11: O que vem de cima

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Longos minutos se passaram. Ino, Cabrón, V, Dama, Lobo e Kant pensaram ter observado e analisado todas as gravuras, conseguindo entender algumas, enquanto outras permaneciam sem ter seu significado descoberto, porém, mesmo após todo aquele tempo dedicado à investigação dos desenhos, ninguém tinha ideia de onde a saída poderia estar.

- Tem que ter alguma dica! Alguma indicação, sei lá – Lobo insistia na resolução das gravuras, enquanto os outros já haviam perdido as esperanças.

- Aqui não tem nada, Lobo – Cabrón amargurou. – Precisamos ir seguindo, ou ficaremos muito para trás.

- Eu sei. É que... queria que tivéssemos alguma noção de qual caminho que se deveria seguir, lá fora.

- Nós vamos encontrar o caminho certo, acredita. Mas precisamos ir logo, porque o sol já já deve reaparecer.

A noite aparentava ter acabado de surgir, mas, ao mesmo tempo, ameaçava ir embora, em instantes. O portal, que quebrava o conhecimento sobre as leis do espaço, com seu teletransporte, não era a única incógnita daquele lugar, já que o tempo e como os períodos do dia e da noite funcionavam ali, também perturbavam tanto quanto.

Os últimos seis delinquentes ainda na caverna se direcionaram para a saída, abandonando-a e encarando a sinistra floresta. Suas árvores de tronco grosso não se dispunham de forma comum, sendo anormalmente tortas, da raiz ao topo do caule, colorizadas por um marrom acinzentado, com seus galhos e folhas escuras se encontrando e aglomerando no alto, o que cobria toda a extensão da floresta, com uma enorme sombra, permitindo apenas em pequenas frestas a passagem da luz emanada pela lua. Era capaz de ser atravessada sem uma tocha, ou lanterna, mas, seria impossível de avistar um fio que poderia acionar uma armadilha, como os presentes no labirinto.

Uma grama verde escura serpeava por entre as arvores, surgindo logo após a saída da caverna, e afundava os sapatos dos jovens, quando saíam do chão duro feito de pedras, e sentiam sua maciez.

- Certo, vejam bem – Lobo reuniu todos, incluindo V, que não entendia o motivo de ainda permanecer ali. – Faremos da seguinte forma: vamos nos dividir. Sei que parece uma má ideia, mas é como vamos garantir que encontremos a saída rapidamente. Dois vão para um lado da parede, e outros vão pelo outro, enquanto eu vou para a floresta, já que tenho a tocha, e é mais difícil de se enxergar por ali.

"Se dividir? Nunca era uma boa ideia naquele desenho antigo do cachorro detetive que eu via. Meus avós que me mostraram ele, e digamos que eu fiquei um pouco viciado. Não fazem mais desenhos como os que existiam na época deles. Com certeza possuem uma melhor qualidade, mas o material é terrível"

- Então, o que acham?

- Não acho uma boa ideia – Kant temeu. – E se encontrarmos o grupo de Kraken? Estaremos sozinhos, e não teremos nenhuma chance! Seríamos mortos, um por um...

- Por isso que não vamos sozinhos, Kant. Nos separaremos em duplas, o que torna tudo mais seguro. Um vai cuidar do outro, e qualquer coisa que aconteça, saiam correndo e gritando. Caso alguém encontre a saída, volta para aqui, e espera pelo restante – Lobo explicou seu plano, e por mais que ninguém ali o achasse ótimo, era a única coisa que tinham.

- Como vamos nos dividir? – Ino questionou.

- Então, eu já pensei nisso. Cabrón e Dama vão para um lado da parede – apontou para os dois, e indicou, com sua mão, o lado leste. – Lembrem de não se afastarem muito, para não se perderem no escuro. Ino e Kant vão para o outro, – virou, indicando o lado oeste – e eu e V seguimos pela floresta – jogou a cabeça para a mata, recebendo um olhar estranho do delinquente que escolheu para fazer dupla.

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