Capítulo 7

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FIQUEI OLHANDO PARA O CARPETE à minha frente. Era isso que ele queria demim. Quando eu quis perguntar por quê, quando quis lutar contra, as palavras deBlake ecoaram na minha cabeça.Submissão total. Controle total sobre o seu prazer e a sua dor.Ele queria isso... minha submissão. Ele não queria se explicar. Eu podia medesculpar. Podíamos conversar sobre isso, discutir, mas era isso que ele queriaagora. Talvez fosse o que eu precisava também. Aquele tornado dos nossos corposcolidindo juntos, silenciando o resto do mundo. Só que ele estava furioso, e euodiava ver aquela expressão nos olhos dele sabendo que era eu que a tinhacolocado ali.Ele se agachou à minha frente, mas mantive meus olhos abaixados, focadosnos sapatos dele, na maneira como sua calça se esticava em torno das coxasmusculosas. Céus, como aquele homem era lindo. Mesmo quando estava bravopra caramba.A mão dele acariciou meu rosto, provocando um arrepio que subiu pelaminha espinha.— Se eu não estivesse tão puto agora, talvez ficasse impressionado com você,Erica. Minha pequena submissa está finalmente aprendendo. Vamos ver quantotempo você consegue continuar assim, porque você vai receber os castigos deuma vida inteira esta noite. Você acha que consegue aguentar?Ergui a cabeça, e meus olhos se estreitaram. A lutadora dentro de mimameaçou pular em cima dele. Inspirei lentamente pelo nariz, buscandoequilíbrio. Sobreviva à tempestade.— Ainda não quer uma palavra de segurança?Meu peito lutou para se expandir com meu respiro seguinte. Inspirei de novorapidamente e meneei a cabeça, abaixando os olhos novamente. Estupidamente,garanti a mim mesma que aceitar uma palavra de segurança daria a ele licençapara me fazer querer usá-la.Ele passou as pontas dos dedos nos meus lábios, fazendo-os formigar.— Ele beijou você. Você o beijou de volta?Puxei o ar por entre meus lábios trêmulos.— Caso você não tenha notado, não estou no clima para ficar me repetindo.Você o beijou de volta?— Sim, eu... Eu o beijei de volta.As palavras deixaram um gosto amargo na minha boca. Por quê? Por que eutinha me permitido ir tão longe? Um toque de náusea atingiu meu estômago aopensar que eu poderia perder Blake por causa daquele momento estúpido.— Ele esteve na sua boca?Esperei um segundo e concordei novamente com a cabeça, e o enjoo rolavadentro de mim agora. O toque dele desceu delicadamente até meus seios,segurando o peso de um deles.— E as mãos dele? Ele conseguiu resistir a essas tetas perfeitas enquanto alíngua dele estava na sua boca? Ele tocou você aqui?Ele deu um puxão no meu mamilo, provocando um choramingo.— Não sei. Não.Descendo, a palma dele deslizou pela minha barriga até chegar ao meio dasminhas pernas afastadas. Ele raspou a mão nos lábios, mal me tocando.— Aqui?—Não — insisti.— Você queria que ele tocasse?— Não.Ele deu um tapa no meu sexo, um movimento brusco que enviou um choquede dor e um prazer inesperado pelo meu corpo.— A verdade, Erica — ralhou ele.— Eu queria que fosse você — me apressei em dizer. — Se alguma parte demim queria essas coisas, esse era o motivo. Mas estou dizendo a verdade quandodigo que não senti nada.— Você está querendo me dizer que ele te deu um beijo que durou temposuficiente para que Risa visse, com a porcaria da língua dele na sua boca, e vocênão sentiu nada?Fechei os olhos, odiando tudo isso. Tudo estava confuso, tão bagunçadoquanto eu tinha me sentido quando deixei que James se aproximasse demaisaquele dia. Minha garganta se fechou de emoção.— Blake. Por favor, acredite em mim. Tudo aconteceu rápido demais. Ele mepegou de surpresa, e talvez, por uma fração de segundo, sim, eu pensei que oqueria. Mas aí eu não consegui suportar. Mesmo acreditando que você tinha idoembora, que eu nunca mais veria você de novo, eu não o quis. Eu queria você,mas ele não é você. Ele nunca vai ser você. Mesmo que você me odeie e mecastigue, isso nunca vai mudar.Minha voz estava aguada quando falei aquelas últimas palavras, a verdadeque iria me atormentar até o dia da minha morte se ele me deixasse. Que Deusnão permitisse, ele me arruinaria para sempre.— Por que você não me contou? Por que é que eu tinha que descobrir dessejeito, porra?Abaixei a cabeça.— Eu não queria machucar você, Blake — respondi, mas era tarde demaispara isso.— Você faz ideia de como estou furioso agora?A voz dele era grave, perigosamente grave.Arrisquei olhar nos olhos dele. Eles estavam embaçados por conta daumidade dos meus. A falta de empatia me gelou ainda mais.— Sinto muito. Sinto muito mesmo...Minha voz vacilou, mas eu estava desesperada para que ele soubesse.— Sente? E você vai me mostrar o quanto sente?— Vou fazer o que você quiser.Tentei tocá-lo, mas ele me imobilizou, segurando meus pulsos longe dele.— O que faz você pensar que eu quero você depois do que você fez?Ele podia ter enfiado uma adaga bem no meu coração pela maneira como aspalavras me atingiram. Mas os olhos dele contavam outra história. Eu via a fúriaali, mas mágoa também. Não o suficiente para amenizar as linhas de expressãoem seu rosto, mas o suficiente para me dar a menor das esperanças.— Você é o único que eu sempre vou querer. Por favor, não me odeie. Blake,eu fui idiota e estava assustada. Eu odeio que isso tenha acontecido, que eu tenhadesistido de nós antes que pudéssemos encontrar nosso caminho de volta umpara o outro. Eu te amo. Por favor... Me deixe mostrar a você.Ele pausou por um instante antes de soltar meus pulsos. Ele se levantou eatravessou a curta distância até o sofá. A rejeição imediata aumentou ainda maisa ânsia pesada na minha barriga. O ar saiu de dentro de mim com o ruído docinto dele sendo removido da calça. Ele o segurou por um momento, umaexpressão perspicaz me analisando. Meu peito ficou apertado, agitando-se comminha respiração, agora ansiosa. Inesperadamente, ele o largou no chão antes dese acomodar no sofá.Ele abriu o zíper da calça e libertou sua ereção. Ele começou a se masturbarlentamente. Um tipo de tensão diferente emanava dele agora, uma tensão que eupodia aliviar, se ele me deixasse. Alguns instantes se passaram enquanto ele semasturbava, e seus olhos estavam fixos em mim. Pressionei as unhas nas minhascoxas. Eu queria tanto ir até ele, mas ele me castigaria se eu me mexesse sempermissão. Eu não ousava pedir.— Venha aqui — chamou ele.Aliviada, comecei a me levantar.Mas ele me interrompeu.— Engatinhe. Quero você de quatro até que eu diga para mudar.Hesitei por um instante e, então, comecei a me mexer. O carpetepressionava minhas palmas e ardia em meus joelhos, enquanto eu atravessava adistância entre nós. Minhas bochechas ficaram quentes de vergonha. Aquelaposição oferecia toda a humilhação que ele poderia querer de mim.Mas nada poderia diminuir meu desejo por ele. Me sentei sobre oscalcanhares entre as pernas dele, tão disposta quanto eu estava momentos antes.A cabeça dilatada de seu pau grande desaparecia na mão dele e ressurgiaquando ela descia até a base. A ponta brilhava de umidade. Lambendo os lábios,eu quase conseguia sentir o gosto dele. De repente, tudo que eu queria era ele naminha boca. Eu podia sumir com a frustração dele, amenizar a dor que queimavadentro de nós dois.— Você quer isso?As palavras foram enfraquecidas pelo esforço que ele fazia para se conter àmedida que seu ritmo aumentou.— Sim.Me ergui, repousando as mãos nos joelhos dele.— Você não merece isso. A satisfação que iria lhe dar.A adaga que ele já havia enfiado em meu coração girou. Como um animalferido, me abaixei.— Por favor. Me deixe — supliquei delicadamente.O ar sibilou para fora dele por entre seus dentes. Mordi o lábio, minhaprópria frustração aumentando com a proximidade do orgasmo dele. As palavraspareceram desaparecer. Será que ele iria me ignorar até gozar? Subi as mãospelas coxas dele e as desci de volta. Lambi os lábios, imaginando o gosto dele, apressão do desejo dele na minha boca.— Me deixe satisfazer você, gato. Eu te amo. Eu quero.Os olhos dele se fecharam, seus músculos se contraindo sob meu toque.