Capitulo 4- Colossus?

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Chie ainda tentando recuperar seu fôlego e incrédula com o que acabara de ver concordou com Tomoe. Ao amanhecer as energias de Chie renovadas pelo Sol a manteve disposta e ela conseguiu abrir o portal. As duas entram em um esconderijo escuro a princípio, mas quando Chie afasta a cortina com sua mão, era um lugar feito com árvores e iluminado com pequenas luminárias improvisadas, feitas de papel colorido e com desenhos feitos à mão.

Ouvir:


-Você tem tudo isso? Como? -Tomoe disse olhando nos arredores da casa.
-Ah, muito esforço e...roubo! HA! Fazer o que, sei me dar bem -ela se esticou em uma rede colocando seus braços para o alto.
-Você roubou essas coisas das pessoas?
-Elas não vão sentir falta. Além do mais, pelo o que eu conheço dessa cidade, a maioria não sobrevive. Contraem uma doença ou morrem de fome... Aqui, não ligam para nós.
-É realmente triste. E como você conseguiu fazer aquilo? Só vi as pessoas do meu povo conseguirem abrir um portal.
-Você já saiu para outros lugares além da sua cidade?-Chie disse estranhando aquilo.
-Chie, nós temos que -Fuyuu desce as escadas e se assusta com Tomoe, dando um grito- AAAH!! Que? Por que trouxe essa mulher aqui, Chie?!
-Quieta Fuyuu..ela me salvou, devo isso a ela. Então...você é de Kyoto, muito nova para ser espadachim, o que acha disso? -ela desceu da rede pegando uma faca e uma madeira.
-Na minha cidade costumam começar bem cedo. E eu quis também.
-Você quis isso? Sério? -ela bufou.
-E você quis começar cedo com o lance da magia?
-É uma coisa de família! Então...Fuyuu fez isso -ela passou a mão sobre a árvore modificada em formato de espiral.
-E como você acabou sendo banida?
-Shh! -Fuyuu disse a repreendendo- não falamos disso aqui.
-Tudo bem, irmã. Já superamos isso- ela disse lixando uma das suas pequenas estacas de madeira e a fincou no chão - o que importa é o agora. E agora...você é importante, samuraizinha- ela coloca as mãos em seu ombro- você vai nos ajudar a roubar.
-O que? -ela levanta uma das sobrancelhas.
-Sim! O que acha? Pode ficar aqui com a gente! -Chie disse e Fuyuu cuspiu a água que estava tomando.
-E pretende viver aqui até quando? -ela segura em um dos objetos roubados o examinando.
-Eu nunca vou sair daqui. Já vivo aqui há 17 anos. É bem melhor que Neji.-Fuyuu a cortou.
-Você disse Neji? Eu preciso ir até lá -Tomoe falou surpresa e Fuyuu tampou a boca olhando e se desculpando para Chie que estava de costas para elas- o que houve?
-Nada -Chie disse em seco- não tem nada para fazer lá. -ela saiu andando para outro lado do cômodo.
-É difícil para ela, Tomoe -Fuyuu disse- desde o acidente.
-Que acidente? -ela perguntou e na mesma hora, Chie desceu a casa na árvore, indo até a cidade pegar mantimentos, Tomoe bateu em seu ombro e Kimbo em forma de rato subiu e se segurou nela, descendo em seguida de Chie.
-Ei, me espere. -Tomoe disse correndo atrás dela.- até quando vai ficar correndo das coisas?
-Não preciso correr de nada - Chie disse revirando os olhos e andando rápido.
-Correu agora, a gente estava falando sobre Neji e você fugiu.
-E? -Chie disse irritada,
-E que se você sumir ou quase morrer de novo, quem vai me levar até lá?
-Olha, eu não sei o que você quer com essa conversa mas- Chie parou de andar e ficou paralisada, olhando um sinal forte de fumaça que vinha do orfanato, que ficava logo no começo da cidade.

"As crianças!" -Elas disseram em conjunto e saíram correndo em direção ao orfanato, que estava em destroços, irreconhecível. Chie entrou em casa e levantou uma das madeiras que haviam caído em cima das crianças, boa parte não havia resistido. Quando Tomoe se deu conta procurando pelas crianças viu uma marca de pegada marcando todo o perímetro da casa.
-O que aconteceu aqui? -Tomoe disse e pisou sem querer uma das bonecas de pano de Tiomi. Ela a pegou e abraçou escorrendo uma lágrima, se perguntando por que todo lugar que ia uma catástrofe ou pessoas tinham de morrer ou sofrer. Nesse mesmo momento encontrou Yasu, que tremia do lado de fora com a tossindo sangue, se arrastando pelo chão e as vestes rasgadas.
-Tomoe-Yasu disse com dificuldade e respirando lentamente- você voltou
-Sim, eu voltei. O que aconteceu? Eu ouvi gritos.
-Algo esmagou nossa pobre casa...foi terrível, estávamos brincando e -ela disse e gemeu de dor, Tomoe Manteu sua cabeça alta e fechou os olhos.
-Me desculpe, não estar aqui para protegê-los.
-Você tem uma missão, menina -ela pegou em sua mão - eu sei que tem. Eu? Já fiz meu trabalho por aqui , Tomoe. -Yasu fechou os olhos segurando em sua mão e morreu em seus braços, Tomoe abraçou-a e Chie com lágrimas nos olhos, tampou sua boca, chorando.

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