vinte e nove

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- Vocês estão muito bêbados. - falei. - Muito bêbados mesmo, de verdade.

Eu não sei como consegui chegar com eles até o aeroporto, mas eu consegui. E aqui estamos nós.

- Não estou diferente de você, Eve. - Raffaele falou meio enrolado, ele estava finalmente sentado em um dos bancos, o que foi difícil de fazer, enquanto esperávamos o nosso vôo. - Você sabia que o Michele...

- Chiudi il bocca. - Michele falou. - Raffaele, estou falando sério.

Eu não estava bêbada, apenas um pouco alterada. Tinha muito bem noção do que eu estava fazendo e do que eu iria querer fazer.

Tive um pouco de sacrifico em trazer eles pra cá por que, eles estavam muito agitados e não queriam vir de jeito nenhum. A minha sorte foi que o motorista foi muito gentil em me ajudar e também, pelo aeroporto não estar cheio, por ser de madrugada, e ninguém ver eu arrastando o Raffaele até perto da entrada.

Eu não sei por que eles decidiram voltar no mesmo dia, nós poderíamos estar lindos e cheirosos em um quarto de hotel tranquilamente. Mas, Raffaele me fez prometer, foi como se ele me obrigasse, algo que ele me fez prometer, que iríamos voltar pra Itália hoje mesmo. Então, aqui estamos, esperando anunciar nosso vôo.

Até que a noite foi agradável, depois que claro, a dita cuja se retirou. Depois que eu e Raffaele voltamos pra mesa, Michele já estava lá e passamos a conversar. Alguns minutos depois ela voltou e disse que precisava ir embora, e se despediu apenas do seu querido Mik.

Eu ainda não tinha falado com ele sobre as coisas que aconteceram, eu iria esperar para dizer quando voltássemos para sua casa. E, logo depois ela se foi. A noite ficou bem melhor. Michele e Raffaele beberam demais, ou eles são fraco pra bebida, não sei direito. Mas, nós rimos muito e foi divertido.

Não poderia ser melhor.

- Não me manda calar a boca, Michele.

- Gente, por favor, não começa. - pedi. - Minha cabeça já está até doendo.

Eu gostava muito dos dois, mas quando eles começavam a discutir por bobeira entre si não tinha jeito, eu ficava louca. Já tinha acontecido umas quatro vezes essa noite e uma quinta iria me fazer deixar os dois e ir embora pra minha casa, e eu digo sério.

- Ok. - Michele suspirou ao meu lado. - Eu só quero minha cama. - ele com toda sua altura, colou as pernas pra cima do banco e se deitou com a cabeça no meu colo. - Deveríamos ir pra um hotel, minha cabeça já está doendo.

- Absolutamente não. - Raffaele respondeu. - Não tem hotel nenhum e não tem nenhuma cabeça doendo, vamos embarcar naquele avião que está demorando horrores de horas e você Michele...

Ele falou mais algumas coisas mas eu não entendi metade. O por que de termos que voltar hoje, eu não sei. Também, não tenho escolhas, na verdade eu tenho. Eu poderia muito bem ir para a casa dos meus avós, ter uma noite de sono tranquila e amanhã ver o que faria, mas eu não posso abandoná-los. É muito tentador, mas eu não posso.

- Só mais alguns minutos e embarcamos. - eu falei. - Vocês podem dormir o vôo todo, e descansar.



Quando finalmente embarcamos, agradeci pelo vôo ter poucos passageiros e ter várias poltronas vagas para os dois bonitos se acomodarem e deitarem para descansar, pra ver se a bebedeira passava.

Raffaele estava deitado nos três bancos do lado esquerdo do avião e eu tinha sentado no meio com o Michele. No momento que entramos os dois apagaram, eu tinha certeza que eles eram fracos pra bebida. Eles não tinham ingerido tanto álcool assim, então sim, eles eram fracos. Dois molengas.

mezzo; michele morroneOnde histórias criam vida. Descubra agora