Belo romance

Parte 3 Um objeto familiar

O som da sirene invadia as ruas, o tom de desespero das pessoas mostravam horror, Luan parecia assustado e chateado.

- Me desculpe,  eu...Eu não sei o que deu em mim - Luan juntava as sobrancelhas enquanto falava.

- Ta tudo bem.

- Não! Não me fale que está tudo bem! Você pode ter se ferido, eu fui um  irresponsável, eu poderia ter atropelado alguém e você poderia estar apagada agora!

- Mas nada disso aconteceu...Bem eu me machuquei um pouco mas de resto nada aconteceu.

- Mas poderia...eu...-Segurei seu rosto enquanto ouvia a sirene da ambulância cada vez mais perto.

- Fique calmo - sussurrei.

Ele me olhava enquanto pensava, tentava controlar sua respiração e se acalmava aos poucos.

- Me perdoe - Ele surrurra, com os olhos implorando por misericórdia.

- Esta tudo bem - respondi novamente agora com a sirene da ambulância logo atrás de nos.

- Dêem licença!-Os enfermeiros gritavam até chegar ao carro, eles nos retiraram com cuidado enquanto o povo se juntava para ver como estávamos.

Por sorte não nos ferimos muito mas mesmo assim fomos levados na ambulância para o hospital para uma vistoria e verificar se esta tudo bem.

Eu e Luan ficamos em quartos separados, fizemos raios X e o médico examinou ferimentos e tudo,  mas felizmente eu só tive um galo atrás da cabeça na hora da batida e algumas batidas.

  Uma coisa que está mexendo muito comigo é o fato de Luan ter ficado tão esquisito quando viu meu colar, será que isso lembrará algo?

- Filha!Querida você está bem?-Minha mãe estava desesperada quando entrou no quarto, ela segurou minhas mãos e me analisava.

- Estou mãe,  só estou em observação para ver se não vou ter nenhuma reação de nervoso e essas coisas por causa do acidente.

- Como Luan foi bater o carro?

-Eu também não sei mãe - suspirei- Ele ficou mega esquisito quando viu meu colar e não prestou atenção na rua e quase que batemos de frente com um caminhão, então saltei em cima do volante e giramos o carro.

- Por sorte não aconteceu nada a mais que isso - Ela passou a mão em meus cabelos.

- É...Mãe?

-Diga.

- Você acha que o colar fez ele se lembrar algo?

- Nunca se sabe...-Ela fez uma pausa pensativa - Será que...?

-Será que o que?

-Será que ele é o Luan?

-...Eu...eu acho que não, ele deve estar longe agora.

Será? Não deve ser ele, eu teria reconhecido ele logo que o vi, ou o tempo fez grandes mudanças nele.

Por mais que ele possa estar longe agora não me foge à idéia de que ele poderia ser realmente o Luan que foi embora a tanto tempo...

Quando vi aquele colar me veio uma lembrança forte da minha pequena,  mas,  não pode ser ela, existe tanto desse colar por aí que pode ser uma mera conhecidencia.

Eu tive alguns arranhões e algumas marcas roxas,  mas felizmente foi só isso.

Todos de casa vieram me ver e pareciam preocupados, não contei nada do colar para não me deixar iludir achando que era ela realmente e no fim descobrir que é outra pessoa.

Nosso primeiro beijo foi logo no dia em que mudei e agora estou com um arrependimento grande de não ter feito nada antes,  eu sentia que ela também gostava de mim mas não fizemos nada,  agora estou aqui, achando que uma mulher que acabei de conhecer seja ela.

  Aonde minha pequena está?

Ah! Eu daria qualquer coisa para encontra-la novamente,  qualquer coisa.

Depois de um certo tempo o médico enfim nos liberou e alertou que qualquer coisa diferente que sentíssemos que deveríamos voltar.

- Posso te acompanhar até em casa?-Luan pediu timidamente.

- Claro, pode sim - Ele sorri.

- Então...e o trabalho?

- Acho que está tarde para irmos para lá,  amanhã iremos.

- Certo, e você mora com quem?-Luan parecia querer que a conversa não terminasse tão cedo.

- Com minha mãe, e você?-O fitei assim que paramos de andar para esperar o sinal fechar.

- Meus pais e minha irmã,  você poderia ir lá em casa qualquer dia.

- Claro, seria bom - As semelhanças dele com o Luan eram assustadoras.

Durante todo o caminho eu descobria mais coisas sobre ele e mais a idéia me perturbava e mais eu começava a imaginar que era ele mesmo.

Eu não acho que seja mas, e se for?...