Uma semana após o ataque ao campus, Sakura já havia voltado a patrulhar o Queens durante a noite com suas irmãs. Não podendo sair por estar ferida, aproveitou esse tempo para treinar. Nada de tão alarmante havia acontecido nesta última semana, além de crimes cometidos por gangues que foram impedidos por Vênus, Diane e Mikaela. Porém, algo, naquela noite, estava deixando Vênus inquieta, de uma maneira que Sakura nunca havia visto antes.
-Vênus, o que você tem? Não é normal você estar desse jeito, toda preocupada… - perguntou ela.
-Não é nada Sakura. Só estou achando que tudo está tranquilo hoje. Tranquilo até demais.
Sakura acena com a cabeça, concordando com a irmã. Na última semana, suas irmãs haviam impedido cerca de 3 crimes por noite cometidos por gangues, além de pequenos furtos.
-Sim, faz três horas que estamos de patrulha, mas nem sinal de bandido algum. - completou Diane, pois também estava achando a situação estranha.
-Pensem pelo lado bom, sem crimes, a população continua tranquila, e também, temos menos trabalho a fazer. - comentou Mikaela, alegre por não ter que lutar contra ninguém - Ontem tivemos que lutar quase a noite inteira. Acho que isso deixou os bandidos espertos.
Nesse instante, uma granada de baixa potência explode entre as quatro irmãs, fazendo com que elas caíssem. Ao perceberem que era um ataque inimigo, automaticamente, elas empunham suas armas. Sakura, pensando em manter uma luta distante, pega seu arco e deixa duas flechas prontas para atirar.
-Parece que as meninas resolveram sair para brincar novamente. Da última vez, só pude brincar com uma, e não foi legal ser interrompido. - disse Garra de Tigre, saindo de trás de uma árvore.
-Que eu me lembre, da última vez você ficou nocauteado em um beco sem saída. - respondeu Sakura.
Mas havia algo de errado ali. Garra de Tigre estava sozinho, sem nenhum outro mutante ou até mesmo um ninja com ele. Rapidamente, Vênus começou a suspeitar da situação.
-O que você quer conosco? - perguntou ela.
-Você acha mesmo que pode derrotar nós quatro sozinho? - disse Sakura, pronta para atirar nele.
-Sim, eu acho. – respondeu ele - Mas o que eu não acho é que sua mestra possa combater um exército de robôs ninja sozinha.
-O que você quis dizer com isso? - perguntou Diane, com uma sensação de que já sabia da resposta.
-Vocês não acharam estranho muitos crimes na semana passada? Todos foram organizados por nosso mestre, para que pudéssemos descobrir seu esconderijo. – falou Garra, olhando suas presas.
-Isso é um blefe! - disparou Sakura, quase soltando uma da flechas, que estava mirada para atingir o peito de Garra de Tigre.
-Bom, se você acha… Só não venha se lamentar depois pela morte dela.
Vênus percebe que Garra de Tigre não estava blefando, e ordenou retirada para o esconderijo. Rapidamente, as quatro desapareceram, deixando o inimigo para trás, na esperança de que fosse apenas uma provocação para despistá-las.
-O plano deu certo. Elas estão voltando pro esconderijo. - disse Garra ao pressionar um comunicador em sua orelha.
-Certo, começaremos a perseguição. Continue com sua parte do plano. Cuidarei dessas tartarugas. - responde Rokuro.
-
Ao chegarem no Kissena Park, adentraram em um bueiro escondido, que se localizava entre um monte de arbustos e uma árvore. Quando chegaram ao túnel sem saída, Vênus acionou a alavanca disfarçada. No mesmo instante, a parede falsa, começa a se deslocar, dando passagem ao covil misterioso das kunoichis.
-Yuukio-sensei, onde você está?! - disparou Sakura, preocupada com sua mestra.
-O que foi Sakura? Qual o problema? - perguntou Yuukio, sem entender o que estava acontecendo.
-Onde estão os ninjabots, okaa-san (trad. mãe)? - disse Mikaela, num tom preocupado.
-Não tem nenhum ninjabot aqui. O que está acontecendo? - Yuukio perguntou outra vez.
Nesse momento, Vênus percebeu que algo não fazia sentido.
-Por quê Garra de Tigre mentiria pra nós? - indagou ela, perplexa com a situação.