— Puta merda — grunhiu ele.A cabeça dele caiu para trás com um respiro trêmulo.Encorajada, coloquei a mão sobre a dele, interrompendo seus movimentosrápidos. Um segundo depois, ele estava fundo na umidade da minha boca.Circundei a cabeça dele rapidamente com a língua. Minhas bochechas seesvaziaram quando chupei com força o tanto quanto eu conseguia. Me mexi egemi, com minhas coxas se esfregando uma na outra, enquanto eu meposicionava para poder chupá-lo o mais fundo que pudesse.Rapidamente, ele estava a ponto de bala. Algumas investidas urgentes nofundo da minha garganta e ele tremeu com um grunhido dolorido. Ele mesegurou pelos cabelos e me manteve nele até se esvaziar completamente, seupau se contraindo e pulsando com os abalos pós-orgasmo.A dor de ter ficado ajoelhada e o desconforto da maneira como ele me mexiapara seu próprio prazer desapareceram em segundo plano quando senti o gostodele, inspirando o cheiro dele. Da base até a ponta, eu o lambi até limpá-lo. Meuamante, meu amante lindo e torturador. Eu queria ser isso para ele. Queriaidolatrá-lo, servi-lo. Queria ser tudo para ele, mesmo nesses momentos sombriosem que nada fazia sentido além das demandas da nossa carne.Ele deslizou para fora da minha boca, e os ruídos da nossa respiraçãopreencheram o silêncio. Meus seios estavam duros e pesados. A umidade seacumulava entre minhas pernas. Mas lutei contra a vontade de mostrar a ele, depedir mais. Deixei minhas mãos repousarem novamente nos meus joelhos,respirando para conter o desejo que crescia.Ele ergueu a cabeça. Seu rosto tinha suavizado após o orgasmo, mas seumaxilar estava resoluto.— Masturbe-se.Sem pensar duas vezes, me toquei entre as pernas. Puxando a umidade daminha excitação por sobre meu clitóris, comecei a ditar um ritmo. Meus olhos sefecharam. Um gemido suave escapou de meus lábios quando pensei nos dedosdele ali, me dando prazer.— Queria que fosse eu tocando você?— Sim.— Quer que eu enterre meu pau nessa sua boceta molhada?— Sim — arfei.Minha barriga se tensionou e o calor salpicou minha pele. Meu sexo pulsavae se contraía, esperando para ser preenchido por ele. Todo ele, até que toda essaloucura fosse embora e fôssemos só nós dois, juntos.— Continue se masturbando.Um lampejo de medo se espalhou por mim quando senti que ele se afastou.Se ele estava disposto a me rejeitar antes, o que o impediria de me provocar atéo ápice e me deixar ali só para me punir? Meus dedos trabalhavamfervorosamente sobre meu clitóris. O orgasmo se aproximou, e eu corri atrásdele. De olhos bem fechados, bloqueei todo o resto. De repente, eu estavaconvencida de que ele me deixaria a ver navios se eu não chegasse lá por contaprópria.— Blake — gemi.O nome dele saiu dos meus lábios como uma prece desesperada. Ele nãoestava dentro de mim, mas ainda estava comigo. Invadindo meus pensamentos,incorporado profundamente em qualquer fantasia que fosse me levar ao clímax.Eu o mantive perto, enquanto me agarrava ao sofá agora vazio, e meus quadris seerguiam na direção da minha própria busca.— Estou bem aqui.Meus olhos se abriram com o som da voz dele no meu pescoço. Antes que eupudesse me focar, ele enganchou o braço nos meus cotovelos, puxando meusombros para trás. Meus seios se projetaram. Meu clitóris palpitou, pedindoatenção. Me mexi agitadamente, ávida demais para terminar ou para queterminassem por mim. A mão dele veio parar na minha garganta, seu toque tantodelicado quanto possessivo. O polegar dele repousou sobre o ponto pulsante quebatia com força enquanto ele circundava meu pescoço.— Quero mostrar ao seu corpo a quem ele pertence, mas quero ouvir vocêdizer — sussurrou ele, puxando o lóbulo da minha orelha com a boca.Ele chupou e mordeu com força.Me mexi tanto quanto a mão firme dele permitia. Eu estava extremamentetensa.Ele aliviou a dor com a língua. Beijos quentes no meu pescoço me deixaramsem ar e fizeram eu me contorcer. Empurrei os quadris na direção da ereçãodele, implorando silenciosamente que ele me fodesse. Ele me inclinou parafrente, de modo que meu peito estivesse debruçado no sofá. Ele soltou minhagarganta e envolveu minha barriga com o braço. Deslizou para dentro do meucalor molhado, seus dedos provocando o nó enrijecido no meu clitóris. Fiqueitensa com o contato, o ritmo desapressado do toque dele me levando à beira daloucura.— Você me pertence, Erica. Seu coração, o sangue que pulsa por ele quandoeu seguro você desse jeito. Seu corpo, a maneira como ele se mexe para mim,goza para mim. Tudo isso é meu. Diga. Diga que você me pertence, gata.Me movi na direção do toque dele, ignorando sua ordem.— Diga.Me encolhi, a luta dentro de mim florescendo renovada.— Não pertenço a ninguém.— O quê?A ameaça permeava a pergunta dele. De alguma forma, o fogo do meudesejo alimentou minha raiva também. Eu precisava gozar, me libertar dessatensão, de toda ela.— Não pertenço a ninguém — ralhei, impotente e frustrada novamente.Os dedos dele deixaram meu clitóris. Segurando meus quadris apertado, eleme puxou com força contra ele, seu pau duro pressionado contra minha bunda.Arfei, com minha raiva chiando no tornado da minha necessidade de ser fodida.— Você está errada. No segundo em que eu coloquei aquela aliança no seudedo, você passou a pertencer a mim. Não banque a idiota, fingindo que você nãosabe disso. Você me prometeu que ninguém mais iria tocar em você. Lembra? Eucastiguei você na época e vou descontar na sua bunda de novo até ouvir aquelaspalavras, caralho.Ele recuou e se moveu para o lado, e a próxima coisa que senti foi a cintadaque ele deu nas minhas coxas. O grito que saiu foi abafado no sofá quando eledeu mais uma.— Blake!— Podemos fazer isso pelo tempo que você quiser. Ver a sua bunda ficandovermelha só me deixa duro.— Não estávamos juntos.Minha voz, repleta da emoção que ele parecia não ter, vacilou quando eledeu outra chibatada na minha bunda.— E de quem foi a culpa disso, porra? — latiu ele.Minha. O calor ardente da minha pele dobrou quando outra cintada atingiu omesmo local. Gritei, ficando tensa e me afastando, mas ele me segurava comforça demais. Ele não estava batendo aleatoriamente. Ele queria que eu sentisseisso de um jeito que não tinha sentido completamente antes.Você pertence a mim.As palavras se instalaram no meu cérebro enquanto eu recebia uma cintadaapós a outra, ficando tensa até achar que meus músculos fossem ter cãibra. Cadauma delas causava uma dor que fazia com que o prazer parecesse algo muitodistante. Cada uma parecia mais forte que a última, até que fiquei dormente. Aslágrimas caíam, e o único lugar onde eu podia sentir a dor era meu coração, olugar onde eu feri nós dois.Mal consegui registrar o alívio quando ele parou. Minha visão do quarto, dalido sofá, era embaçada de lágrimas. Ele afastou meus joelhos, e eu dei um puloquando as mãos dele rasparam na pele sensível que tinha absorvido a parte maispesada da punição. Os dedos dele deslizaram pela abertura da minha bunda atémeu sexo molhado e mergulharam fundo. Choraminguei, tomada por tudoaquilo. Meu corpo era um fio de alta tensão, dormente e sobrecarregado aomesmo tempo. Apesar do castigo, eu estava encharcada para ele.Ele tirou o dedo molhado e o pressionou no anel apertado entre minhasnádegas.— Eu devia foder você aqui. Você merece — murmurou ele.Meneei a cabeça. Eu tinha sobrevivido à dor, mas não conseguiria aguentarmais nada. Eu não achava que conseguiria, de qualquer forma. Eu não sabia seele iria me deixar gozar, mas mesmo esse destino enlouquecedor parecia bemmelhor do que o que ele estava ameaçando agora.— Por favor, não.Um segundo dedo entrou em mim, me esticando.Prendi a respiração, e meu cérebro voltou à vida no meio da neblina. Minhacabeça saiu do sofá, e todas as partes do meu corpo ficaram tensas.— Não! Estou implorando a você, Blake. Por favor, não. Não consigo.Ele ficou imóvel atrás de mim e tirou os dedos sem dizer mais nada. O alíviose abateu sobre mim como um martelo.