Dia de cão

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POV FERNANDA

Sentei e Luíza desabotoava minha camisa, olhando diretamente em meus olhos, Julia estava atrás da esposa tirando a própria roupa, Luíza subiu novamente e voltou a me beijar e Julia ajoelhou na minha frente e com aquele sorriso safado que só ela tinha começou a me chupar.

    Aquele sonho não saia da minha cabeça, como isso foi acontecer comigo? Eu devia estar ficando louca isso sim. Um novo dia estava começando e eu precisava focar no meu trabalho, esquecer esse sonho maluco e também arrumar tempo pra estudar um pouco, o dia da minha prova estava ficando próximo.

      Levantei e tratei logo de me arrumar, hoje escolhi um vestido preto de alças largas que contornava as minhas curvas na altura dos joelhos, nos pés coloquei um sapato da mesma cor, meu cabelos loiros estavam ondulados dei os últimos retoques na maquiagem e segui para o escritório.

    O carro que seu Luís me deu, foi vendido há alguns anos atrás e com o dinheiro Tito e eu demos entrada no apartamento que moramos hoje, o dono do apartamento estava indo embora do Brasil, então foi um negócio excelente pra gente. Eu não vou comprar um carro novo por agora então tinha que me virar nos carros por aplicativos.

    Cheguei ao prédio, e como sempre seu Alberto me recepcionou com um belo sorriso incrível como ele sempre estava de bom humor, ao contrario das mulheres que entraram logo após. Nem uma das duas respondeu o coitado do velho, que ficou sem graça em dar bom dia ao vento.

   Um frio na percorreu em minha espinha quando as três juntas entraram no elevador, as imagem do meu sonho voltaram a povoar minha mente e eu só queria que o 18º chegasse logo.

-Bom dia Luíza, bom dia Julia. – as duas apenas acenaram com a cabeça e voltaram a olhar pra tela do celular.

    O elevador parecia subir mais lento que o normal, e meu desconforto estava quase visível, eu abraçava minha pasta contra o peito e senti os olhos de Julia pesar sobre mim.

    Chegamos ao nosso andar e cada um foi para as suas respectivas salas, Luíza retirou os óculos escuros e mesmo que a maquiagem tentava esconder dava pra perceber que ela havia tido uma péssima noite, as olheiras estavam terríveis.

-Fernanda, remarque todas as minhas reuniões pra amanhã e hoje eu não irei atender ninguém. – Luíza sentou em sua mesa ligando o computador.

-Claro, posso ajudar em algo mais?

-Apenas seu trabalho será o suficiente, obrigada. – Ela disse com uma grosseria que eu desconhecia. – Se eu precisar de algo te aviso.

      O dia ia ser pesado, isso eu não teria duvidas. As lembranças do meu sonho se desfizeram e eu passei a manhã inteira encucada com o mau humor absurdo de Luíza. Continuei com meu trabalho e ela não deu nem uma palavra até a hora do almoço.

-Fernanda peça a Helen pra providenciar meu almoço aqui na sala mesmo, e depois você pode ir fazer seu horário. – Apenas respondi com a cabeça e fui avisar Helen.

-Hoje a bruxa está solta nesse escritório, cruzes. – Helen e eu saímos pra almoçar.

-Nem me fale, Luíza está o cão.

-Certeza que as duas devem ter brigado, Julia também não está nada amigável. – Helen e eu já estávamos na cantina esperando nosso pedido.

-Nunca imaginei que Julia seria assim, ela sempre foi tão alegre. – Helen me olhou com interrogação.

-Você a conhece de algum outro lugar? – Ela me questionou.

    Não podia sai por ai contando uma coisa que não pertencia só a mim, ainda mais depois do pedido que Julia tinha me feito.

-N.. não, claro que não me expressei mal. – Nossa comida chegou e eu fui salva. – Vamos comer logo, pois hoje não podemos atrasar.

        Terminamos o horário de almoço e voltamos para o trabalho, Luíza continuava calada e focada no trabalho, não imaginei que meu segundo dia aqui seria tão tenso. Vez ou outra eu olhava pra Luíza, ela lia algo no computador e usava óculos de grau o que a deixou extremamente sexy, seus cabelos estavam presos pra cima, e a camisa branca estava aberta além do necessário.

-Algo de errado senhorita Fernanda? – Levei um susto enorme com a voz de Luíza me despertando dos meus pensamentos.

-Nem um Drª. - Falei sem ter coragem de encarar ela, será que ela percebeu que eu estava a observando?

-Preciso que vá até a sala de Julia e acerte com ela os últimos detalhes da festa do escritório, ela já está ciente do que se trata. – Ela me passou alguns detalhes e eu segui pra sala de Julia, bati e entrei quando ouvi ela permitir minha entrada.

-Boa tarde Julia, Drª Luíza me pediu pra acertar os detalhes da festa com você. – Ela me olhou e me ofereceu a cadeira.

-Já estou ciente, precisamos terminar a lista de convidados e alguns detalhes finais. – Ela mantinha os olhos na tela do computador, e quando me olhou tinha um olhar tristinho. – Essa festa não pode ter erros, vamos começar?

     Começamos com uma enorme lista de convidados, alguns advogados renomados, uns jornalistas e até alguns políticos, Julia me falava o nome de cada um e sempre contava algum podre deles, ela parecia estar mais leve com a atividade que estávamos fazendo.

-Esse aqui tem 80 anos e tem uma namorada de 21 acredita nisso? – Ela me mostrava um velho bigodudo. – Ele é mais um politico que Luíza faz questão de manter relações.

-Talvez ela o ame, idade não é só um numero.

-Ai Fernanda, você mudou muito sabia? Mas sua ingenuidade ainda continua ai. – Ela me iluminou com aquele sorriso lindo que fazia meu coração errar algumas batidas.

     Nossos olhares se sustentaram por algum tempo, eu me perdi por alguns segundos minha mente me levou pra Cinco anos atrás, me trouxe de volta a lembrança de ter Julia pra mim.

-Posso te fazer uma pergunta? – Sua voz rouca me fez quebrar aquele contato visual. - Por que você nunca quis me ouvir? Por que você fugiu de mim?

-E...eu – Eu não tinha resposta pra ela, nem eu mesmo sei o por que eu nunca deixei ela se explicar, eu tive medo de Julia brincar com meu coração, eu era insegura e Sarah fez questão de me deixar ainda mais.

-Eu nunca tive a oportunidade de me explicar, eu nunca tive a chance de me defender. Eu te liguei, eu fui atrás de você, mas você sempre fugiu. – Estávamos em pé agora, ela estava de pé frente a mim. Quando eu pensei nas respostas Helen bateu na porta.

- Julia, já deu minha hora vim saber se precisam de algo? E Fernanda Drª Luíza já foi também. – Helen se despediu e eu comecei a juntar minhas coisas.

-Nossa não vi a hora passar, passamos do horário. – Ela começou a juntar as coisas dela também. – Você está de carro?

-Não, vou pedir um uber. – Eu estava evitando olhar pra ela novamente.

-Nada disso, eu levo você. – Saímos do escritório e já havia poucas pessoas ali. – Você não vai fugir da nossa conversa dessa vez Fernanda!

Você partiu! (Concluída)- (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora