Capítulo 4

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Meu pai acha mesmo que fazer um discurso sobre nossa seleção é importante, pelo amor de Deus né, eu e minha irmã, teremos que sair com príncipes que mal conhecemos, bom, exceto por Lorenzo que é como um primo para nós, e sei que esperam que façamos uma aliança matrimonial entre Itália e Illéa, o que acho uma besteira, mas poder dar alguns beijos nele não será nada ruim.

O dia todo após o café da manhã, fico com minha mãe e minhas cunhadas, sem conseguir acreditar que meu irmão Brendon voltou, e com toda certeza irá me atazanar enquanto estiver aqui, mas isso não importa, ele está de volta e poderá me ajudar a escolher meu marido, bom pelo menos é o que eu espero.

Vendo como mamãe e minhas duas cunhadas interagem tão bem, me faz questionar se a rainha Bella não preferia ter tido apenas filhas. Não sei se é loucura da minha cabeça, mas ela parece ficar muito mais leve quando está comigo, minha irmã, ou com Alexa e Helena.

— Jasmine? — Tiro meus olhos da revista que nem estou lendo mais e acho quem me chamou — Perguntei se você já tem uma ideia de quem escolherá?! — Alexa continua e sorri para mim, achou certamente engraçado eu estar tão distraída.

— Na verdade não, tem muitas opções boas, como o príncipe Adam e o príncipe Henrique, mas ainda não sei com quem quero me casar.

— E a Clara, você tem alguma ideia? — Helena pergunta se aproximando mais de mim como se eu fosse lhe contar algum segredo, e antes que eu responda minha irmã se aproxima.

— Eu não sei, prefiro não escolher antes, pois pode acabar que quem eu pensar que deve ser meu marido, não seja como todos pensam ser — Clara diz entrando no salão das mulheres e sentando com a graça de uma rainha ao meu lado.

— Porque diz isso? — Nossa cunhada insisti.

— É simples Helena, posso muito bem acabar escolhendo o príncipe Ali, por exemplo, e enquanto estivermos sozinhos em um encontro ele não ser a pessoa que mostram nos jornais e revistas — Clara explica com a expressão séria, é como se a chegada da seleção estivesse mudando alguns pensamentos de minha irmã.

— Então o que você quer dizer, é que ele pode não ser o rapaz carismático e alegre que todos dizem ser? — Minha mãe pergunta com uma sobrancelha levantada.

— Isso mesmo mamãe — Clara confirma com o olhar intenso sobre todas.

Observo as quatro mulheres à minha volta e percebo que Clara com toda certeza está mudada. Encaro o relógio na parede e vejo que já são cinco horas da tarde, e lembro que precisamos nos arrumar.

— Bom veremos o que acontece durante a seleção não é! Vamos Clara, temos que nos arrumar — me levanto arrumando meu vestido.

Para quem não se sentia animada com o baile, naquele momento uma vontade estranha de me arrumar rápido era grande, talvez só fosse a ansiedade de que tudo acabasse logo.

— Na verdade, devemos todas nos arrumar — aviso e elas concordam com um aceno de cabeça.

Seguro no pulso de Clara e a faço se levantar, minha mãe olha para o relógio e em seguida faz um sinal com a mão nos liberando, saio dali o mais rápido que posso puxando minha irmã pelo braço até estarmos no nosso andar e livre de todos os olhares, exceto dos guardas espalhados em cada canto do palácio.

— O que está acontecendo com você? — Pergunto colocando ela contra a parede.

— Não está acontecendo nada — Clara diz cruzando os braços e ficando com uma expressão de irritação.

— Tem algo errado com você, eu sinto, você estava tão animada ontem para esse baile e a seleção, e agora responde qualquer um friamente quando se trata disso.

— É simples, Brendon tem toda a razão, nós não deveríamos estar fazendo essa seleção, deveríamos aceitar que nossos pais escolhessem nossos maridos.

Vejo um brilho em seu olhar e sei que está mentindo, ela nunca conseguiria me enganar.

— Fale a verdade! — insisto.

Ela olha para todos os lados e me puxa para seu quarto.

— Jas a seleção não será assim tão simples para mim, ainda mais depois que Brendon disse aquilo — Clara confessa.

— Nosso irmão nunca deveria ter dito aquilo — resmungo olhando para o lado.

— É, mas disse, e ele tem razão, afinal eu já tenho um escolhido.

— E quem é? — Questiono franzindo a sobrancelha.

— Não sei se devo lhe dizer.

— Clara, você sabe muito bem que odeio ficar curiosa — aviso fechando a cara e me jogando na poltrona mais próxima.

— Tenho medo Jas, e se meus sentimentos mudarem? Eu estava disposta a casar com o Henrique, e durante esses quase quatro anos que ficamos nos correspondendo me apaixonei por ele, e se durante essa seleção eu começar a gostar de outro, e se durante essa seleção eu machucar o Henrique mesmo não querendo?

Minha irmã fala um pouco exaltada, e assim percebo quem seria a sua escolha.

— Clara, ele sabe do risco que está correndo, e sabe que você pode gostar de outro durante a seleção, não fique com medo disso, nem de se apaixonar por mais de um, eu fiz isso durante a escola.

Ela sorri e concorda.

— Agora vá se arrumar ou vamos nos atrasar — dou um beijo em sua bochecha e sigo para meu quarto.

No caminho penso que nunca cheguei a imaginar que Clara estaria apaixonada por alguém, ainda mais conversando apenas por cartas, mas de alguma forma, posso entender ela, às vezes alguns garotos podem te encantar com um simples "Oi".

Rainhas de IlléaOnde histórias criam vida. Descubra agora