Ouvir:
De volta a floresta para o templo Yug, Yukiteru andava mancando apoiado em Misaki, Ayano estava ao lado de Tomoe que carregava Kimbo em seus braços na forma Usagi (coelho). A samurai apressou o passo e foi a frente com Naoto.
-Fizemos um bom trabalho, não? – Ela disse ajustando sua mochila nas costas.
-Sim, de fato. – ele disse caminhando, seguindo a trilha.
-Ei, podem ir mais devagar? Eu estou com dor nas pernas – Yuki apoiou suas mãos nos joelhos.
- Vamos logo seu molenga! Eu não aguento mais te levar! -Misaki o repreendeu.
-Não grite comigo! -Yukiteru fez um bico.
-Pessoal, e o que vamos fazer com isso? -Tomoe sinalizou para sua mochila.
-Obviamente Yoko terá as respostas. -Naoto disse.
-Devíamos voltar a sociedade! – Tomoe exclamou e Yuki logo parou de choramingar.
-Ora, ora. Mas não era você quem não queria voltar? -Yukiteru cruzou os braços em um tom irônico.
-É o único lugar que Xuan nunca poderia passar. -Tomoe disse.
-A não ser por Mao, eu não confio nele. -Misaki disse.
-Então para onde vamos com esse coração? – Tomoe perguntou a olhando.
-Precisamos ser sutis. E que cheiro podre é esse? -Misaki tampou seu nariz.
- Ah, isso? -Tomoe levantou a cabeça de Shig e todos gritaram de susto- poderia ser um atrativo.
-Por que trouxe isso sua louca? -Misaki gritou.
-Eu quis – Tomoe disse e Misaki puxou seus cabelos.
-Jogue fora isso!-Misaki dizia.
-Vocês conseguiram – A monge Yoko abriu a porta do templo, incrédula.
-Oi, tia. – Tomoe acenou enquanto se debatia com Misaki.
-Jogue isso fora! Jogue! -Misaki dizia batendo a cabeça de Tomoe no chão.
Quando se reuniram dentro do templo. Estavam sentados em círculo, discutindo, falando um por cima do outro, até que Naoto convocou seu poder de som, fazendo os outros se calarem e tamparem os ouvidos.
-Obrigada, Naoto -,Yoko disse- bem guerreiros, precisamos nos apressar e realizar a magia de proteção para esse último artefato que permite a total transformação de Zung. E envia-lo para longe, para minha irmã Mitsuo.
Assim que Yoko desembrulhou o coração e o pegou ela primeira vez em suas mãos. E teve a visão do templo de Yug em chamas e todos mortos, seus olhos se tornaram brancos e quando voltou a consciência, todos a encaravam preocupados.
-Está tudo bem?- Naoto a segurou nas costas.
- Sim. Só precisamos ser rápidos.-Yoko disse e pegou um dos pergaminhos com o ritual para que artefatos fossem destruídos , quando tentaram, o ritual falhou causando a morte até de uma das monges que observava. Em três dias tentaram quase todos os pergaminhos com magia contidas e quando tinham uma pequena esperança que desse certo, não funcionava. Pois não era qualquer artefato, mas sim um objeto de um deus.
-Não está dando certo e estamos perdendo tempo -Misaki disse.
-Paciência! -Naoto disse- Yoko saberá como- ele é cortado pela monge adentrando a sala principal.
- Sim, eu sei. A verdade é que, mesmo querendo não posso alterar o destino- Yoko mostrou um dos pergaminhos o desenrolando- vocês devem enfrenta-lo aqui, ele já enviou um deles muitas vezes contra vocês. Não irá parar agora.
-E o que fazemos ? -Yukiteru perguntou.
-Nós lutamos – Tomoe o disse- e precisamos de um plano. Yuki?
-C-certo!-Yukiteru disse nervoso não conseguindo olhar para Naoto, que o encarava.
Yukiteru era um dos maiores estrategistas do grupo. Então, pensou que para proteger o coração Ayano o atrairia com Kimbo e elas estariam sob o efeito do feitiço de proteção. Caso o feitiço não desse certo, outro templo estaria construído como uma segunda dimensão para caso ele entrasse, seria levado a loucura. Haveria dois corações, o verdadeiro que estaria com Tomoe e uma réplica para atrair Xuan com a princesa. Misaki, Yukiteru e Naoto atacariam juntos e Tomoe fugiria com o coração verdadeiro encontrar Mitsuo. Os outros monges seriam realocados até a batalha acabar. A ideia era de atrair o imperador com o coração a uma armadilha, que iriam construir.
