oito

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Quase de manhã nós voltamos para o hotel.

Ficamos horas conversando e quando era quase dia, decidimos voltar.

Michele tinha me convencido a ir no quarto dele, fazer absolutamente nada é claro por que no momento em que chegamos ele foi direto pra cama e dormiu.

Literalmente.

Acho que ele dormiu no mesmo momento e não estou nem brincando.

É claro que eu não estava esperando que acontecesse algo mas mesmo assim, sei lá estou confusa.

Eu poderia ir embora é claro, voltar para o meu quarto e ir dormir por que estou morrendo de sono mas mesmo assim eu fiquei. Estou aqui, sentada no sofá que dá de frente pra cama observando ele dormir.

É, eu tinha aceitado ir com ele pra Itália e agora eu teria que ir.

Como as coisas estão acontecendo rápido eu estou começando a ficar assustada, devo me preocupar?

Talvez, mas só se vive uma vez.

O que eu sei até agora é:

Ele diz estar interessado.

Ele diz estar interessado mas não vai forçar a barra por que eu não estou interessada?

Eu não estava interessada mesmo, não é? Nem eu sei disso.

Respirei fundo e passei a mão no rosto.

Eu tenho que me decidir.

Mesmo que não aconteça nada eu preciso me decidir.

Decidir sobre isso e decidir o que eu quero pra minha vida e decidir como direi isso ao meus pais.

Eu estava perdidinha.

E insegura.

Insegura por que eu tinha literalmente acabado de sair de um relacionamento longo e desgastante. E não queria passar por isso de novo.

E claro que o fato disso juntou o útil ao agradável e eu decidi desistir de direito.

A pressão em casa era muito. Um pai juiz, a mãe e o irmão advogados, namorado... ex namorado advogado, claro que eu teria que ser também. E eu queria isso, ao menos achei que queria.

E agora não sei de mais nada.

Eu deveria aproveitar e farei isso.

Não tinha nada que me impedia e então o que poderia dar errado?

Eu ainda estava observando ele dormir.

Só tinha se passado alguns minutos mas eu ainda estava aqui, não tinha ido embora.

E provavelmente não iria mais.

Michele tinha o semblante calmo, estava com uma mão na barriga e ri do fato dele ainda estar calçado. Falamos demais por horas, tenho certeza que ele ficou cansado.

Eu estava cansada, mas mesmo assim ainda não fui dormir.

Despertei dos meus pensamentos quando ele se mexeu e se virou, vi quando ele abriu os olhos e me viu. Ele se espreguiçou e abraçou o travesseiro.

- Você não foi embora. - ele disse com a voz rouca e abafada. - Vem aqui...

Ele esticou um braço na minha direção e eu me levantei e fui até a cama e me sentei perto dele.

- O que foi? - perguntei.

Ele ainda de olhos fechados se inclinou, deitou a cabeça no meu colo e segurou na minha mão.

mezzo; michele morroneOnde histórias criam vida. Descubra agora