-Não faz sentido. - completou Diane - Não teria motivo pra ele mentir, a não ser qu--
Uma explosão assola todo o ambiente. Atordoadas, e sem entender o que acabara de acontecer, as quatro irmãs se levantam e empunham suas armas. Emergindo de dentro da poeira, saem vários ninjas seguidos por um homem, com um traje ninja preto com detalhes em vermelho. Sua máscara cobria somente metade do rosto para esconder parte de uma antiga cicatriz. Rapidamente, as meninas o reconheceram.
-Rokuro?! – disse Vênus surpresa, ao ver que seu antigo inimigo do Japão estava diante delas.
-O que você faz aqui? Como encontrou nosso esconderijo?! - disparou Sakura, empunhando suas wakizashi.
-Tolas, tolas, tolas. Eu trabalho pro Destruidor. Apesar de ser difícil lidar com ele, o serviço compensa muito. – disse Rokuro – Além disso, não foi tão difícil seguir vocês depois que saíram correndo para salvar sua mestra.
-Não é possível. Mesmo que conseguissem nos seguir, não teria como achar essa galeria isolada. - disse Diane, perplexa, pois sua fortaleza "impenetrável" acabara de ser descoberta.
-Acontece que eu usaria um leitor de digitais ou escaneador de retina, mas para minha sorte, era preciso somente puxar uma alavanca. Mas como eu gosto de dar boas-vindas aos meus inimigos, achei melhor usar uma bomba para explodir a entrada. - zombou o inimigo.
-Então tudo não passou de um plano para nos enganar. O que vocês--
Vênus parou de falar, pois percebeu que sua mestra estava como refém do Clã do Pé. Sem saber o que fazer, partiu para o ataque, derrubando cinco ninjas, mas parou logo em seguida ao ver que a irmã mais nova, Mikaela, também havia sido capturada.
-Se eu fosse você, não faria mais nenhum movimento. - avisou Rokuro, segurando uma kunai no pescoço de Yuukio - caso contrário, veremos se os gatos realmente tem sete vidas.
-Solte nossa sensei e irmã, seu psicopata!! - gritou Sakura, desesperada, pois sabia que qualquer movimento poderia ser o fim para Yuukio e Mikaela.
-Calma lá tartaruguinha. Você não está numa posição para fazer exigências. - disse o ninja inimigo.
-O que você quer de nós? - Perguntou Vênus, com um olhar sério em seu rosto.
-Quero que vocês me tragam o Splinter, na estátua da liberdade, amanhã à meia noite. Caso contrário, sua bela sensei terá que nadar com pesos extras amarrados à ela.
Nesse instante, o ninjabot que segurava Mikaela, injeta um líquido de cor verde no pescoço dela. Mikaela grita de dor, e desaba segundos depois.
-O que você fez com nossa irmã?! - disparou Sakura, se segurando para não atacar.
-Nada demais. Só injetei nela um soro que pode transformá-los em um ser sobrenatural. Como é a primeira vez que estamos usando, não sei qual será o resultado final, mas garanto que será horrendo. Pelo que eu sei, vocês só tem duas horas até ela se transformar. – disse Rokuro, sem mostrar piedade alguma por Mikaela. - Lembrem-se, vocês tem até a meia noite de amanhã para nos trazer o Splinter, ou nunca mais verão essa gatinha.
Com uma sequência de explosões de bombas de fumaça, Rokuro e os ninjas desaparecem sem deixar vestígios, deixando Mikaela para trás, como um meio de distração. Nesse instante, as três irmãs correm em direção da mais nova, para ajudá-la.
-Mikaela, acorde. Vamos Mikaela - falava Sakura, preocupada com a irmã.
-Diane, prepare a enfermaria, vamos levar a Mikka pra lá. - Disse Vênus.
Diane acena a cabeça positivamente, mas ao chegar no laboratório, percebe que ele foi danificado pela explosão da invasão.
-Vênus, o laboratório já era. Está destruído. O que vamos fazer?! -perguntou Diane, preocupada com a situação.
-Eu sei de alguém que pode ajudar - disse Sakura, olhando para as irmãs.
-
Na esquina da pizzaria, Raphael espera pacientemente a entrega das pizzas, pois era aniversário de seu mestre, e ele e os irmãos queriam fazer uma surpresa. Ele estava distraído, olhando pro nada, quando percebe uma presença se aproximando atrás dele. Imediatamente, com seus reflexos lapidados durante anos, saca um dos sais e empunha na garganta do desconhecido.
-Sakura?! O que você está fazendo aqui?! - perguntou surpreso.
-Por favor, nos ajude. O Clã do Pé nos atacou e levou nossa sensei, e ainda feriram minha irmã. - contou ela.
