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Maria Gabriela

3 horas, exatas 3 horas, sentindo as benditas contrações, me revirando na cama do hospital, chorando igual uma condenada e achando que eu vou morrer

- calma amor, respira fundo - Paulo me disse, ele andava de um lado pro outro nervoso com toda a situação, mas não mais que eu

- por favor...- chorei me contorcendo na cama - por favor eu não aguento mais...- me debati na cama apertando as cobertas que estavam a minha volta

- chama a porra daquela médica Paulo - Maria Júlia entrou na sala rápido e brava

- ela disse que o parto só pode ser feito daqui a algumas horas, ela não tá pronta ainda - Paulo falou

- Maria Gabriela tá morrendo aqui, anda logo que eu to mandando porra ! - ela falou puta e ele saiu da sala rápido

- eu quero meu filho...- chorei com a mão no rosto tremendo

- respira Jesus que vai dar tudo certo, e não me faz parir essa criança que nem foi gerada aqui dentro direito, eu to nervosa já - Maria Júlia falou respirando fundo e pegando na minha outra mão

Apertei com força

- Vamos ver como você está...- A médica entrou na sala

- ela tá parindo, não é óbvio ? - Maria encarou ela que sorriu

Ela me examinou e sorriu dizendo que aparentemente estava tudo pronto pro parto normal e as enfermeiras começaram a me arrumar pra me levar naquela bendita máquina

- se eu morrer de dor cuida do meu filho - falei sorrindo pra Maria e ela deu um tapinha de leve na minha testa

Fui levada pra sala e Paulo ficou do meu lado

- você aguenta ver um pouquinho de sangue não é Papai ? - a médica brincou ficando de frente para minhas pernas e as posicionando na maca

- vejo todo dia - ele brincou e ela franziu sem entender muito bem a piada

- tudo bem Maria, preciso que quando você sentir as contrações você faça bastante força ok ? - ela perguntou e eu assenti encarando ela

Paulo segurou na minha mão e eu respirei fundo tentando me acalmar, e assim que senti as primeiras contrações fiz o máximo de força possível

Senti meu coração acelerando e a dor era tão grande, respirava rapidamente e a cada força que eu fazia ouvia palavras de apoio da médica e de Paulo, que expressava um certo desconforto por me ver naquele estado

Depois de muita luta finalmente escutei um chorinho escandaloso e desesperado, chorei tanto que meus olhos estavam até inchados e eu mal enxergava

- parabéns mamãe e papai, é um lindo menininho...- ela sorriu nos entregando o nosso bolinho ainda coberto de sangue e chorando bastante

Assim que olhei pro rostinho dele minhas suspeitas foram confirmadas, a cara do Paulo, sinto que no meu útero tem uma máquina de xerox

- oi meu amor...- chorei segurando na mãozinha dele e sentindo as lágrimas escorrerem incansavelmente no meu rosto - a mamãe e o papai te amam muito meu bebê, você é o nosso maior tesouro filho... - chorei olhando o rostinho curioso dele

- eu amo vocês...- Paulo beijou minha testa e sorriu vendo o nosso bebê nos olhar com a carinha mais linda do mundo

Mafiosa Onde histórias criam vida. Descubra agora