Terminei de me armar e respirei fundo tranquilizando a mente para o que estava prestes a acontecer
Não sou muito de rezar e ir à igreja, mas acredito em um Deus justo e isso me basta, então no meu silêncio peço pra que ele acalme meu coração e me deixe pronta pro que acontecer
- tá pronta ? - Vítor apareceu na porta do quarto junto com Kauê
- sim - falei prendendo mais uma pistola no condre na minha calça
- se cuida tá ? - Vítor me abraçou apertado
Ele não iria na missão, ficaria no morro porque se alguma coisa desse errado ele acionária os outros vapores pra nós dar cobertura
- vou me cuidar - abracei ele com força também
Peguei a chave da minha moto e subi prendendo umas luvas na mão e sentindo o frio das 02:30 da manhã
Kauê subiu na minha garupa e eu acelerei descendo o morro, parei na barreira me juntando aos outros caras que também iam junto com a gente
- vamos repassar o plano - Pt falou vindo até mim
- Você vai na frente com dez, distrai a polícia que vai estar em frente ao carro, eles vão parar e enquanto vocês estão em um confronto direto mais cinco caras e Kauê abrem o compartimento forte que vai estar levando o BN dentro, Kauê destrava a segurança do carro, eu chego de moto e levo o BN por uma estrada de terra que tem entre o matagal, enquanto os outros seguram a barra com o resto dos policiais que vão ter - falei rápido enquanto ele me olhava prestando bastante atenção
- isso aí - sorriu pra mim - fé parceirinha, vai dar tudo certo - fez toque comigo e eu sorri
(...)
- ao meu sinal...- ouvi Pt sussurrar, estávamos em volta de todo o matagal que cercava a estrada onde já se podia ouvir o barulho das sirenes da polícia que estavam pra chegar
Senti meu corpo tremer
Quando a polícia passou Pt deu o sinal e todos saíram do mato atirando, dei a volta meio abaixada e subi na moto acelerando
Os meninos foram atirando nos carros fazendo ele parar, puxei Kauê pelo braço pra ele montar na moto e arrastei pra frente do carro onde BN devia estar dentro
- abre - falei um pouco alto e ele começou a apertar em um tanto de botões que tinham, era um tipo de senha eu não entendia muito bem
Dois caras apareceram nas nossas costas armados, atirei em um e quando ele caiu senti meu braço arder, o cara atirou em mim e eu gemi atirando nele também
A porta se abriu e BN pulou pra fora do carro
- é muito bom ver vocês - falou sorrindo um pouco fraco, sorri também querendo chorar
- sobe na moto pai, a gente se vê no morro - Kauê falou evidentemente emocionado
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Mafiosa
Ficção AdolescenteO livro Mafiosa conta a história de Maria Júlia, uma garota que sofreu na infância e foi tirada das ruas pelo filho de um dos maiores mafiosos do Rio de Janeiro.