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"Eu quero um momento para ser real, quero tocar as coisas que não sinto

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"Eu quero um momento para ser real, quero tocar as coisas que não sinto. Quero segurar e sentir que pertenço."

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OS OLHOS AZUIS de Adhara percorriam pela janela do carro do tio, ela observava a pequena cidade chuvosa com curiosidade. Ela tinha sete anos quando visitou Forks pela ultima vez, agora as coisas pareciam... Diferentes.

Ela não poderia negar que preferia visitar o tio em outras circunstâncias que não fosse pelo o fato dele ser seu único parente vivo com condição e estrutura para ficar com ela após o acidente que matou seu pai.

Após ela ter matado seu pai.

"Não foi sua culpa."

As palavras da enfermeira soava em sua cabeça vinte quatro horas por dia depois do acidente. Ela não entendia, se pelo menos ela soubesse o que havia acontecido, se pelo menos ela estivesse lá saberia que ela era a verdadeira culpada. Era portadora de algo que nem ela mesmo conseguia controlar, que machucava todos ao seu redor.

Foi por um minuto, ela perdeu o controle sem perceber, o que resultou em uma tragedia que a marcaria pelo resto da vida.

Adhara apertou as mãos uma nas outras, sentindo o olhar nada discreto de Charlie sobre elas. Ela sabia que ele estava se perguntando o porquê dela ainda usar as luvas. Charlie como os demais achava que ela usava luvas após o acidente que aconteceu na escola, onde ela caiu e machucou as mãos gravemente nos vidros da janela quebrada sobre o chão.

Não era totalmente uma mentira, ela tinha cicatrizes nas mãos, mas não conseguiu exatamente do jeito que todos pensavam.

Ela lembrava-se como se fosse ontem do dia que as conseguiu.

Era manhã de sábado e ela era atraída até a porta de tela por uma borboleta, grande e negra, parecia quase uma mariposa. O perfume de uma tempestade de primavera atravessa a rede, o que a atrai para o lado de fora para brincar com a nova amiga.

Sua mãe sempre lhe disse que não era seguro ir lá fora no meio de uma tempestade, mas a borboleta pairava, linda, zombeteira, como se prometesse que não haveria problema.

Ela empilhou alguns livros para alcançar a tranca da porta e foi correndo dançar com o inseto no canteiro de flores, com a lama
escorrendo pelos dedos dos pés.

O vestido azul de babados já estava todo ensopado e ela sabia que iria se encrencar por causa disso depois, mas ela não se importou no momento, nem quando a fita soltou de seu cabelos e caiu sobre a lama, deixando as madeixas escuras cair sobre os olhos.

𝗠𝗼𝗿𝗻𝗶𝗻𝗴 𝗦𝘁𝗮𝗿 𖤝᭄ິ 𝗝𝗮𝘀𝗽𝗲𝗿 𝗛𝗮𝗹𝗲 √Onde histórias criam vida. Descubra agora