Não foi necessário chamar Harry mais de uma vez para que ele estivesse totalmente desperto. Draco o acordou assim que passou a ter consciência o suficiente para tal.
Ambos acordaram cerca de uma hora antes do café, para poderem se arrumar com calma. Cada um tomou um banho demorado e agora o moreno pôde finalmente reparar em seu banheiro com a atenção que ele merecia.
Era um ambiente amplo e claro, com o piso de um mármore branco, acompanhando os azulejos cinzas que se estendiam por toda a parede. A divisória daquele tom grisalho era rasgada por uma bancada negra como a banheira no canto do cômodo. Todas as torneiras, maçanetas ou qualquer detalhe era cuidadosamente trabalhado em prata, assim como a pequena cascata da banheira, que imitava uma cobra com perfeição.
Entre duas pequenas janelas, um elegante espelho foi posicionado. Ele era grande e permitia que o corpo de 1,40 do garotinho fosse visto a partir do peitoral.
Apreciando tudo ali, o de olhos esmeraldinos se permitiu ficar cerca de meia hora mergulhado numa água morna e confortável antes de se levantar e se arrumar para seu primeiro dia de aula.
Quando saiu, seu amigo já estava esperando na porta do quarto, se matando de ansiedade. Antes de acompanhar o loiro, Harry notou que duas das camas ainda estavam ocupadas. Decidindo que aquela seria a boa ação do mês, acordou Blaise e o garoto que conheceu no outro dia, mas ainda não sabia o nome.
Por incrível que pareça, Crabbe e Goyle já estavam acordados. Eles não estavam no dormitório nem no salão comunal da sonserina, então os meninos deduziram que estavam tomando banho, provavelmente empolgados com a perspectiva de que aquele seria um dia inesquecível, ou apenas ansiosos para devorar aquela comida deliciosa.
A dupla que já tinha se arrumado saiu das masmorras, conferindo a senha antes de passar pela parede de pedra e caminhar tranquilamente pelos corredores de Hogwarts em direção ao salão principal, imaginando como seria o café da manhã daquele lugar mágico.
Quando chegaram se dirigiram para a mesa das cobras e colocaram em seus pratos algumas torradas de geleia e manteiga, tomando suco de abóbora e jogando conversa fora por algum tempo.
Ainda era cedo, então muitos estudantes nem pensavam em levantar-se. Com isso, o salão estava extremamente vazio, prevenindo os garotos de serem incomodados por olhares indiscretos e perguntas inconvenientes. Eles tinham aquilo planejado, porque sabiam que seria muito irritante ter que lidar com todo aquele alvoroço numa segunda de manhã (sim é segunda mesmo, eu chequei).
Quando o lugar começou a encher os meninos tentaram sair discretamente, sem êxito, mas eles se esforçaram. Saíram correndo depois de passar pelas grandes portas e voltaram às pressas para as masmorras, embora a aula de Snape só começasse dali a vinte minutos.
Ainda estavam ofegantes quando passaram pela abertura, indo direto para as primeiras cadeiras na intenção de se recuperarem enquanto esperam a aula começar.
Harry estava particularmente ansioso para aquele momento, porque poções era sua matéria favorita. Ele já havia conhecido seu professor durante um dos jantares que seus pais davam. Sabia que se tratava de um homem muto frio, embora muito inteligente e o admirava, mesmo nunca tendo tido uma conversa direta com ele.
Passado algum tempo a maioria dos estudantes que tinham aquela aula já estavam presentes, só esperando que o mestre em poções aparecesse. Não demorou muito para que um sujeito de nariz adunco, semioculto pelos cabelos negros e oleosos passasse com sua capa esvoaçante pelo meio do corredor de alunos, chegando à frente do espaço e lançando um olhar fulminante sobre toda a classe.
- Parece que temos uma celebridade por aqui, não? – Disse com certa amargura, e o moreno mais novo percebeu que era um tipo de provocação, decidindo de imediato que não iria responder.
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E se fosse... diferente? - Cancelada
FanficAposto que você já parou pra pensar como seria Harry tivesse devolvido o aperto de mão. Mas e se ele fizesse isso porque concordava com Draco, não porque quisesse mudar o ponto de vista do loiro? E se o-menino-que-sobreviveu fosse criado por ninguém...