Na Bruma da Noite

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Dois jovens enamorados caminhavam em meio a bruma da noite, com o brilho das estrelas cintilando no céu acima.

Você possui uma imaginação esplêndida, - disse o garoto, de cabelos e olhos negros como a noite estrelada e, meio encabulado, completou - eu a admiro muito por isso. Você é encantadora do jeito que é.

-  Porém, justamente por ter essa imaginação tão fértil, eu não consigo distinguir o que é real do que não é... - disse a donzela, de cabelos louros e ar sonhador, com os olhos perdidos em meio a bruma e apoiando-se em seu cavalo negro.

-  Como assim? - indagou ele, ao que ela se virou, os olhos faiscando, exigindo-lhe:

-  Foi real? Foi real quando você me abraçou e me perguntou se estava tudo bem comigo? - ela, tímida, olhou para a relva macia onde pisava - Foi real quando você me observou durante várias horas e eu me senti como se pudesse ser eternamente feliz? Foi real quando eu me aconcheguei a você, quando cuidei de você, quando você apoiou seus lindos cabelos no meu ombro? Foi real, quando você me disse que eu era um anjo, quando tu ficastes chateado comigo, quando você orou por mim e eu por ti, e quando mais uma infinidade de coisas aconteceram? Pois eu não sei distinguir o que foi real - disse a garota, a cabeça agora apoiada na cabeça de seu cavalo, com lágrimas brilhantes nos olhos.

Ela estava com medo de olhar para ele, e só ver pena, tristeza, ou pior, apenas a boa e velha amizade.
Criando coragem, levantou o olhar e, para a sua surpresa, ele a fitava longamente, com um olhar intenso e aliviado:

-  Foi. Foi muito real pra mim, senhorita, e ainda o é. - ele falou, os corações dos dois acelerando. Ele continuou - Pensei que estivesse sonhando, mas agora que a vi novamente, não quero mais acordar, se for um sonho... - ela, ainda encabulada, baixou a cabeça, mas ele tomou seu rosto delicadamente entre suas mãos, levantando-o para vê-lo - Não chore, senhorita. Não suporto ver lágrimas em seu semblante... - então a abraçou, e a menina encostou a cabeça em seu peito, e os dois contemplaram a luz das estrelas juntos, na campina, onde só se ouvia o som do riacho, os relinchos dos dois cavalos, e o pequeno ruído dos dois corações que, saudosos, batiam em sincronia.

Eles oravam um pelo outro, contudo não precisavam mais andar sozinhos, sua oração foi finalmente atendida
- Tu tens os olhos da noite estrelada, sabia disso, Ed?

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⏰ Última atualização: Oct 16, 2021 ⏰

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