Capítulo 1

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    "𝙴𝚞 𝚗𝚞𝚗𝚌𝚊 𝚚𝚞𝚒𝚜 𝚖𝚎 𝚊𝚙𝚊𝚒𝚡𝚘𝚗𝚊𝚛 𝚙𝚘𝚛 𝚟𝚘𝚌𝚎̂, 𝚖𝚊𝚜 𝚎𝚞 𝚎𝚜𝚝𝚊𝚟𝚊 𝚎𝚗𝚝𝚎𝚛𝚛𝚊𝚍𝚊 𝚎 𝚝𝚞𝚍𝚘 𝚘 𝚚𝚞𝚎 𝚎𝚞 𝚙𝚘𝚍𝚒𝚊 𝚟𝚎𝚛 𝚎𝚛𝚊 𝚋𝚛𝚊𝚗𝚌𝚘." — 𝚂𝚊𝚕𝚟𝚊𝚝𝚒𝚘𝚗 𝙶𝚊𝚋𝚛𝚒𝚎𝚕𝚕𝚎 𝙰𝚙𝚕𝚒𝚗

𝚂𝚊𝚔𝚞𝚛𝚊 𝙷𝚊𝚛𝚞𝚗𝚘

Texas Grace Hospital — Terça Feira 02:45am (22 de março de 2023)

Subitamente eu levei um grande susto ao me deparar com a porta da minha sala sendo aberta bruscamente por algum indivíduo, causando um impacto holocausto pela sala que antes se encontrava silenciosa. É claro que, não era comumente escutarmos alguém nos chamando de forma alarmante mesmo trabalhando em um hospital. Talvez, eu culparia o horário. Ou poderia apenas culpar a pessoa barulhenta que quase derrubou a minha porta do meu escritório.

— Doutora Haruno, ouve uma requisição especial para você, a senhorita foi solicitada com urgência para a sala de emergência. Temos um paciente que chegou agora e seu estado é grave.

Uma das minhas recém médicas internas Lizzie, invadiu o meu pequeno escritório com um certo desespero em seu semblante, me deixando um tanto apavorada.

Depois de um dia cansativo e prolongado eu não achei que iria receber um paciente no meu último turno; já era quase três horas da madrugada e eu já me encontrava pronta para ir para casa, e para aonde o meu irmão caçula me esperava.

Com uma certa presa, larguei minha bolsa e minhas chaves na mesa e corri para pegar meu pijama cirúrgica azul marinho que estava em meu armário, eu imaginei que não conseguia ter um tempo para vesti-lo novamente mas era a força do hábito. E então eu me vi entrar em uma furiosa batalha contra o tempo, uma batalha por mais uma vida.

Os corredores pareciam estar mais frios e gélidos do que comumente eram naquele dia, e talvez, fossem por conta do horário que causavam a queda de temperatura. As paredes brancas dos grandes corredores pareciam sinalizar e nos guiar até o indivíduo que sofria, ou o destino que me aguardava. Mas as cores criavam destaques nas vestimentas dos médicos e enfermeiros enquanto se moviam, as presas, pelos corredores pálidos.

Altos falantes chamavam os médicos às pressas para salas de cirurgia ou em consultórios, eles dividiam a grande equipe para atendimentos inferiores e superiores, e também alertavam a minha equipe interna de médicos para a urgência solicitada, necessitando de atendimento rápido para a grande quantidade de pessoas que sofriam acidentes pela madrugada.

Por uma lado de se trabalhar no maior e taxado como melhor hospital de Texas era que seríamos explorados incansavelmente, mal dormiamos ou comíamos pela grande demanda de pessoas que necessitavam de algum tipo de socorro médico.

Mas eu particularmente amava essa minha vida corrida, louca e embaraçosa de médica. Eu liderava uma equipe interna, era chamada por muitos de Chefa, era assim que eles me reconheciam, respeitavam e me agradecer pelo meu grande esforço e desempenho no mundo da medicina.

Alguns médicos anfitriões se assustavam pela forma que eu avançava cada vez mais, tanto nos conhecimento ou pela experiências cirúrgicas. Eu costumava ouvi-los dizer que era difícil, em um mundo atual, termos os médicos adequados para exercer tal profissão, muitos não tinham o interesse, mas outros faziam apenas por mero capricho.

E foi por isso que, a um tempo atrás, eu perdi os meus pais por negligência médica: o tal do, mero capricho.

— Temos o prontuário do paciente, qual é o seu caso?

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