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Naoto inalava o ar frio das montanhas e encarava o demônio do outro lado. Já Shig soltava o ar pelas narinas da máscara e andava o cercando.
-Um maldito de sangue. Já quanto tempo eu ouvi falar dessa história. Por que se rendeu ao lado dos cavaleiros? Huh? Por que? Você sabe que essa brincadeira de controlar esse demônio em você não durará muito. Você sabe como isso termina, não sabe? A alma..-ele disse e foi cortado.
-“Perecerá em aqueles que foram sacrificados" Eu conheço todo juramento que meu pai fez. Mas eu não escolhi o sacrifício, então. -Naoto fez aparecer uma espada brilhante em suas mãos com cortes arredondados por dentro da espada, o que a deixava mais cortante. – se renda ou não terei piedade.
-Piedade? Eu pareço precisar de piedade de algum outro demônio? Oh! Não me faça rirr! -sua katana aumentou de tamanho e mudou para a cor roxa.
O som das lâminas se chocaram quando Shig tentou cortar seu pescoço, sua cicatriz saltou de seu rosto imediatamente, os olhos se tornaram vermelhos e Naoto saltou por cima de Shig, desaparecendo no ar e em seguida o golpeando, fazendo ele atingir uma das árvores.
Dentro do esconderijo, Tomoe andava por uma passarela que se iluminava a cada passo que dava, Ayano estava atrás e Kimbo em seu colo. E de repente ela parou e o chão desmoronou a sua frente, criando um grande espaço entre elas e a continuação da passarela. Kimbo em sua forma de cavalo saltou para outro lado com a princesa em suas costas, Tomoe saltou sozinha em seguida, se esforçando pra subir de volta. Ayano a puxou e quando andaram mais um trecho lanças começaram a tentar atingi-las. Kimbo se abaixou e Tomoe se desviava das lanças e pegou uma delas para destruir as outras, ela mandou a princesa seguir o caminho e assim ela fez. A princesa apreensiva e com medo do que agora poderia acontecer seguia com o amuleto do guerreiro Ayato.
Quando ele começou a emitir uma luz vermelha fraca que piscou três vezes e parou. Tomoe chegou em seguida com parte de suas vestes rasgadas e o rosto com arranhões. Ela segurou o amuleto e a caverna mostrou três caminhos a seguir, a samurai estendeu o amuleto e não obteve resposta, nenhuma vez ele emitiu algum sinal.
-E se nos dividirmos? -Ayano sugeriu.
-Seria ótimo senão tivesse cheio de armadilhas. -Tomoe disse.
-Não podemos perder tempo! Os outros estão lá fora lutando contra aquele ser sozinhos!- Ayano disse.
-Eles estão bem, já lutamos contra coisas piores. -Tomoe disse.
-Uaargh! -Yukiteru foi atirado contra uma das rochas da montanha.
-Vou te bater nessa rocha até essa maldita caverna se abrir! -Shig rosnou.
-Aaaah! -Naoto o golpeou arrancando um de seus braços fora, que caiu de seu corpo para o outro lado. O demônio do nevoeiro olhou para seu braço decepado e riu.
-Estas cometendo um erro, maldito de sangue. -ele riu novamente e seu braço cresceu de volta rapidamente e envolveu o monge em uma onda de nevoeiro o prendendo. Naoto agoniado, resistia não apenas a prisão mas a Ibuki também, que queria tomar conta de seu corpo.
-Me deixe sair! Quero cortar a cabeça dele! -Ibuki gritava.
-Cale a boca! -Naoto tentou se desprender das névoas e viu seu pé começando a congelar.
-Agora!-Ibuki gritou.
-Sem essa! -Naoto resistia e sua perna começou a congelar e Yukiteru acordou jogando uma pedra grande na cabeça de Shig, fazendo Naoto cair do alto, ele recuperou o fôlego rapidamente e usou sua técnica dos punhos contra Shig, cerca de mais 4 braços saíram de Naoto. O golpeando várias vezes e arrancando seu sangue quando o golpeava sem parar. O demônio em seu último golpe, fincou sua espada no monge que cuspiu sangue, os múltiplos braços desapareceram em imediato e o demônio levantou seu corpo na katana, em seguida atirando-o para o alto.
-Naoto!!!! -Yukiteru disse em lágrimas, o monge estava ao chão desacordado e quando tentou golpear Yuki, ele desviou, mas o demônio chutou sua arma para longe. Quando menos esperou, Naoto flutuava ao ar, pedindo para Yuki tampar os ouvidos, ele assim o fez. O monge posicionou suas mãos juntas e lançou altas ondas de som, tão graves que era possível vê-las e que fazia as montanhas e árvores tremeram, fazendo a máscara de Shig rachar mais e quebrar aos poucos. Do outro lado do campo, Misaki havia acordado com o som e tampou os ouvidos, irritada. Shig caiu ao chão, desacordado. Dentro da caverna que tremia como se fosse um terremoto.
-O que é isso? -Ayano gritava, Tomoe tampava seus ouvidos e Kimbo com suas orelhas também.
Momentos depois o barulho estrondoso parou e um dos caminhos se fecharam, quando uma rocha tampou a entrada. Tomoe correu para o local, socando a rocha e se lamentando, ela encostou sua testa na pedra e entrou na entrada da direita, mas essa fechou rapidamente.
-Não! Ayano!!!
-Tomoe? Tomoe o que está acontecendo? Aaaah -ela ouviu outro som da Rocha se bater ao chão.
-Ayano! -ela bateu na rocha e Kimbo relinchou, batendo seus cascos em direção ao amuleto- O que foi isso?-ela segurou o amuleto. A Shiki entrou para dentro correndo e Tomoe foi atrás.
-Kimbo, por que correu...-a samurai parou por uns instantes a observar a sala espaçosa e bem ao meio, centralizado uma pilha de concretos com suas bordas pontiagudas e um pequeno baú acima. Ela se aproximou e agarrou o baú, então uma das bordas pontiagudas perfurou sua mão e quando percebeu que algo estava de errado, as pontas estavam envenenadas com alguma substância gosmenta e verde clara. Seu corpo começou a entrar em choque, assim como o esconderijo, que começou a tremer e a fazer um barulho estrondoso. Tomoe caiu ao chão de joelhos, deixando derrubar o baú e rolar uma pequena mochila onde estava o coração de Zung e tentou agarrar o coração que estava rolando para a direção oposta, o que fez um pouco da caverna parar de tremer. Mesmo seu corpo entrando em colapso, ela seguiu em frente, pegou o coração em suas mãos e andou com dificuldade, chamando Kimbo.
No momento que Tomoe pegou o coração ela teve uma visão, viu seu pai sendo golpeado com a armadura vermelha e brilhante do guerreiro Aka. As imagens percorriam rapidamente como um filme e viu ele colocando nesse pequeno baú o coração dele e guardando outros pertences em outras partes do país. Ela viu o amuleto no Palácio de Crista, o anel em um templo chinês e em seguida um castelo de gelo. Por fim, viu Zung se desintegrando com uma katana fincada em seu peito e suas cinzas sendo levadas ao vento. Quando voltou a consciência ela respirava rápido e tentou destruir o coração, o esmagando. Mas foi inútil, era mais duro que uma pedra. Quando de repente, Shig havia conseguido adentrar a caverna.
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Lendas De Kyoto: O Código Samurai
AventuraNa era Bushido, quando o irmão do imperador de Kyoto ameaça acordar um deus antigo para dominar o Japão e tomar seu trono. Tomoe, Misaki e Yukiteru em formação para a sociedade secreta de samurais terão de lutar juntos para que o mundo não caia nas...