pois foi com a ajuda dela que conseguir amenizar a falta que Silvia me fez. Julia sempre será uma parte importante da minha vida e isso jamais ficará esquecido.

Você partiu! (Concluída)- (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora