Capítulo 11 - Esperança

88 17 39
                                    


Maddrum e Maya

Três dias marchando para o fronte de batalha ao norte e Maddrum, a cada passo, se lembrava mais e mais do motivo de precisarem da ajuda da Rainha Mab.

Os pequenos acampamentos com os feridos que eram removidos do fronte, as tribos menores que se refugiavam em direção ao bosque, todos viam a Rainha Mab como esperança. Maddrum sentia a dor deles, seu desespero, pois ele compartilhava do mesmo, mas para ele, Mab não era a esperança, Maya era.

Nesses três dias, ela utilizou sua magia para recuperar feridas que levariam semanas em um piscar de olhos, inspirou os que fugiam a seguir para a terra dos nossos aliados minotauros e os que ainda podiam lutar a nos seguir para o fronte. O que era apenas uma pequena comitiva retornava como um novo batalhão de veteranos inspirados por ter uma princesa feérica ao seu lado.

O que levava o Chefe de Guerra a entender mais o porque da Rainha Mab não enviar todos seus poderosos feéricos para o fronte.

"Ela não quer acabar com a guerra, ela quer que eles sofram, mesmo que isso nos faça sofrer junto."

O nascer do sol no horizonte refletia o vermelho do fronte de batalha, todo amanhecer e entardecer era o lembrete que tinham sobrevivido mais um dia, uma noite e que muitos não tiveram tanta sorte.

Maya se aconchega nos longos cabelos de Maddrum enquanto ele a carregava junto de suas tropas, a bela fada abraçava o tronco do chefe de guerra, adormecida, e o trotar de Maddrum embalava seu sono.

"Se Mab quer guerra, me pergunto o que você deseja, pequena." — Se perguntava enquanto segurava as delicadas mãos da princesa de olhos esmeralda.

— Quanto tempo vai continuar com essa humilhação, Chefe de Guerra? — Pergunta um jovem centauro de cabelos e pelagem negros, seus cabelos eram raspados nas laterais e mais curto no topo, desrespeitando as antigas tradições de estética dos centauros. Na verdade, muitos jovens vinham adotando esse estilo por ser mais prático em combate.

— Ao que se refere, Blackfur? E lembre-se de que está falando com seu chefe de guerra. — Diz Maddrum sem nem ao menos olhar para o jovem.

— Não sou mais Blackfur, me chame de Redcoat. Falo de deixar essa fada lhe montar como um cavalo. — Diz o jovem avançando para a frente de Maddrum para ser visto.

— Redcoat? Quem lhe deu esse nome? Sabe que alguém tem que lhe dar o nome de adulto, você não pode simplesmente escolher um.

— Irmão, não mude de assunto. — Um centauro de cabelos longos e castanho-claros, amarrados no alto da cabeça com uma tira de couro, se junta ao centauro de cabelos negros — Todos estão falando sobre sua proximidade com a fada.

— Não sabia que era do tipo de irmão ciumento, Dustwind, não se preocupe, ela é leve como uma pena. — Maddrum dá seu tradicional sorriso ao jovem irmão.

— Todos os feéricos são iguais, eles nos usam em sua guerra e nunca movem um dedo para ajudar. — Redcoat diz, com fúria no olhar — E você é apenas mais um marionete para eles enquanto nosso povo morre preso a antigas tradições. Dustwind sempre diz que você nos guiará para uma nova e melhor era, mas tudo o que vejo são as velhas amarras lhe controlando.

— Stonewise ainda é nosso ancião e quem nos guia, devia ir reclamar com ele. — Maddrum diz avaliando o audacioso centauro à sua frente — E quanto ao que eu faço ou deixo de fazer, é minha decisão e seria sábio de sua parte não ficar no meu caminho, criança.

O poderoso chefe de guerra avança rápido em direção de Redcoat, que se atrapalha e quase cai.

— Perdão ouvir tudo isso que acabou de acontecer, grande guerreiro. — Grawler diz chegando pelo outro lado enquanto seus outros gnolls ficam mais atrás, rindo da situação — Mas isso me levanta a questão, é ofensivo estarmos cavalgando cavalos perto de vocês?

Crônicas de Albaran: Amor de Fadas e Sombras (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora