Seul? WTF!

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Após toda dificuldade em retirar três dedos de meus fios negros, sem derramar minimamente uma lágrima dramática, escutando a todo tempo os risos e as palavras sarcásticas de "eu disse para não dormir com chiclete na boca". Eu estava agora sentada em volta da pequena mesinha redonda que deixava o ambiente vivo na pequena sala de jantar de nosso flat.

Victoria, que não parava de falar sobre suas decepções amorosas, esbaldando-se na geleia sem nenhum outro ingrediente ressaltado em junção agora me encarava com a sombrancelha arqueada.

— Quê?— questionei quando recebi o olhar mortal de ambas.

— Checou o e-mail hoje?— Liv que até então estava quieta focada em seu notebook disse. Neguei. — qual foi a última vez que checou?— tudo bem, eu não esperava por essa pergunta.

— Hm... mês..passado.— A boca de Vic tornou-se um perfeito O e um estalar de formou quando Olívia bateu em sua própria testa.

— Francamente, Jess.— rimos as três .— Estamos esperando a resposta a três meses, como saberemos se realmente passamos na prova?

— Olharei mais tarde, Vic. Não se preocupe, tá legal?— espreguicei-me na cadeira tomando coragem para levantar.— Bom, eu vou sair.

— Não beba.

— Não fume.

— Não se apaixone por qualquer roupa nas vitrines.

— E inclusive... seja economista.— disseram em uníssono e me senti uma criança por alguns segundos.

— Ei! eu sou economista!— fingi parecer ofendida levando a mão ao peito.

— Você gastou cento e cinquenta reais só em comida mês passado!— olhou-me incrédula, Olívia.

E para não ter que ouvir mais nada, peguei minhas chaves na estante e segui em direção a porta do apartamento girando a maçaneta lentamente. Essa era a parte do dia em que eu mais odiava, tem que caminhar pelos corredores, sorrir falsamente em educação e o pior de tudo...

— Quando será que vão desespejar essas perdidas?

A velha maldita que morava ao lado de nosso apartamento.

Não tinha um real motivo para ela nos odiar, mas, da última vez quando trouxemos Dylan para nosso apartamento ela chegou a encaminhar a polícia. Dylan era tão gay quanto eu por Irene e, para ela estávamos fazendo Streep para meu melhor amigo.

Bem que eu faria se ele não fosse tão gay.

— De quem está falando, Maria?— ouvi a voz de seu marido idiota ecoar.

— Das prostitutas que vivem aqui, José.— cochichou, mas, com meu bom ouvido biônico eu escutei claramente.

— Prostitutas?— aproximei-me apenas para encarar a palhaça.— Não lembro de ter sido sua filha, senhora.— cruzei os braços estalando a língua.

— Olha aqui menina, é melhor você me respeitar, eu sou bem mais velha que você!

— Ser casada e mais velha não te faz uma mulher respeitosa, assim como eu que não sou prostituta por ser mais nova e mais atraente que você.— fez uma careta ao ouvir todo meu desaforo, seu marido mal se importava com o que se passava.

— Cuide da sua vida, sua ensolente!

— Isso seria ótimo, se você aprendesse a fazer igualzinho!— sorri amarela e percebi uma silhueta sair do elevador, lá estava nada mais que o mais gay de todos.

— E aí, gatosa!— Dylan aproximou-se rebolando seu quadril como sempre soubera fazer e selou minha bochecha.

— Viu só José? cada dia um diferente.— voltou a cochichar e seu esposo lançou um olhar de desprezo para meu melhor amigo.

Lost 'n Itaewon | Bangtan Boys.Onde histórias criam vida. Descubra agora