You?

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Além de ter sido sequestrada e não fazer ideia do que deveríamos fazer pra sair dali, ainda tinha que atuar Nash batendo boca comigo 24 horas por dia. Era só eu falar alguma coisa que ele rebatia com patadas, incrível.
Ao menos ele já estava sóbrio, porque bêbado então, aí sim que a criatura era insuportável. Depois de um dia inteiro no tédio, acabo percebendo que nossas correntes alcançavam o banheiro, mas não a porta de saída, acho que já era meio óbvio.
Percebo a luz da janela do banheiro ir diminuindo aos pouquinhos. Ótimo, já eram umas 7 horas da noite e nenhum sinal de quem tinha nos sequestrado.
Depois de tanto discutir, Nash se cansou e foi dormir e eu acabei fazendo o mesmo.
No meio da noite, acordo com Nash gritando muito alto " Solta ela!", repetidas e repetidas vezes. Consigo fazê-lo acordar do tal sonho e o acalmo. Me sento e me apoio na guarda na cama.
-Shhhh, foi só um pesadelo- falo depois que Nash apoia a cabeça em meu colo e fico mexendo em seus cabelos.
Percebo que ele está suando e fica mexendo freneticamente as mãos, não conseguindo se acalmar.
-Eles...eles...eles iam te matar- Nash fala em meio a soluços.
-Ta tudo bem, eu to aqui. Foi só um sonho.
Quando ele se acalma, acabamos que dormimos desse mesmo jeito, sem nos importarmos com a hipótese de isso acontecer, afinal, nem sabíamos com quem estávamos lidando. Preferi deixar aquilo de lado, era só um sonho. Não era?

Acordamos no outro dia com um prato ao lado da nossa cama. Com duas bananas, dois sanduíches e dois copos de achocolatado. Minha nossa, eu estava realmente faminta.
Como realmente não tínhamos nada pra fazer, acabamos dormindo novamente. Depois de um tempo, alguém bate na porta e entra com uma arma na mão e um telefone barato.
-Ora, ora... o que temos aqui?
Congelei na hora, eu conhecia aquele homem. Era o mesmo médico que revelou que eu e Megan éramos irmãs. Por baixo do cobertor que nos cobria, pego a mão de Nash e a aperto com força. Olho pra ele por um instante e vejo que ele parecia calmo, mas ao mesmo tempo com um olhar frio.
Em troca, ao invés de ele aperta novamente minha mão, ele cruza nossos dedos e começa a fazer movimentos circulares com o dedão, como se me dissesse pra manter a calma.
O médico permanecia na porta, até se aproxima da cama e retira uma chave do seu bolso e coloca na fechadura de nossas correntes, retirando-as. O homem disca um numero em seu telefone e começa a falar que eu e Nash estávamos aqui e queria recompensa para nos soltar. A pessoa não acredita muito, então ele se aproxima de Nash e coloca o celular no ouvido dele e a arma apontada em sua cabeça.
Em nenhum momento Nash para de mexer com minha mão, mas quando vejo a arma em sua cabeça não me tranquiliza nenhum pouco. Nash fala que era verdade que estávamos aqui e a mando do homem, fala que não era para chamar a policia.
A pessoa da linha desliga o telefone na cara desse tal medico, que fica irritado e sai do quarto.
-Nash? Quem era no telefone?
-Ninguém.
Solto sua mão e cruzo meus braços, revirando os olhos.
-Quem era no telefone? Me fala!
-Já disse que não era ninguém- ele responde e se deita de lado, virando as costas pra mim.
-Por que você não quer me contar?- me aproximo e coloco minha mão no seu ombro, afim de olhar pra ele.
Ele se vira pra mim, escara o teto e respira fundo. Conheço essa expressão, ele estava decidindo se iria me contar ou não.
-Sua mãe.
Fiquei simplesmente parada, apoiada sobre meu cotovelo e ainda por cima com a boca aberta. Minha mãe? Ela e meu pai iriam lidar com esse médico de quinta categoria? E quanto estavam pedindo resgate? E os pais de Nash, como estavam reagindo? E se eles não tivessem dinheiro suficiente pra nos tirar daqui?
-Para de me olhar com essa cara de paisagem.
-Grosso.
Me levanto e vou tomar banho, não porque estava com o cabelo parecendo um ninho de passarinho, mas sim porque eu estava cansada de passar noite e dia naquela maldita cama.

MALU POV's ON

Já fazia mais de 24 horas que a Fer e o Nash tinham sumido e adivinhem o que eu estava fazendo? Isso aí, assistindo filme com o Cameron.
Não que eu não me importasse com eles, deixei inúmeras mensagens e liguei várias vezes, porém todas elas foram sem resposta.
Cameron, que nem bola estava dando pros amigos desaparecidos, só prestava atenção no filme. Nem pra olhar pra pipoca na hora de comer ele olhava, simplesmente deixava metade cair no chão e a outra no sofá.
Depois que a pipoca acaba, ele deita no meu colo mas continua sem desviar o olhar da tv.
-Cameron? Você nem ta preocupado com eles? Sabe-se lá o que pode ter acontecido naquela festa, Los Angeles é enorme!
-Relaxa! Eles devem ta fazendo alguma coisa por ai.
-Eles terminaram. Fer não iria sair pra fazer "alguma coisa por ai". Além disso, nenhum deles atende o telefone- nesse momento meu telefone começa a tocar em cima da mesa de centro e me levanto pra atender.
-Viu sua paranóica? Tá tudo bem com eles.
Reviro os olhos e vejo que o numero era privado, atendo do mesmo modo.
-Maria luiza?- reconheço a voz da mãe da Fer.
-Sim?
-Escuta, eu não sei se não estão rastreando essa ligação ou se estão vigiando nossa casa. Sua mãe disse que você está na casa do Cameron, traga ele junto aqui em casa que é urgente. Desculpa, mas não posso falar mais.
-É sobre a Fer?- pergunto com esperanças de que tenham achado ela.
-Sim, e sobre o Nash também. Não demore.
-Pode deixar, estamos a caminho.
Desligo o celular e vou pegar minhas coisas. Aviso Cameron e ele vai pegar as chaves do carro, agora sim a pessoa parece preocupada.
Chegamos na casa da Fer e tudo estava um choradeira. Até que nos sentamos no sofá para a situação ser esclarecida.
(...)
-Como assim sequestrados?- Cam se levanta, mas logo o puxo pelo braço para que ele se sente novamente do meu lado.
-Não podemos chamar a polícia?- Logan pergunta sentado na mesa de jantar.
-Os sequestradores não iriam permitir isso- o pai da fer fala, se sentando ao lado do filho.
-Acho melhor nós irmos embora, Cam- aproveito e dou um abraço na mãe da Fer- Vamos achar uma solução.
Pegamos o elevador pro meu apartamento e levo Cam junto pro meu quarto.
-Eu não tinha razão? Te falei que eu tinha um pressentimento ruim.
-Então- Cam fala se atirando na minha cama - o que vamos fazer?
-Não sei, sinceramente não sei. Não podemos procurar eles porque não sabemos por onde começar, não podemos chamar a polícia, não podemos fazer nada! - falo frustrada e me atiro na cama ao seu lado.
-Nós vamos dar um jeito - ele fala se aproximando e me dando um selinho- sempre damos um jeito.
Dou um abraço forte e escondo minha cara em seu pescoço, espero que ele esteja certo.

The Weight (Magcon Boys)Onde histórias criam vida. Descubra agora