Querido Eu.

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Três da tarde sempre foi um horário de azar para mim, mas naquele dia foi diferente, era o horário mais importante da minha vida.
Choi Beomgyu, 22 anos, formado em letras e agora voltando pra minha cidade natal.
Depois de 4 anos estudando no Japão, finalmente pude voltar pra minha família.
Yeonjun e Soobin agora são oficialmente jogadores de basquete, e para minha surpresa, Yoorim também.
Yiren se tornou uma grande bailarina, vencendo vários concursos e sendo uma grande estrela e influenciadora.

Já eu, bom, eu escrevi o livro da minha vida.
Moon.
O livro que eu mais me dediquei em torno de 4 anos.
Aquele aeroporto, ainda tinha o cheiro de cachorro quente estragado, aquele lugar não havia mudado sequer os assoalhos.
Quatro anos desde que não vejo minha família, meus amigos, e meu namorado.
Quatro anos desde que minha vida se tornou mais tumultuada e finalmente eu achei um emprego que me agradasse de verdade.

Caminhei pelo aeroporto, procurei pela pessoa que iria me buscar, e finalmente quando olhei para frente, lá estava ele.
Meu coração acelerou, meus olhos lacrimejaram, e meus sentimentos novamente se tornaram uma junção de cores, algo que eu não sentia a tantos anos.
Então eu corri.
Eu corri em direção ao meu abrigo, aonde eu me sentia protegido, aonde nada nem ninguém poderia me abalar; o abraço de Soobin.

— Eu senti tanto a sua falta... — Soobin disse com a voz embargada.

— Eu também.

Entrelacei meus braços sobre seu pescoço e me coloquei na ponta dos pés para poder beija-lo.
Sim, eu estou dançando sobre as nuvens, enquanto meteoros brilhantes caem como chuva, e o vento tinha cheiro de doces.
Minha respiração afetada pela falta de fôlego e a dele contra a minha tinha o mesmo efeito que me causava a anos atrás, mas agora com muito mais energia.
Coloquei minha mão na sua nuca, enquanto Soobin me puxava para mais perto pela cintura.

— Isso nunca vai mudar, né? — Ele sorriu diante do beijo com a minha fala. — Vem comigo.

Sorri feito um bobo com a última fala do moreno.

(...)

— BEM VINDO DE VOLTA! — Todos gritaram quando eu entrei, sorrindo.

Havia um cartaz gigantesco pendurado na parede da sala escrito a mesma frase, meus amigos estavam ali e até mesmo Ryunjin, Taehyun e Kai.
Abracei todos eles para matar aquela saudade que me levava a loucura.
Me senti tão jovem novamente quando entrei no meu apartamento e eles estavam lá.
Meus pais já sabiam do meu relacionamento, não aceitaram muito mas sequer se importaram com isso.
Minha relação com eles não tiveram muitas mudanças, mas agora, eu tinha um abrigo de verdade.
Meus amigos.

— Soube que tem várias garotas lindas no Japão, hein. — Revirei os olhos com a frase de Yeonjun. — O quê?!

— Mas eu só tenho olhos pra uma pessoa. — Me virei para o meu namorado, ele sorriu.

— Tão grudentos. — Yeonjun cruzou os braços.

Caímos na gargalhada, aquele dia tinha sido incrível.
Nada mais poderia ser tão bom como um café, sofá, Tv, amigos e relembrar quando o tempo ainda tinha uma cor especial.
E eu, creio que para sempre terá essa cor especial.
Minha vida tem uma cor que ninguém pode distinguir, a cor da minha alma.
Uma cor que não se pode ver, apenas sentir.
Uma cor cósmica e que não existe na paleta, uma cor que ainda está sendo dissolvida pela água, uma cor que muda a cada estação do ano, a cada humor, a cada sorriso, a cada lágrima, a cada toque, e a cada abraço.

Dear Soobin Onde histórias criam vida. Descubra agora