Lendas De Kyoto: O Código Samurai

Capitulo 3- Banida

A sociedade samurai não parecia tão formal como diziam. Para uns era apenas uma cidade pequena para samurais passarem a vida treinando, outros eram batalhas que jamais tinham sido reveladas para qualquer pessoa. O chão era coberto de gramado limpo e verde, um casarão apenas destinado à memorias
de samurais lendários com pinturas e seus pertences e grandes centros de
treinamento samurai. Tendas estavam sendo formadas para acolher as
pessoas que sobreviveram do atentado do dia anterior e as regras eram claras, uma vez que se entra na sociedade, ninguém pode mais sair. O lugar era protegido por grandes paredes mágicas invisíveis. A sociedade não era possível de ser localizado em mapa algum, justamente por apenas conseguir entrar na sociedade com um portal mágico.

No dia seguinte Tomoe acordou com o agito do lado de fora da cabana. Os
cavalos trotando, samurais conversando alto, carroças se arrastando. Então ela
se levantou, trocou suas roupas e caminhou até o que parecia ser um
pronunciamento. Ouviu um discurso acompanhado de uma voz grave. Era um dos chefes das batalhas imperiais, Takeda Uko. Um homem alto, com as sobrancelhas erguidas, usava sempre a armadura dourada brilhante e a barba em formato de letra V o deixava com um olhar ainda mais intimidador. Ele havia liderado e ganho a maioria das batalhas travadas no Japão. Era
chamado o guardião da sociedade samurai e chamado apenas em casos
extremos, carregava consigo uma raiva e uma impaciência que parecia inata a ele, ninguém ousava ir contra suas ideias e com razão.

-Iremos atacar pela noite. E quem eu chamar dê um passo a frente. -ele pegou um pergaminho e antes que pudesse abrir para lê-lo uma voz ecoa da multidão de pessoas reunidas.
-Não pode arriscar a vida de todos esses samurais, é suicídio! -Tanaka disse em voz alta e surpreendeu a todos, inclusive Takeda que se virou para examinar ele dos pés a cabeça, rindo.
-E quem é você para me dizer o que fazer?-Takeda perguntou.
-General Tanaka, distrito de Kyoto. Acredite em mim, Xuan não está para brincadeiras. Vocês serão apenas um lanchinho para ele e aquele deus que o consome.
-Tanaka, você está velho e não tem noção mais das coisas. Não podemos ficar quietos e parados esperando que ele entre aqui e mate o resto de nós. -O general disse.
-Tomoe pode enfrentá-lo! -nesse momento todos direcionaram seu olhar para Tomoe no final da multidão e riram.
-Essa menina? Por favor Tanaka! Já aguentamos mulheres demais nessa
sociedade..

-Sim! Ela carrega o espírito do guerreiro vermelho! Ela é a única que poderia derrotá-lo-Tanaka disse com convicção.
-Mesmo? E por que não conseguiu? Hãn? -ele a olha e todos julgavam dos pés a cabeça fazendo comentários ou debochando de sua aparência.
-Se Tomoe é de fato o guerreiro vermelho... Mostre-me, faça algum truque do guerreiro vermelho -ele gesticula com as mãos e com caretas,
-Xuan estava procurando o guerreiro vermelho quando toda aquela confusão começou...-Um aldeão camuflado no meio das pessoas diz em voz alta.
-Ah, então o guerreiro vermelho. Aquele que traria a paz ao nosso povo, foi a causa da destruição de toda essa cidade... -ele disse caminhando até ela- você
causou o mal a todas essas pessoas. Não vê? A cidade foi queimada, pessoas morreram. Tudo se tornou pó!
-Takeda, você precisa confiar. Mitsuo leu a profecia a mim quando ela ainda era criança - Tanaka disse suplicando.
-Mitsuo está morta, general! -ele gritou com raiva- E eu nunca em minha vida,
deixaria toda essa cidade para uma menina cuidar. Eu e meus homens iremos
partir a noite. E você Tomoe, deveria ter vergonha. Por isso...será executada
imediatamente pelo crime de genocídio contra toda sua cidade.
-O que? -ela se assustou e vários soldados vieram para cima dela a
segurando, Tanaka agarrou desesperado o braço de Takeda e ele o empurrou
contra a multidão de pessoas. Misaki e Yukiteru também foram detidos ao
tentar revidar.

-Quem gostaria de morrer junto? -ele olha ao redor e as pessoas continuaram em silêncio- a sociedade é minha! -ele disse com raiva- eu sempre protegi vocês e meu dever é continuar protegendo. Essa menina, deve morrer -ele aponta a Tomoe- ela trouxe desgraça para nosso povo! Não veem? Desonra é apenas um elogio a um ser tão repugnante quanto a ela.
Tomoe viu todos a encarando com um ar de ódio e mágoa, o que a machucava profundamente. Era seu povo, que ela treinou a vida toda para proteger com sua vida e agora tudo tinha ido por água abaixo. Pensou por um momento que estivessem certos sobre a execução, mas quando os soldados a agarraram, Tomoe sentiu seu sangue ferver mais forte em suas veias e seus olhos ficam vermelhos, a mesma força que tomou seu corpo um dia atrás retornou, se fazendo livrar dos cordões e dos soldados que a agarraram.
Uma luz vermelha iluminou seu corpo e ela gritou jogando os soldados para longe. Takeda se vira surpreso, incrédulo com tudo aquilo e diz:
"Impossível, é pior do que imaginei" -ele parte para cima para ataca-la, que revidou segurando sua espada até sua mão sangrar e jogou para longe- isso
não é uma samurai! É um demônio! Matem-a!