𝗠𝗼𝗿𝗻𝗶𝗻𝗴 𝗦𝘁𝗮𝗿 𖤝᭄ິ 𝗝𝗮𝘀𝗽𝗲𝗿 𝗛𝗮𝗹𝗲 √

❦02

"Tudo aquilo pelo que eu tenho carinho está morrendo lentamente, ou já se foi."

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"Você vai se lembrar de mim?"

Perguntou a voz cheia de melancolia enquanto encarava as orbes azuis do homem no volante, ele tinha um sorriso amoroso nos lábios. Charlus voltou sua atenção para a filha, observando as suas bochechas vermelhas e os olhos repletos de lagrimas.

Estavam no assunto muito delicado para a garota, já que ela relutantemente estava se escrevendo para as faculdades. Mas só a ideia de ficar longe de seu pai a assustava, a ideia de um lugar desconhecido rodeado de pessoas desconhecidas a assustava.

"Está tudo bem querida, eu nunca vou me esquecer de você."

Adhara resvolegou e abriu os olhos rápido o suficiente para para ver os objetos que estavam suspensos no ar cair em um baque surdo em volto da aura negra. Ela arregalou os olhos ao ver as luvas no chão e as pegou rapidamente, agradecendo baixinho por Charlie ou Bella não ter ouvido.

Deitou novamente, sentindo as lagrimas quentes inundarem olhos quando os flashes dos últimos momentos com seu pai se fez presente em sua mente, quase dilacerando o buraco vazio em seu peito.

Ela passou as mãos sobre a testa tentando afastar as gotículas de suor que desciam livremente até suas têmporas e olhou a hora no celular, ótimo, pelo menos ela não se atrasaria para o primeiro dia de aula. Sem vontade, ela levantou-se e foi até o guarda roupa tirando uma muda de roupa quente o suficiente para mantê-lá longe do frio pelo resto do dia.

Ela desejou mais do que tudo não ter que levantar essa manhã. Não apenas pelo fato de que a cama estava quase implorando para que ela ficasse debaixo das cobertas quentes, mas principalmente por não querer começar a sua nova vida aqui em Forks. Ela não estava a disposição para pessoas, especialmente novas. Uma cidade diferente para ela se acustumar, uma casa diferente, tudo estava diferente.

Ela lembrava-se vagamente dessa casa, onde ela e Bella passavam as férias de verão correndo pela casa e fazendo torta de lama, mas o conforto que um dia ela lhe trazia não parecia mais existir.

Suspirando, ela foi até a janela do sótão observando o clima frio do lado de fora, não havia sol, apenas nuvens grandes e escuras. Pelo menos ali ninguém lhe questionaria pelo uso constante das drogas das luvas.

Chovia quase todos os dias aqui, as gotas geladas te ensompam assim que você dá um passo fora de casa, o vento forte chicoteia seu rosto e deixa seu cabelo pocesso, alem do fato que você iria precisar usar quase três camadas de roupas para se manter aquecido. Durante todo o ano era assim, o sol protegido pelas nuvens cinzentas. A extensão interminável das nuvens de chuva parecia deixar o mundo ainda mais pálido, as árvores pareciam até murchar.