Capítulo 7

458 46 0
                                    

Pânico. No momento em que se ouviu o baque surdo do prof. Quirrel em direção ao chão, o pânico se instaurou como uma praga naquele salão.

Tudo que se ouvia no cômodo de pedra eram gritos, gritos extremamente altos e desesperados vindos de todas as mesas, exceto a dos professores, onde cada um dos adultos se encontrava atônito, olhando para os lados como se o monstro fosse aparecer a qualquer segundo.

- SILENCIO! – Com apenas essa palavra, os estudantes obrigaram-se a se calar e viraram os pescoços quase que imediatamente para o fundo do ambiente, procurando o rosto que os gritara. Percebendo que era um bom momento, Dumbledore prosseguiu:

- Monitores, por favor conduzam os alunos de suas casas para suas respectivas comunais. Os professores tomarão controle da situação – O burburinho tomou conta do salão novamente naquela noite, enquanto um certo moreno na mesa das cobras pensava em quanto o velho era burro em mandar os alunos da sonserina direto para o covil do trasgo, ou melhor, em colocar um TRASGO NUMA ESCOLA. A cabra só pode estar ficando louca!

Um tal de Pucey, que devia ser o monitor, seguiu com eles e o resto dos estudantes para as masmorras. O de olhos verdes se divertia com os resmungos de seu amigo sobre colocarem um desmiolado pra dirigir a escola ou coisa assim. O que realmente fez o cabelo rebelde se arrepiar mais, foi quando o loiro mencionou que até Crabbe faria um trabalho melhor. Ele percebeu em meio às gargalhadas de seus colegas que Vicent não estava presente.

- Argh! O idiota deve ter fugido pra se entupir com os malditos doces! – Murmurou com raiva, mas alto o suficiente para que seu companheiro ouvisse.

- Vamos! – E puxou o outro, ainda surpreso pela idiotice descomunal do colega de casa.

Depois de uns quinze minutos bufando em direção ao banheiro semi abandonado alguns andares acima, ouviram um estrondo ensurdecedor, acompanhado de um pé macilento e assustadoramente grande. "Ótimo! Era exatamente disso que eu precisava!" pensou com raiva.

- T-testa rach-chada – Gaguejou Draco.

- Que é, Malfoy? – Replicou num sussurro mortal.

- A ge-gente tem m-mesmo que cham-mar o Crabbe? – A única resposta que obteve foi um olhar capaz de congelar até o inferno. Assentiu rapidamente, antes que irritasse demais seu amigo.

Harry apertou a ponte do nariz, amaldiçoando mentalmente o diretor pela milésima vez na última meia hora. Ainda pensando no que fazer, não notou que a criatura entrara justo no lugar do qual pretendiam arrancar Vicent.

Recebendo um puxão na manga das vestes, se virou para encarar o loiro. Mas antes que pudesse questionar a repentina ação, escutaram um grito aterrorizado vindo do banheiro e antes de correr até lá, o cicatriz olhou para o teto e rosnou um "Tá de sacanagem?!".

A porta foi escancarada, e só naquele instante, os olhos cor de Avada se tocaram de que foram arrastados para aquela situação sem tem ideia do que fazer. Sabendo que teria que lidar com isso depois, o moreno se concentrou pra tentar achar alguma solução.

Recordou que estavam lidando com um verdadeiro asno (o trasgo, não Crabbe, embora haja pouca diferença), então ele não saberia diferenciar um boneco de madeira de um ser humano real. Pensando nisso, conjurou um manequim de treinamento e fez com que a atenção do monstro fosse direcionada para tal.

Quando a criatura estava de costas e entretida com o manequim, Vicent correu desesperadamente até a porta e continuou seu andar desengonçado pelo corredor.

Quase explodindo de raiva, Harry levitou o bastão e bateu com este na cabeça careca e esverdeada daquele que estava "lutando" com o boneco. Se virou em direção a saída daquele cômodo completamente destruído com um pequeno sorriso vitorioso estampado nos lábios rosados, sorriso este que morreu quando passos se fizeram ouvir. É lógico que os professores procurariam por ali, disse uma vozinha amarga na sua cabeça.

E se fosse... diferente? - CanceladaOnde histórias criam vida. Descubra agora