vinte e sete

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- Eu trouxe isso pra você! - Raffaele falou alto, mais alto que a própria batida da música, eu olhei para o balde em sua mão e não entendi bem o que ele queria dizer. - Eu estava seriamente preocupado com você, não quero que escorregue na sua própria baba e morra!

Eu olhei pra ele que me estendia o balde sorrido grande.

Não valia a pena brigar e xinga-lo pois acredito que isso só o motivava mais a me irritar, tinha aprendido algumas coisas com ele quando o Michele está longe.

Então, peguei o balde que ele segurava e por um momento pensei em jogar na sua cabeça, mas não o fiz.

E seria útil já que, toda vez que eu vejo o Michele se apresentando e o jeito que ele se movimenta e, rebola, eu sinto que babo um pouco.

E claro que seu amigo não iria deixar de perceber isso e como ele gosta de me irritar, ele faz essas coisas.

- Que bom que você pegou. - ele falou. - Eu passei uns dez minutos procurando. Agora você vê como eu sou um bom amigo?

- Inimigo quer dizer né?

Eu e ele estávamos no palco, mas não precisamente nele, mas sim quase na saída. Daqui dava pra ver o espaço todo e toda a platéia. Muitas jovens com os hormônios a mil por estar vendo uma beldade em sua frente.

Eu estava assim.

Ainda não tinha me acostumado totalmente com a beleza do Michele, e agora olhando de fora só comprava que ele é muito bonito e um gostoso.

Um gostoso ao máximo.

Acho que já havia se passado uns trinta minutos que ele começou a se apresentar e ele estava sendo impecável. Ele tinha jeito pra isso, e que jeito.

Suas amigas não estavam junto a mim e de Raffaele, eu até achei que elas tivessem ido embora mas não, elas estavam na primeira fila, o assistindo.

Por que eu não estou na primeira fila?

Voltei a vida quando ouvi o Michele parar de cantar e começar a agradecer a presença de todos os presentes. Que adoro a noite e que ela seria inesquecível, ele disse que seria grato eternamente a todos e espera voltar a subir ao palco novamente.

Eu joguei o balde de volta para o Raffaele por que não iria mais precisar dele, e ele quase o deixou cair no chão.

- Eu te ajudo e você ainda me maltrata.

Eu o ignorei e observei o Michele caminhar até nós, saindo do palco. Ele estava respirando profundamente e sorria, estava muito feliz. Quando se aproximou ele abriu os braços e abraçou forte, me tirando do chão. Ele cheirava a suor e a sua colônia que eu ainda não sabia qual era. Eu disse o quanto ele tinha ido bem e lhe desejei parabéns.

- Obrigado, baby. - ele agradeçeu e beijou no rosto, quando ele me colocou no chão de volta se virou para o amigo. - Tirou muitas fotos?

Raffaele respondeu que sim e falou mais algumas coisas em italiano. E de fato ele tinha tirado, tinha saído diversas vezes para pegar todos os ângulos bons.

Quando voltamos para o camarim, Michele foi logo tirando a camisa e pegando uma água no frigobar. Eu fiquei olhando é claro, quem em sã consciência não faria?

- Eve, você quer que eu traga o balde de novo?

Eu olhei para o Raffaele que estava encostado na porta e quis mata-lo pela vigesima vez no dia.

- Que balde? - Michele quis saber.

- Nenhum! - falei antes que Raffaele abrisse a boca. - Seu amigo é um idiota.

mezzo; michele morroneOnde histórias criam vida. Descubra agora