— Talvez não esta noite, mas vou comer o seu cu. Pode contar com isso. Sabepor quê? — Ele se abaixou, raspando os lábios na minha orelha. — Porque vocêpertence a mim — sussurrou ele.Meu maxilar se apertou, um pequeno fio de luta ainda existia em mim. Oaperto na minha garganta sinalizava a torrente de emoções que escalava atémeus olhos. Expectativa, dor, amor. Todos aqueles minutos ou horas que tinhamse passado provocaram em mim uma onda violenta de emoções que se espalhavapelo meu corpo como uma tempestade de raios.— Vou foder você e, Deus me acuda, você não vai gozar até dizer as palavras.Segurando meu quadril, ele deslizou o pau pela entrada pulsante do meusexo e empurrou com força. Um grunhido quase selvagem preencheu o ar, e eupercebi que eu o emitira. Um tipo desesperado de prazer tomou conta de mim.Deslizou pelas minhas veias como uma droga altamente viciante, me deixandofora de mim quando a única coisa que importava no mundo era o corpo dele nomeu. Ele afastou minhas pernas ainda mais com o joelho, de modo que eu sentiacada investida bem no fundo do meu sexo.— Minha. — Ele metia em mim. — Você nunca mais vai se esquecer disso,Erica.A possessão dele me consumia, me levava a algum outro lugar. Eu precisavadela, precisava dele. Disso. E eu era dele.Minha. Você é minha. Sou sua. Para sempre. Insensatamente, repeti aspalavras como um mantra até elas perderem o significado. Eu pertenço a você.Eu pertenço a você. Sempre pertenci.— É isso mesmo. Você pertence a mim, gata.Meus olhos se abriram. Eu tinha dito aquelas palavras em voz alta. Todaselas. Na pressa ofuscante de querê-lo.— E eu pertenço a você.A confissão dele interrompeu meus pensamentos dispersos. Então, ele meteuem mim com tanta força que eu gritei. Os dedos dele voltaram ao meu clitóris,me excitando novamente. Todos os músculos se tensionaram, mas ele seguroumeus braços com firmeza. Ele me prendeu no prazer, me restringindo para quetudo que eu pudesse sentir fossem os movimentos brutos dele, a fricçãoimpossível dentro de mim. A necessidade de gozar queimava dentro de mimcomo fogo pelas minhas veias.— Blake... Ó Céus, por favor, me deixe gozar. Eu amo você. Sou sua... Porfavor... Por favor... Não consigo parar.— Você quer gozar?— Por favor!— Então goze — disse ele.Com aquele comando, a tempestade dentro do meu corpo explodiu.Empurrei o corpo com força para baixo, empurrando-o para dentro de mim.Todos os músculos ficaram tensos, um estado elevado aparentemente infinito desatisfação. Solucei com o prazer, meus ruídos abafados pelas almofadas debaixode mim. Tudo se libertou, me deixando fraca e trêmula. Apoiando-se com a mãono sofá, ele buscou o próprio prazer, reivindicando meu corpo com a mesmapaixão e o mesmo vigor com que tinha reivindicado meu coração. Eu porcompleto. Aceitei tudo, querendo que a possessão dele chegasse à minha alma.Ele se enterrou dentro de mim com uma última investida, tensa e silenciosa.O suor gelava minha pele. Ele cobriu minhas costas com seu corpo, meenvolvendo com seu calor. Ele finalmente soltou um expiro trêmulo e enrolou obraço nas minhas costelas. Um abraço. Quente e, eu queria acreditar,apaixonado. Flexionei os dedos em cima da minha barriga, querendo mantê-loali, mantê-lo perto. Mas eu ainda estava aprisionada, e ele não me soltou.— Eu te amo — falei.Quando as palavras saíram da minha boca, rezei para que ele as dissesse devolta. Me perdoe. Vamos superar tudo isso. Mas rápido assim, ele saiu de dentrode mim. E eu não conseguia mais senti-lo. Liberta, me virei. Ele tinhadesaparecido dentro do banheiro. A porta se fechou, fazendo um barulho alto nosilêncio do quarto.Vazia e gelada, me sentei no chão e envolvi meu corpo com os braços. Depoisde alguns minutos ouvindo o chuveiro, fui até a cama. Minhas pernas malconseguiram chegar até lá. Desabei nos lençóis frios e puxei o edredom por sobremim, querendo que a coberta pesada fosse o braço de Blake em torno de mim.Deixei que as lágrimas caíssem. Onda após onda, até que o sono deixou tudopreto.

INTENSIDADE MÁXIMAOnde histórias criam vida. Descubra agora