vinte e cinco

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- Eve, você está me ouvindo?

- Claro que estou Raffaele, que besteira.

Eu estava ouvindo apenas um pouco do que ele dizia, o restante tinha ido para o beleléu.

Estávamos no Palladium, observando o Michele ensaiar com a banda, seus companheiros, e se eu não me engano, Raffaele falou que queria ir em um ponto turístico da Polônia que ele adoraria fotografar.

- Você vai ser minha guia. - o amigo do Michele simplesmente disse e se levantou, se afastando de mim, quando percebeu que eu ainda estava sentada, me chamou. - Vamos, Eve, eu não tenho o dia todo.

Eu suspirei, sabendo que se eu não fosse com ele agora ele não iria parar de falar um segundo sobre.

Ele misturava um pouco o inglês com o italiano e minha cabeça já estava começando a doer de tanto pensar nas palavras da sua língua nativa que não entendia.

- Você sabe que as Muralhas ficam em outra cidade não é?

- Sério?

- Sério.

- Mas não deve ser longe né?

- Umas três horas de carro.

- Maravilha!

Meu deus, é sério isso?

Quando estávamos saindo do palco, escutamos o Michele o chamar e por isso, paramos de andar.

- Onde vocês vão? - ele perguntou olhando de mim para o amigo.

- Raffaele está me infernizando para ir fotografar as muralhas que fica a três horas daqui.

- Ra, deixa a garota em paz. - Michele pediu. - Ela não vai querer.

- Querer o que? - perguntei.

O que eles queriam de mim?

- Não é nada querida. - Michele sorriu e beijou minha bochecha quando alguém o chamou e se despediu da gente. - Raffaele, leva ela pra comer algo. - pediu, antes de voltar para o palco e voltar a cantar.


- Pierogi é muito bom. - Raffaele falou depois de experimentar pela primeira vez. - Muito bom mesmo.

- É sim.

Tínhamos vindo ao mesmo restaurante que eu jantei com o Michele pela primeira vez por que era o mais perto e eu sabia que se não fosse comer algo, ele iria me encher e, eu estava com fome. E nada melhor do que comer Pierogi.

- Então... - Raffaele levou outro pastel a boca e mastigou. - Você e o Mik, huh?

- O que tem?

- Nada, estou apenas perguntando. Ele não está falando tanto sobre você, não tanto quanto eu gostaria.

- Bom, é o seu amigo. Você deve perguntar para ele e não pra mim.

- Certo che si.

Eu revire meus olhos e voltei a comer, eu precisava saber italiano logo.

Quando saímos do restaurante, Raffaele estava irredutível e ainda queria ir ver a Muralhas, mas, eu havia conseguido convencer ele de que não daria tempo de chegar a tempo ao concerto do Michele.

Eu falei que aqui havia muitos palácios e castelos e, parques, e que ele poderia fotografar todos. E foi isso que fizemos. E era aqui que estamos, no parque Łazienki.

- Olha que árvore linda. - ele falou quando paramos em frente a árvore com folhas meio arroxeadas. - Vai lá pra eu tirar umas fotos suas. - ele me deu um empurrão de leve, me fazendo ir para perto da árvore. - Isso mesmo, agora, sorria!

mezzo; michele morroneOnde histórias criam vida. Descubra agora