onze

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Quase nove da noite nós desembarcamos na Itália, em Roma.

O vôo foi tranquilo e quase não notei a demora, até por que eu estava perdida nos meus pensamentos e nas minhas paranóias.

É, eu estava ficando paranóica.

Eu e Michele não tínhamos um relacionamento então por que eu estava tão irritada?

Não com ele é claro, ao menos eu acho que não, mas sim a com a situação.

Eu que disse que não estava interessada e é verdade, eu acho.

Estamos aqui apenas como amigos? Sinceramente eu não sei, e também não sei o que fazer.

Eu não menti quando disse que não era ciumenta por que eu não faço esse tipo mas, acho que agora eu estou sentindo isso.

Mas por qual motivo? É isso que eu quero saber.

Eu disse que não queria nada e ele sabe disso, mas mesmo assim estamos aqui. Por que eu quis vir, por que eu queria esquecer dos meus problemas e já quero criar outro.

Enzo ainda era meu namorado, até por que não terminamos pois não deu tempo pois o encontrei me traindo. Mas o que eu estava fazendo era traição?

Bom, não importa também pois tiro trocado não dói.

Enzo não era mais meu namorado a partir do momento que ele fez o que fez então eu era uma garota solteira e livre e poderia fazer o que quiser, inclusive vir a Itália com um desconhecido.

Meus pais iriam me matar por isso, por mais uma coisa na verdade.

Troquei apenas algumas palavras com o Michele durante o vôo e ele disse que eu estava estranha. Eu juro que tentei não transparecer mas é impossível e por isso me acho paranóica, estou vendo coisa onde não tem.

Mas será que não tinha mesmo?

Michele estava comigo no momento e não com qualquer outra pessoa então qual era o meu problema?

Estávamos esperando a minha mala quando ele mais uma vez perguntou o por que eu estava estranha.

- Já disse que não é nada. - falei. - Está tudo bem. - sorri pra ele. - O que vamos fazer agora?

Eu ainda estava animada por estar em Roma. Alisson e eu sempre falávamos sobre vir pra cá mas sempre nos atraímos por outros lugares, mas agora estou feliz de estar aqui.

- Bom, vamos para o meu apartamento.

No caminho do seu apartamento nós passamos em frente ao Coliseu e meu deus, como era magnífico. Na verdade, toda Roma era. Todos os lugares da Itália eram. Deveria ter vindo com Alisson a muito tempo mas estou feliz por estar aqui com ele.

As casas de Roma eram diferentes. Todas muito juntas e mais ou menos parecidas.

- Chegamos. - ele disse quando descemos do carro e ele apontou para o prédio que mais parecia sei lá uma casa, mas achei uma graça as escadinhas que tinha para subir, ele indicou por onde ir e me entregou um molho de chaves. - É a chave maior.

Eu então peguei a chave certa e a coloquei na fechadura da porta, logo a abrindo e dando passagem pra ele. Ele colocou minha mala pra dentro e logo foi fechar a porta.

- Sua mala é pesada demais e adivinha, sem necessidade.

Eu revirei meus olhos. É melhor ser prevenida do que desprevenida. Ele indicou com a mão o corredor e passei por ele indo até o final, não era um corredor muito grande e no final havia outra porta que ele logo abriu e pediu que eu entrasse.

Logo na entrada havia uma área que continha uma estante com muitos livros e eu também conseguia ver a área talvez não sei. Do lado esquerdo havia a cozinha e do lado direito a sala e lá atrás, era outro cômodo que estava com a porta fechada.

- É pequeno mas eu moro sozinho então, pra mim é ótimo. - ele falou. - Mas você se adapta. - Ali é a cozinha, a sala, aqui é a entrada e lá é o meu quarto e o banheiro. - ele foi apontando e dizendo. - E lá em cima tem o terraço.

Até que era grandinho o apartamento dele, e aconchegante.

- O que quer fazer? - ele perguntou. - Tá com fome?

- Sinceramente, eu adoraria dormir. - confessei. - Eu não durmo desde ontem, estou acordada desde então.

- Fala sério, Eve. Por que não dormiu?

Eu apenas dei de ombro, o que eu poderia dizer? Chegamos tarde e quando fui dormir a Alisson não deixou então sim, eu estava com sono.

Ele indicou o quarto e disse que eu poderia dormir lá. No seu quarto tinha uma cama de casal com lençóis brancos, uma televisão de plasma na parede e diversas coisas espalhadas mas tudo parecia muito arrumado.

- Você pode dormir aqui. - ele falou. - Ali é o closet e depois o banheiro. - ele apontou para as duas porta que tinha em cada canto do quarto. - Quer que eu pegue sua mala?

- Aham.

Eu me sentei na cama e olhei em volta. Onde ele iria dormir, se eu iria dormir no seu quarto?

Ele voltou um momento depois com a minha mala e deixou ao lado da cama, eu a abri tirando de lá uma camiseta e um shorts. Eu já sentia a temperatura quente diferente da Polônia, e isso era bom. Eu amava o calor. O celular dele começou a tocar e ele tirou do bolso para ver quem era e logo falou que já voltava, saindo do quarto.

Aproveitei ele saiu e respirei fundo.

Eu estava aqui, não tinha mais o que fazer. O que tiver que acontecer, vai acontecer e é isso.

Eu queria tomar um banho só que eu estava cansada demais e precisava realmente dormir. Logo troquei de roupa e depois de guardar a outra na mala eu me joguei na cama dele e me cobri com o lençol.

Michele voltou um momento depois e perguntou se eu precisava de algo.

- Não. - falei. - Obrigada.

- Tem certeza?

- Pode pegar um copo de água pra mim?

- Claro. - sorriu. - Algo mais?

- E um edredom?

- Tem certeza? Aqui faz muito calor.

Eu apenas afirmei com a cabeça. Poderia estar o calor que estivesse, eu não conseguia dormir de lençol. Eu me sentia descoberta, era fino demais.

Eu estava com a cabeça deitada no travesseiro quando ele voltou com o copo de água e me entregou, depois de tomar dois goles deixei no criado mudo que tinha do ao lado da cama, ele então disse que iria pegar um edredom pra mim.

Senti quando ele jogou o edredom por cima de mim e se sentou na ao meu lado na cama.

- Precisa de algo mais, querida? - quis saber. ele passou a mão no meu rosto tirando o cabelo da frente e passou a mão na minha bochecha.

- Onde você vai dormir? - eu quis saber, ele não tinha um quarto sobrando, eu acho.

- Eu me viro. - ele sorriu. - Não se preocupa comigo, dorme. - ele se inclinou e beijou minha cabeça.

Ele era muito carinhoso...

Ele sorriu uma última vez antes de se levantar e sair do quarto, encostando a porta até estar quase totalmente fechada.




mezzo; michele morroneOnde histórias criam vida. Descubra agora