Naoto abriu um pequeno portal e sugeriu para enviar uma carta simulando a traição de um dos membros samurais para que Xuan viesse a Neji. Tomoe se retirou da roda e voltou com a cabeça de Shig da mochila o olhando friamente e ofereceu a Naoto.
-Tem certeza disso? -o monge a perguntou.
-Pelos deuses! Ainda guarda isso? -Misaki disse tampando o nariz.
-Sim, é minha declaração de guerra, ele terá o que merece, Misaki. E meu recado. Está dado. – Tomoe colocou a cabeça do demônio das névoas no portal que sumiu ao ser teletransportado.
No Palácio de Crista, Mao recebia as ordens do imperador, que furioso por Shig não ter retornado, derrubava violentamente os vasos da sala Imperial e os quebrava na parede. Mao tentou acalma-lo dizendo que seu exército estava pronto para a invasão ao centro do Japão. Ele passou seu tempo recrutando seus soldados e civis de Kyoto para tal.
-Imperador. Algo foi encontrado nas províncias reais. -Um dos serviçais apareceu se curvando.
-Mande entrar -Xuan fez um sinal com a mão, o convidando para dentro da sala.
Quando entrou, o soldados hipnotizados se curvaram e o entregaram uma pequena mochila. Era a cabeça de Shig ainda sangrando, o imperador entrou em um estado de choque, Mao assustado começou a gritar revoltado:
-Mas isto é um ultraje! Uma falta de respeito ao senhor! Isso significa que-Mao foi cortado pela voz grossa de Xuan.
-Isso significa que eles pegaram o coração...Mas bem, se é guerra que eles querem. Guerra eles terão. – ele derrubou a cabeça de Shig no chão e se retirou para sua sala.
-Mas senhor, então eles conseguiram chegar em Neji -Mao disse andando com ele- mas como? Meu senhor, isso não seria arriscado? É a terra deles, eles tem maior vantag-em -Xuan o segurou pela sua mandíbula, quase a esmagando.
-Está duvidando de mim, seu verme? -ele o pressionou contra a parede- isso é apenas metade de quem eu sou. Com o meu coração, serei invencível. Esperei tempo demais para isso ocorrer. Ainda dúvida de seu mestre? – ele o encarou com seus olhos verdes brilhantes. Era assustador, parte de seu rosto estava coberto pelo capacete negro da armadura e seu rosto era consumido a cada dia que se passava.
-N-Não, mestre. -Mao abaixou sua cabeça, assustado.- O imperador voltou a andar e abriu o portão de sua sala, e quando adentrou, Xuan tomou a consciência para ter uma conversa com Zung.
-Mestre, o que está acontecendo comigo? - Xuan estava com uma aparência magra, parecia estar secando aos poucos, estava inseguro e fraco, pensando se aquilo realmente valia a pena. Fora as dores que sentia por ter de dividir seu corpo com Zung que consumia suas energias, como um parasita.
-Xuan, meu filho. Você esta destinado a grandes conquistas. Glórias. E foi por isto que me invocou, queria ser o mais poderoso de todos. E enquanto a garota não parar de lutar, sua busca será em vão.
- Sim, mas o devo fazer? -Xuan se tremeu e disse olhando ao chão.
-Deve mata-lá com a sua espada, não a minha. Forjada pelos grandes demônios, mas a do próprio guerreiro vermelho.
-Isso não seria mais difícil? -Xuan perguntou.
-Foi um trato. Do passado. -Zung disse em um tom mais firme para encerrar sua conversa- de qualquer jeito, já que Tomoe não quer vir ao nosso lado e não podemos a obrigar. Vamos mata-lá e acabar com isto de uma vez. -Zung sussurrou e o olho de Xuan brilhou com a cor esverdeada
.
Ouvir:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lendas De Kyoto: O Código Samurai
AdventureNa era Bushido, quando o irmão do imperador de Kyoto ameaça acordar um deus antigo para dominar o Japão e tomar seu trono. Tomoe, Misaki e Yukiteru em formação para a sociedade secreta de samurais terão de lutar juntos para que o mundo não caia nas...