6: As primeiras vítimas

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Ino e Lobo receberam o sinal verde para atravessarem o portal, e levou alguns segundos até que o delinquente mais velho tomou a iniciativa de andar para frente. Ino fitou seu parceiro, que estava encarando, friamente, o que estava diante deles, e o seguiu. Caminharam em direção à o que poderia ser o primeiro passo para a liberdade, ou totalmente o contrário disso.

"Somos os primeiros a entrar, talvez isso nos dê alguma vantagem? Não, provavelmente não. Só estou criando qualquer desculpa para ver se tenho alguma chance de sobreviver. Um labirinto. Foi isso que a voz falou. Caramba, a droga de um labirinto. Tomara que seja um fácil que nem aqueles das atividades escolares. Só que dessa vez não dá pra ver o final e chegar na entrada pelo caminho contrário"

A primeira dupla adentrou o portal, sendo observados pelos delinquentes restantes, que se mantiveram preparados para sua vez. Conforme os 5 segundos necessários de espera iam passando, outra dupla atravessava, e assim se seguiu até não restar mais ninguém no pátio de preparação.

Tudo ficou completamente branco, como quando os jovens deixaram o longo corredor da sala de espera. Houve um breve momento de completo vazio até que os olhos tornaram a enxergar algo. Estavam situados em um beco. Paredes de pedra, como as que os cercavam anteriormente, os encurralavam em ambos os lados e atrás, sobrando apenas a frente para ser seguida. Eram extremamente extensas, com cerca 20 metros de altura, e feitas de pedras rasas e lisas, que impossibilitavam uma tentativa de escalada. No topo havia o que pareciam ser cipós, mas longe o suficiente para que fossem impossíveis de serem alcançados.

- Será que já podemos ir? - Lobo questionou, com medo na voz. - Ou vai ter algum sinal nos liberando?

- Eu não sei - respondeu Ino. - Mas se não pudesse ia ter algum aviso, né?

- Acho que sim. Só vamos logo, quero sair desse lugar o mais rápido possível.

Ino e Lobo deixaram o seu local de partida, começando a percorrer a primeira fase, assim como todos os outros delinquentes, espalhados pelas diversas pontas existentes.

O fato de atravessarem uma cortina feita de luz, que anteriormente era de onde haviam vindo, e acabarem em uma área completamente diferente, assustava alguns. A tecnologia no mundo estava avançada, mas teletransporte ainda permanecia sendo algo apenas visto em filmes.

Alcançando o fim do corredor que lhes era o único lugar acessível, se iniciava uma sequência de ramificações onde outros diversos corredores se encontravam. Para onde andavam, se viam tendo que tomar mais uma decisão de que caminho seguir. Parecia ser impossível encontrar a saída sem ser por outro fator além de pura sorte.

Ino e Lobo seguiam, em uma velocidade tranquila, velozes o suficiente para que não fossem a dupla mais para trás, e tentavam buscar alguma lógica para onde estavam indo.

- Acha que estamos perto? - Lobo perguntou, mexendo sua cabeça, violentamente, ao olhar para as paredes ao seu redor, buscando algum tipo de guia para a saída.

- Talvez sim... talvez não. Tudo depende de quão longe fica o centro - Ino expressou. Por mais que fosse 5 anos mais novo que sua dupla, parecia ser quem tinha o controle da situação. - "Faz sentido, eu acho, de que o centro é possivelmente onde a saída está. Seguindo essa ideia, basta apenas escolhermos os corredores certos que nos levarão para a escapatória desse pesadelo"

O sol estava forte, tanto quanto no pátio. Era possível ser acertado por seus raios e sentir seu calor em alguns pontos específicos. Se não fossem as sombras criadas pelas longas paredes, o astro do dia tomaria conta de todo o labirinto e os delinquentes que vagavam por ele, que mais pareciam formigas, vistos de uma visão superior.

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