𝗣𝗿𝗼𝗺𝗲𝘁𝗶𝗱𝗮 ● 𝑫𝒆𝒎𝒆𝒕𝒓𝒊 𝑽𝒐𝒍𝒕𝒖𝒓𝒊

ROMENOS PT1

DEMETRI VOLTURI

Eu nunca pensei que logo eu —  o General tão temido da guarda Volturi, o rastreador implacável —  iria estar caindo de amores pela filha de Aro.

Confesso que eu sempre me senti atraído por sua língua afiada, a personalidade forte, sua beleza, seu poder e até mesmo a bondade que ela tinha e ainda tem.

Eu estou apaixonado por ela, confesso isso pra mim mesmo e pra quem mais for preciso. Não consigo mais negar, não depois de tudo que aconteceu.

Quando a magoaram, foi como se tivessem magoado a mim mesmo, me machucado. Eu queria matar cada um dos Cullens, mas jamais faria isso sem a permissão dela, e sei que ela não quer isso apesar de tudo.

Agora, tudo o que quero é fazê-la feliz e se sentir bem.

— A onde está me levando? — questionou me cutucando. Curiosa demais.

Uma vampira com 985 anos e tantos hábitos humanos. Acho que esse é o resultado de fingir ser humana por tantos anos.

— Até aqui, querida — assim que todas aquelas árvores acabaram, ela pode ver melhor a cachoeira ali.

A encarei e seu olhar era admirado para as cascatas de água que desciam dali. O cheiro da natureza é ótimo, aquela terra molhada, dava uma sensação de paz. Por isso eu tanto gosto de vir aqui.

— Demetri, isso é lindo — disse admirada. Ela fica tão linda com aquele olhar bobo e a boca entre aberta.

— Eu suspeitei que gostaria — segurei na mão dela e a levei até o lençol ali com bebidas.

Não podemos comer, mas pelo menos podermos a encher a cara de whisky.

Alexia se sentou em cima do pano e me sentei do seu lado. Naquele momento, eu deixei de lado toda a história com romenos para dar a atenção que ela merece.

— Como você se transformou em vampiro? — abriu a garrafa de vinho e encheu nossos copos — Se sentir a vontade pra falar.

Tomei um gole do vinho, e minha mão direita foi acariciar seu cabelo, é inevitável. Ela sorriu com o carinho, e encostou a cabeça no meu ombro.

— Eu nasci em Atenas na Grécia, antes de Cristo. Minha família era muito pobre, não tínhamos dinheiro para comprar comida, e meu pai resolveu me ensinar a caçar. Eu era um dos melhores caçadores, tinha facilidade em achar as presas para matar e comer,  e com o tempo passei a ter facilidade em encontrar pessoas em qualquer lugar que elas estivessem.

— Isso refletiu no seu poder — concluiu e assenti. 

— Meus pais morreram de doenças que surgiram na época, e sobrou apenas eu já que não tinha irmãos. Acabei perdendo a casa que tinha no vilarejo e passei a viver na floresta, tentando sobreviver em uma época que era difícil de fazer isso. Guerras vieram, e  soldados procuravam por homens pobres e fortes que pudessem ir. Homens ricos costumavam pagar o comandante das tropas para que eles e nem seus filhos fossem, acredito que sabe disso, você não viveu em uma época tão diferente da minha. Homens pobres como eu não tinham muita escolha. Eles me encontraram na floresta, e nem hesitaram em me recrutar mesmo sendo apenas um homem deitado em cima de uma árvore. Eu aceitei apenas pela comida e roupa que teria no lugar, além de que pensava que se eu morresse na guerra acabaria com todo sofrimento da minha vida. Eu fui a inúmeras guerras  e era um dos poucos que voltava vivo, acho que meu instinto de sobrevivência ajudou nisso, mas ganhei inúmeras cicatrizes. Porém, uns anos depois, ainda em uma guerra, eu acabei levando uma lança na barriga. Eu estava na área dos inimigos e me arrastei até um lugar afastado, estava perdendo muita sangue e achei que morreria ali. Foi isso que atraiu Amun que estava de passagem com Kebi para o outro lado.