-Então é verdade. Há mais tartarugas... - disse Vênus, saindo das sombras, carregando Mikaela em suas costas. Diane estava ao seu lado, segurando um bolsão de soro improvisado, que estava acoplado a um dos braços de Mikaela.
- Quem são elas? - perguntou Raphael, com um olhar confuso.
-São minhas irmãs. Por favor Raphael, nos ajude. - suplicou ela.
-Certo. Me sigam. - disse ele, apontando para o bueiro no chão.
-
Ao chegarem no esconderijo, Raphael pediu calma as três irmãs, pois poderia haver um pouco de balbúrdia com o encontro.
-Sensei, estou de volta. Donnie, prepare a sala de repouso. Temos um ferido em estado crítico. - pediu Raphael ao seu irmão.
-Raphael, pode me explicar o que está acontecendo? - Splinter, com um olhar sereno, perguntou ao seu filho - Donatello está ocupado ajudando Michelangelo no treinamento da April.
April O'Neal, uma antiga amiga dos quatro irmãos, havia se tornado uma kunoichi aprendiz de Splinter à alguns anos. Ela havia sido convidada para a festa surpresa de Splinter, que mal sabiam eles que não iria mais ocorrer.
-Oi Rapha. Demorou por quê? - perguntou April, com um sorriso no rosto.
-Sensei, não tenho tempo pra explicar agora, mas prometo que irei. Podem entrar meninas. – assim que Raphael terminou de falar, todos olharam para a entrada do covil e ficaram de olhos arregalados quando viram as meninas.
-Wow! Mais tartarugas mutantes! E são garotas! - Michelangelo falou, não escondendo o tom de surpresa e animação em sua voz.
-Como é possível!? - Donnie perguntou, sem entender o que estava acontecendo.
-Agora não é hora Donnie. Prepare a sala de repouso! - Raphael falou. Donnie assentiu e foi para o laboratório. Quando ele voltou, Sakura tirou Mikaela das costas de Vênus e, junto com Diane, a levou ela pro laboratório.
-O que aconteceu com ela? - perguntou Donatello à Sakura, que estava do lado da irmã mais nova.
-Um dos robô ninja do Clã do Pé injetou um soro nela. Rokuro disse que era um soro de mutação, mas que não sabia como funcionava…
-Footninja. - Disse Michelangelo, olhando para Sakura.
-O quê? - perguntou ela, sem entender.
-Nós os chamamos de Footninja. É mais legal por que combina com o Clã do Pé, não acha? – respondeu ele.
-Hmmm... - exclamou Donatello, pensando em algo - Acho que sei o que pode ser.
Donatello foi até o laboratório, e pegou uma seringa. Assim que tirou uma amostra de sangue de Mikaela, começou a analisar. Nesse instante ele fez uma expressão de surpresa.
-Como pensei. Eles injetaram mutagênico nela, mas é uma fórmula diferente. Não sei se posso descobrir um antídoto. Terei que fazer vários testes.
-Mas não temos muito tempo. – disse Diane – ele disse que isso faria efeito em duas horas, e já se passaram quarenta minutos.
-Mutagênico? Meu pai pode ajudar. Ele vem estudando o mutagênico a anos. - disse April, que estava num canto do salão - aliás, meu nome é April O'Neal. Muito prazer.
-
Com a chegada do doutor Kirby O'Neal, a primeira coisa que ele fez foi tirar uma grande amostra de sangue, para que pudessem ser feitos vários testes. Mas antes, ele pediu à Donatello a primeira amostra que ele havia tirado.
-Entendi. Eles conseguiram um meio de reverter o processo do mutagênico… - disse o Dr. Kirby.
-Como assim, pai? - perguntou April, sem entender nada.
-Ao que parece, essa fórmula regride a mutação ao invés de evolui-la. Ou seja, transforma de volta ao dna animal original. - explicou o cientista.
-O senhor quer dizer que nossa irmã vai virar uma tartaruga de verdade?! - perguntou Diane, horrorizada ao ouvir aquilo. Vênus e Sakura tiveram a mesma reação.
-Sim, mas felizmente, esse soro não está finalizado. - completou ele.
-E o que isso tem de bom?! - perguntou Sakura, irritada com a suposta animação do pai de April.
-Isso quer dizer, mocinha, que pelo fato de não estar finalizado, sua irmã ainda tem uma chance. Caso essa fórmula fosse definitiva, ela viraria uma tartaruga em trinta minutos. Essa fórmula, pode demorar horas para atingir um ápice, que podem gerar efeitos colaterais por não estar finalizada - disso o Dr. Kirby, esperançoso com essa descoberta - Donatello, precisarei usar o seu laboratório e também da sua ajuda, se não se importar.
