- Eve, você está me ouvindo?
- Claro que estou Raffaele, que besteira.
Eu estava ouvindo apenas um pouco do que ele dizia, o restante tinha ido para o beleléu.
Estávamos no Palladium, observando o Michele ensaiar com a banda, seus companheiros, e se eu não me engano, Raffaele falou que queria ir em um ponto turístico da Polônia que ele adoraria fotografar.
- Você vai ser minha guia. - o amigo do Michele simplesmente disse e se levantou, se afastando de mim, quando percebeu que eu ainda estava sentada, me chamou. - Vamos, Eve, eu não tenho o dia todo.
Eu suspirei, sabendo que se eu não fosse com ele agora ele não iria parar de falar um segundo sobre.
Ele misturava um pouco o inglês com o italiano e minha cabeça já estava começando a doer de tanto pensar nas palavras da sua língua nativa que não entendia.
- Você sabe que as Muralhas ficam em outra cidade não é?
- Sério?
- Sério.
- Mas não deve ser longe né?
- Umas três horas de carro.
- Maravilha!
Meu deus, é sério isso?
Quando estávamos saindo do palco, escutamos o Michele o chamar e por isso, paramos de andar.
- Onde vocês vão? - ele perguntou olhando de mim para o amigo.
- Raffaele está me infernizando para ir fotografar as muralhas que fica a três horas daqui.
- Ra, deixa a garota em paz. - Michele pediu. - Ela não vai querer.
- Querer o que? - perguntei.
O que eles queriam de mim?
- Não é nada querida. - Michele sorriu e beijou minha bochecha quando alguém o chamou e se despediu da gente. - Raffaele, leva ela pra comer algo. - pediu, antes de voltar para o palco e voltar a cantar.
- Pierogi é muito bom. - Raffaele falou depois de experimentar pela primeira vez. - Muito bom mesmo.
- É sim.
Tínhamos vindo ao mesmo restaurante que eu jantei com o Michele pela primeira vez por que era o mais perto e eu sabia que se não fosse comer algo, ele iria me encher e, eu estava com fome. E nada melhor do que comer Pierogi.
- Então... - Raffaele levou outro pastel a boca e mastigou. - Você e o Mik, huh?
- O que tem?
- Nada, estou apenas perguntando. Ele não está falando tanto sobre você, não tanto quanto eu gostaria.
- Bom, é o seu amigo. Você deve perguntar para ele e não pra mim.
- Certo che si.
Eu revire meus olhos e voltei a comer, eu precisava saber italiano logo.
Quando saímos do restaurante, Raffaele estava irredutível e ainda queria ir ver a Muralhas, mas, eu havia conseguido convencer ele de que não daria tempo de chegar a tempo ao concerto do Michele.
Eu falei que aqui havia muitos palácios e castelos e, parques, e que ele poderia fotografar todos. E foi isso que fizemos. E era aqui que estamos, no parque Łazienki.
- Olha que árvore linda. - ele falou quando paramos em frente a árvore com folhas meio arroxeadas. - Vai lá pra eu tirar umas fotos suas. - ele me deu um empurrão de leve, me fazendo ir para perto da árvore. - Isso mesmo, agora, sorria!