Capítulo 9

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Já no início de dezembro, quando todos estavam se preparando para as festividades, enviando cartas aos familiares e escolhendo presentes, centenas de corujas entraram agitadamente no salão principal. Carregando jornais, recortes deles e cartas, as massas marrom-cinzentas aterrissaram nas mesas.

Curiosos pela quantidade anormal de correio, os estudantes se viram abrindo a correspondência afobadamente e ofegando surpresos ao ler a manchete principal, que ocupava metade da primeira página; "COMENSAIS DA MORTE ATACAM BECO DIAGONAL!".

O silêncio reinou como nunca. Depois de minutos, o burburinho voltou, dessa vez mais forte do que já visto na história de Hogwarts. Os professores encontravam-se pálidos e a comida havia sido abandonada por todos.

- Essas férias vão ser interessantes – Comentou despreocupada e divertidamente uma voz sedosa à mesa da sonserina.

- Houve um ataque do qual nossos pais provavelmente estão envolvidos e é só isso que você consegue dizer?! Que vai ser interessante?! – Perguntou um escandalizado Nott.

Depois de tudo que aconteceu no corredor do terceiro andar, Blaise não parou de perguntar o que houve. Como estava perto da verdade Harry cedeu. Todos os outros ou estavam com medo de mais para contestar ou simplesmente não ligavam, porque com certeza ninguém além dos primeiranistas acreditou completamente nessa versão. As três casas restantes, ingênuas como eram, aceitaram o moreno como seu salvador.

Isso basicamente explica a razão de Theodore estar tão abismado com a tranquilidade do garoto de olhos esmeraldinos.

Draco trocou olhares com Pansy e Zabine, cutucando seu amigo logo após. Entendendo o recado, replicou:

Você vai entender. Te explico hoje a noite, no banheiro feminino do segundo andar – A cara de confusão que o menino à sua frente estampava era impagável

- Mas porque no banheiro feminino? Nós não somos garotas – Com uma risada curta, Harry apenas disse "Ele está abandonado por causa da murta que geme" – Ahhh sim, faz sentido.

×××

Mais tarde naquele dia, o loiro andava de um lado para o outro na sala do dormitório. Ele estava preocupado com seu amigo. Ele já tinha saído há mais de quarenta minutos, e ainda por cima não tinha deixado Draco ir com ele.
A raiva ferveu dentro do garoto. Porque ele precisava tanto ficar sozinho com Nott?! Era tão crucial assim pra ele abandonar seu melhor amigo com um bando de idiotas, mesmo depois de tudo?

Se perdendo em meio á seus pensamentos, acabou voltando para a lembrança do beijo. Era algo comum entre amigos certo? Mas então porque não tinha visto isso acontecer com mais ninguém? As únicas vezes que aconteceu foi com casais- Não. Eles eram dois garotos, não podiam namorar. Certo? (N/A: nossa gente, eu morro de ódio de escrever isso)
Sua linha foi cortada pela porta se abrindo.

- Finalmente – Disse, os olhos do outro girando nas órbitas e um sorrisinho no rosto.

- Theo tinha muitas perguntas – A carranca do mais baixo (N/A: nessa versão o Draco é mais baixo SIM) aumentou; de onde essa intimidade tinha surgido a ponto de chama-lo por um apelido? Estaria Nott roubando seu melhor amigo? – Que foi loiro? Parece chateado – Andou até ele e pegou delicadamente em seu queixo.

Desviando-se da mão de Harry, murmurou constrangido pela proximidade "Ele está te roubando de mim".

Com uma risada curta, o moreno suavemente virou o rosto de Draco para si e disse:

- Ninguém pode me roubar de você. Eu sou completamente seu, assim como você é meu, compreende?

- Promete?

- Prometo – E assim, com os corações quentinhos eles foram se deitar, a aura de ansiedade para as férias voltando calmamente.

×××

Dia 20, todos os alunos que voltariam para casa estavam de aguarde na plataforma de Hogsmed. A tensão no ar era quase palpável graças ao anúncio feito alguns dias atrás. Nada de muito terrível tinha acontecido desde aquele dia, onde um grupo de comensais apareceu no beco diagonal e quebraram algumas vitrines.

E se fosse... diferente? - CanceladaOnde histórias criam vida. Descubra agora