-Claro doutor. - respondeu ele.
Diane, ao perceber o que estaria para acontecer, seguiu os dois, no caso de precisarem de um auxílio extra, e também para poder ver um cientista de verdade trabalhar.
-O que é esse mutagênico? - perguntou Vênus.
-É um soro alienígena que pode lhe transformar em qualquer tipo de mutante. - disse Leonardo.
-O garra de Tigre é um exemplo. Antes de ser aquela bola de pelos ambulante, era um caçador de recompensas e assassino, que inventou de querer caçar o Donnie. - completou Raphael.
-Então quer dizer que antes vocês eram…humanos normais? Assim com nós? - perguntou Sakura, com um olhar duvidoso.
-Como assim “nós”? Vocês eram humanas?! – perguntou Michelangelo, com cara de quem não estava entendendo mais nada.
-Não. Eles eram simples tartarugas. Eu tinha adotado eles pouco tempo depois de ter chego em Nova York. - Splinter começou a explicar – Quando eu morava no Japão, no terreno de minha casa havia uma fonte com vários animais, inclusive tartarugas. Eu os adotei, porque achava que assim conseguiria manter as boas lembranças que eu tinha do meu antigo lar.
-E como vocês acabaram... assim? - perguntou Vênus.
-No dia em que adotei eles, percebi uma movimentação estranha em um beco. Ao me aproximar, percebi que eram capangas do Destruidor. Eles estavam carregando algo estranho num caminhão. Comecei a lutar com eles para impedir o que fosse que ele estivesse fazendo aqui, mas acontece que no meio dessa luta, um deles atirou o mutagênico em mim, na tentativa de me despistar. Logo depois, eles foram embora com o carregamento e eu fiquei todo sujo daquela gosma. Quando fui pegar eles, um rato acabou passando por cima do meu sapato. Mas não funcionou, pois nesse instante, passou outro que acabou me mordendo. Foi assim que me transformei. Porém, acabou respingando bastante nas tartaruguinhas. Com o tempo, elas começaram a se transformar e criar consciência humana. Talvez tenha caído alguns fios de cabelo de minha cabeça dentro do recipiente em que eu carregava eles durante o ataque. Então, eles cresceram, eu resolvi treiná-los na arte do Ninjutsu e eles se tornaram os guardiões de Nova York. - contou Splinter às duas irmã que estavam presentes.
-Está pronto. - disse Donatello - O antídoto está pronto. Só precisamos aplicar e esperar ela melhorar. Mas isso pode levar horas.
Donatello seguiu até Mikaela para aplicar a injeção, mas Sakura entrou na frente para impedi-lo.
-O que pensa que está querendo fazer? - disse ela um tom de voz alto.
-Preciso injetar essa injeção nela agora, caso contrário, alguns efeitos podem ser irreversíveis. - disse ele, olhando fixamente para ela.
-Sakura, confie no Donnie. Ele sabe o que está fazendo - disse Raphael, colocando sua mão no ombro de Sakura.
Sakura sai da frente de Donatello relutante. Ele injeta a injeção na jugular, para que o antídoto possa se espalhar mais rapidamente. Nesse momento, Raphael olha para Sakura, e tira sua mão do ombro dela rapidamente, com um leve constrangimento. Sakura percebe e também fica com um pouco de vergonha. Michelangelo, que estava observando a situação, chamou seu irmão de canto, pois queria lhe dizer algo em particular.
-Você já beijou ela? Ou algo do tipo? - perguntou ele, com um olhar malicioso, porém, sem perceber que havia falado um pouco alto demais.
-O quê?! - Perguntou Raphael, sem saber o que falar - De onde você tirou essa ideia? Acha que eu beijaria ela assim do nada?!
Quando Raphael se dá conta, percebe que todos estavam olhando para ele e Michelangelo. Percebendo que a situação estava ficando constrangedora, Vênus muda para um assunto mais sério.
-Splinter, por favor, me dê um minuto da sua atenção. – disse Vênus, se ajoelhando perante o enorme rato mutante.
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TMNT & TMKT | Tartarugas Ninja - Guerra
PertualanganNos últimos quinze anos, Yuukio, uma mestra do ninjutsu e antiga conhecida de Splinter, vem lutando contra a divisão do Clã do Pé localizada no Japão. Ao longo desse tempo, ela conheceu suas jovens pupilas: Vênus, Sakura, Diane e Mikaela. Porém...