Capítulo 4

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Harry arregalou os olhos, mas não perdeu a compostura. Não deixaria aquele loiro arrogante perceber que tinha o poder de afetá-lo.

Fechou o cenho o mais rápido que pode, tendo a sorte de não ter olhares sobre si naquele momento. O platinado ainda estava distraído, parecia um pouco triste, mas era o tipo de coisa que só se percebia sendo muito observador. Nosso moreno não era tão atento assim.

O menino andou até o pedestal do lado de seu "amigo" e o cumprimentou com um aceno de cabeça que foi prontamente devolvido. Nenhum dos dois parecia ter muita vontade de conversar, mas aquele silêncio estranho que os perseguia pairou na pequena sala e Draco decidiu se pronunciar.

- O que o salvador do mundo bruxo quer com a sonserina, afinal?

- Você sabe muito bem o que eu pretendo, Malfoy – Disse Harry, com certo tom de malícia na voz e extremamente satisfeito ao notar o arrepio de terror que percorreu a nuca do loiro.

Havia uma lenda de que se Potter não fosse o salvador do mundo bruxo, seria a ruína dele. Depois de ser adotado por Bella e Rodolfus, muitos começaram a se conformar com a 2° opção, embora uma parcela da população tenha esperanças dele aproveitar seu posto para sabotar os comensais.

Todos do círculo interno sabiam perfeitamente que o garoto não tinha intenção nenhuma de contrariá-los e por consequência, ele era muito temido entre os ex seguidores do assassino de seus pais. Eles também sabiam que seu antigo mestre não estava completamente morto, mas não se atreviam a procurá-lo, porque agora a lealdade deles estava com Harry.

Por ser filho de um dos membros mais importantes daquela comunidade, Draco tinha informações privilegiadas, que incluíam aquele tipo de coisa, então sempre ficava nervoso quando alguém tocava no assunto. Sua euforia era em parte porque sabia que estudaria com o garoto de olhos verdes apaixonantes. E a outra era porque achava o garoto extremamente atraente, com seus músculos levemente definidos de tanto praticar quadribol e seu corpo precocemente desenvolvido. Uma coisa era certa, o de olhos prata almejava com todo seu ser a amizade do mais baixo, mas por questão de orgulho iria se fazer de difícil, mesmo que doesse.

Não sabia bem como agir na frente daquele que dominava completamente seu sono desde os pesadelos até os mais doces sonhos (Autora: gente, pelo amor de Merlin, NÃO ERAM SONHOS ERÓTICOS -ainda-).

- Mas e você, loiro? Em qual casa acha que vai cair?

- Eu sou um Malfoy, obviamente serei da sonserina – Constatou, desgostoso pelo apelido que recebeu do menino ao seu lado – Só espero que não tenhamos que aguentar aquele mestiço nojento do Hagrid.

- Nesse ponto concordamos. Acho que não conseguiria me rebaixar ao nível de ficar muito tempo na presença dele, o mesmo se aplica a Dumbledore. Por motivos diferentes é claro, aquele velhote é completamente lunático – O moreno afirmou com uma pose superior, dando calafrios na mulher que o media, completamente abismada com o tamanho do preconceito que cabia em mentes tão jovens.

Ela não se atrevia a dizer uma palavra, claro. Sabia que aqueles garotinhos vinham de famílias muito influentes e com um olhar errado perderia perder seu emprego, mas não conseguia não ficar chocada. A mãe biológica de Harry era nascida trouxa, afinal.

Madame Malkin tratou de finalizar a roupa dos meninos o mais rápido possível, não queria aquela energia negativa no seu estabelecimento. Assim que ela entregou os respectivos uniformes, ambos pagaram e saíram, ainda fazendo aqueles comentários nojentos.

- Sabe, acho que começamos com o pé esquerdo. Eu te julguei precipitadamente por você filho de bruxos de luz – Comentou o mais alto ao cruzarem a porta do lugar que antes se encontravam, mergulhando em uma multidão de pessoas.

E se fosse... diferente? - CanceladaOnde histórias criam vida. Descubra agora