dezoito

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- Seu carro cheira a tabaco. - falei depois de colocar o sinto de segurança.

- Por que será? - ele pareceu debochado. - Você disse que seu pai e seu irmão fumam né? Por que você não?

- Eu não suporto o cheiro e também não suporto pensar na possibilidade de que quanto mais cigarros, mais problemas. - expliquei. - Por que?

- Só fiquei curioso. - falou. - E você está certa em não usufruir disto, não tá perdendo nada.

Observei a noite de Roma e me senti bem em estar aqui. Ainda mais agora que eu tinha conversado com o Michele e estava tudo bem entre nós, não que eu achasse que tivéssemos um problema antes, mas acho que agora está melhor.

Mas claro que eu teria que lembrar de Anna.

Automaticamente não estava mais feliz só de pensar na possibilidade dele com outra pessoa.

Cheguei a conclusão que preciso de acompanhamento sério com um profissional por que eu não iria saber lidar com isso.

Eu não tinha esse direito, não é? Ainda não.

Por que eu era assim?

Mas mesmo assim, sem motivo nenhum eu estava pensando e ficando com um pouquinho de raiva, e de graça.

Parabéns Eve, você está se tornando uma maluca.

Ele não deu motivo para eu me preocupar. Vejo que ele está tão interessado quanto eu, acho, mas mesmo assim me sinto insegura.

Acho que depois de tudo eu iria me sentir assim.

Eu preciso colocar na minha cabeça que não vai acontecer nada.

Eu olhei pra ele dirigindo ao meu lado, atento a estrada na sua frente, e alheio aos meus pensamentos. Que bom, ele não iria gostar de saber sobre isso.

- Pode abrir aí e pegar um cigarro pra mim? - ele perguntou e indicou o porta-luva na minha frente. - Por favor.

- Não quero te beijar se sua boca estiver com gosto de cigarro. - falei mas mesmo assim abri e peguei um maço de cigarro pra ele. - E isso mata, sabia?

- Vai me lembrar disso toda hora? - ele me olhou por um momento. - E tudo bem se você não quiser me beijar, eu não estou perdendo nada meu anjo. Ascende pra mim?

- Você quer que eu ascenda um cigarro pra você? - perguntei. - Sério?

- Eu estou dirigindo, Eve. - ele falou e trocou de marcha. - Eu preciso fumar então você poderia me fazer esse favor?

- Claro. - revirei meu olhos e abri o maço. - Só vou te beijar quando você lavar bem sua boca.

Eu abri o maço de cigarro e tirei um de lá de dentro, não acredito que estava fazendo isso. Eu era totalmente contra mas olha só o que estou prestes a fazer.

- Tem um isqueiro por aí. - ele falou. - Sabe com ascender né?

- Claro que sim. - bufei e procurei pela droga do isqueiro. - Você deveria parar.

- Não é tão fácil... - ele suspirou. - E estou fumando menos esses dias, você não percebeu?

- Esse é o seu quinto, meu anjo. - falei, eu tinha visto ele fumar com o amigo mas estava esperando uma oportunidade para repreendê-lo.

- Estava de olho em mim é? - perguntou divertido. - É interessante saber disso.

- Eu olharia pra você para sempre, Michele. - eu achei o isqueiro e levei o cigarro até a boca e ascendi o isqueiro, puxei o ar e suguei, já sentido o gosto ruim da fumaça na boca. - Meu deus como eu odeio isso. - reclamei e lhe estendi o cigarro. - Toma.

mezzo; michele morroneOnde histórias criam vida. Descubra agora