Capítulo 3

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Acordo com o braço de Jasmine me sufocando, mas sei que ela já está acordada, pois, quando tento tirá-la de cima de mim, não consigo, é como se ela o empurrasse para baixo. Mexo-me um pouco e consigo pegar uma almofada e jogo na cara da minha irmã.

- Aí! - Jas reclama.

- Eu sabia que estava acordada.

- Mas não precisava atacar a almofada em mim.

Ela faz uma cara de quem aprontará algo e pega outra almofada, começando uma guerra de travesseiros comigo.

- Meninas vamos levantar que... Clara Jasmine o que pensam que estão fazendo?

Paro de jogar a almofada na Jas e olho para a mamãe, levando uma almofadada bem forte na cara, o que me faz cair no chão e bater a cabeça.

- Au!

- Me Deus Jasmine! Tenha modos de princesa minha filha - minha mãe me ajuda a levantar e olha de cara feia para minha irmã.

- Não brigue com ela mãe, a culpa foi minha, eu que comecei.

- Pois julgo que devo brigar com as duas, vão se lavar para tomar café, e não demorem. - Ela manda e sai do quarto batendo a porta.

- Penso que irritamos ela - Jas diz se deixando cair na cama.

- Tenho certeza - sento na poltrona perto da cama e começo a rir, não sei o motivo, apenas sei que começo a rir, e Jasmine me acompanha.

Só saio daquele quarto quando realmente consigo parar de rir, o que demora pelo menos uns trinta minutos. Mas ao fechar a porta me deparo com Willian, um soldado e amigo meu, que mesmo não devendo, me olha de cima a baixo.

- Bom dia princesa!

- Bom dia soldado - passo por ele e entro no meu quarto, percebendo seu sorrisinho antes de fechar a porta.

Desço para o café da manhã e minha irmã já está lá sentada em seu lugar, me sento ao seu lado, e dou bom dia a todos, antes que eu pudesse dar uma garfada nas minhas panquecas, papai pede silêncio e se levanta.

- É ótimo ver todos os meus filhos reunidos novamente, infelizmente isso não durará muito, pois Clara e Jasmine começam em quatro dias sua seleção, como elas terão que escolher entre príncipes herdeiros ou não, iram ter menos tempo que os meninos tiveram, esta noite será o baile oficial de aniversário delas, onde anunciarei quais são os príncipes escolhidos a dedo pelas aniversariantes...

- Pai, será que podemos comer, não teremos muito tempo para isso depois - Jasmine pede e ele olha para minha irmã e depois para mim, que estou com o garfo a meio caminho da boca, papai parece chateado, mas concorda e se senta, deixando um clima não muito bom entre nós, fazendo um silêncio cair sobre o recinto.

- Desculpe-nos pai, mas todos já sabemos disso, não vejo motivo para fazer um discurso - digo um pouco baixo, ele me olha e sorri.

- Eu sei querida, só queria que vocês duas soubessem que não precisam fazer isso se não quiserem.

- Não me pareceu o que quis dizer - Jasmine sussurra para que apenas eu a ouça.

- Pai, se não fizermos isso, o senhor vai querer decidir quais serão os príncipes escolhidos para cada uma de nós, e sinceramente, quero poder escolher meu próprio marido.

- Isso contradiz o que você estava fazendo durante a seleção do Kayque - Brendon diz me olhando sorrindo de um modo como se eu fosse reagir a sua provocação, mas nesse ano, eu mudei bastante.

Então respiro fundo e deixo voltar a lembrança de que quase me casei com o príncipe Henrique por conveniência ao reino, assim, encaro meu irmão.

- Sim, eu teria feito isso, porque, como a mais velha das gêmeas, era minha responsabilidade, e estávamos praticamente em guerra - como o último pedaço das minhas panquecas e me levanto - agora se me derem licença.

Me retiro com toda a graça que aprendi a ter durante aulas e aulas de etiqueta, mas o Brendon me paga por essa provocação, a se paga.

Rainhas de IlléaOnde histórias criam vida. Descubra agora