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Hero Gibson

  Alguns meses após á morte dos pais de Morgan e sua partida para o hospital eu cheguei á conclusão que precisava de amigos, na verdade minha mãe chegou. Quando ela estava aqui e seus pais estavam bem, só havia nós dois para tudo, eu e Morgan, quando algum amigo meu era convidado para dormir em casa, era á Morgan, quando ela podia levar algum amigo para acampar no verão, era eu, o nosso mundo girava em torno de nossa amizade, e eu acho que era por isso que ela foi á minha primeira paixão, ela me entendia e sempre queria fazer parte das brincadeiras que eu inventava, como dá vez que colocamos um esquilo no vaso sanitário de minha mãe e o resultado não foi muito bom, ficamos uma semana sem se ver em razão ao castigo.

 Mas depois que ela partiu tudo mudou, eu andava sozinho na escola, tinha parado de frequentar todos os lugares que eu ia, e nunca conversava com ninguém em casa, vivia sempre no meu quarto, isso encadeou á raiva de meu pai, ele sempre falava que parecia que ele havia perdido o seu único filho junto com seu amigo, meu pai era amigo de infância do tio Bob, pai de Morgan, os dois estudaram juntos desde o ensino fundamente, ele dizia que considerava o tio Bob como um irmão, e no dia que ele morreu meu pai chorou como uma criança, nunca tinha visto ele chorar daquele jeito. Ele começou á beber e chegar tarde em casa, todo dia ele assistia á reprises de jogos de football antigas, discutia horas e horas com minha mãe e depois chorava na cozinha, eu não gostava de vê-lo assim, mas não conseguia fazer nada, acredito que o acidente afetou há todos nós.

 Incluindo minha mãe, ela também era amiga da Mary e Maureen, mãe e tia de Morgan. Quando á tia Mary morreu ela se afastou de Maureen, ela falava que á amizade não era mais á mesma, e que ela deveria respeitar o luto de Maureen, que naquele ano lutava pela guarda de Morgan. Mas diferente de meu pai, minha mãe sempre se mostrou ser forte, sempre sorrindo e nunca tocando no assunto do acidente, ela ajudou meu pai á se recompor e me deu um ultimato, ou eu iria atras de novos amigos ou ela iria por mim. 

 Isso me fez frequentar varias festas, e uma delas eu conheci o Gabie, ele sempre foi um cara exagerado, pegava varias garotas e se embebedava rápido, rapidamente me tornei igual á ele, não era o tipo de amigo que eu me orgulhava em ter do lado, mas era uma forma de dizer para minha mãe que eu estava bem, tipo:"Ei, eu estou bem. Olha o amigo que eu consegui fazer, agora não vivo mais em casa. Eu consigo me virar", também era uma forma de dizer para mim mesmo.

 Alguns tempos depois eu conheci o Steve e o resto da turma, me envolvi com á Marnie e com algumas meninas pensando que nunca mais pensaria na Morgan, que me apaixonaria por outra pessoa e minha vida seria diferente, isso deu certo por alguns anos mas confesso que faltava algo para minha vida fazer sentido.

 Me arrependo até hoje de não atender á nem uma ligação de Morgan, eu achava que ela não precisava mais de mim, e as ligações era sinal que ela estava bem. E quando ela parou de ligar eu resolvi seguir em frente, tudo aquilo é resultado do que sou hoje.

 Voltando os pensamentos na realidade me encontro apoiado no capô de meu Mustang preto, eu estava no estacionamento como metade dos alunos que estavam se preparando para ir embora, a chuva já havia cessado deixando um imenso céu nublado, fazia bastante frio, então tento aquecer á minha mão com o vapor quente de minha boca. Mesmo sendo eu que dava carona ao Gabie e Steve, hoje eles iriam embora com á Cora, pois eu estava esperando á Morgan sair para leva-la ao Raposa vermelha, estava ansioso para levar ela lá.

— Adivinha quem é !— sinto uma mão gelada apertando os meus olhos, os vários anéis que continha em seus dedos me arranhavam, confesso que sei quem é devido ao perfume forte de bancada de bar.

— Marnie.— falo em desanimo. Rapidamente a garota retira á mão de meu rosto se posicionando em minha frente, ela se aproxima para me dar um beijo mas á afasto rapidamente.

— O que foi ? Não está feliz em me ver ?— sua voz escandalosa e sexy penetra em meus ouvidos.

— Para falar á verdade, não.— respondo secamente.— Você está falando coisas que não deve. Eu não estou namorando você, Marnie. Por que insiste nisso ?

— A gente se conhece, você me entende, eu te entendo. Somos perfeitos juntos.— um pequeno sorriso escapa de seus lábios vermelhos escuros.— E além do mais, estou marcando território, tem algumas piranhas de olho em você. 

— Eu não preciso da sua ajuda, sei me virar muito bem sozinho. Não quero mais você falando para toda á escola que estamos namorando, entendido ?— me aproximo perto dela, fixando o olhar no seus.

— Ham, está bem. Não irei mais falar nada, você venceu, Herozinho.— Ela deposita á mão em meus cabelo, encaracolando os dedos em cada fio. Tento retirar umas duas vezes mas ela insiste em deixar.

 De longe avisto Morgan se aproximando, ela havia se despedido de Harry que permanece parado na porta da escola, acredito que ele irá ficar para treinar, pois hoje é o grande dia, o dia do jogo de football, e ele é á grande estrela da escola. Conforme ela se aproximava seu olhar neutro se encontra com o meu, ela não expressa nem um tipo de reação, apenas seguia até mim. 

— E ai.— pergunto sorridente. Em silêncio ela balança á cabeça em forma de comprimento, contraindo os lábios aos poucos. Marnie nos olha indignada, seu rosto bravo se perde na voz estridente.

— O que é isso ?— ela pergunta.— É por isso que você não quer que eu fale para todos que estamos juntos ? É por essa... quenga.

 Morgan se encolhe envergonhada, fixando o olhar em Marnie que grita em protesto.

— Não.— digo para ela.— É pelo simples fato de não ser verdade, Marnie.

— Aé... para mim foi bem real quando nós transamos daquele bar, lembra, Hero.— engulho em seco, uma voz tremula sai de mim me fazendo travar, olho varias vezes para Morgan que me fixa sem entender nada.— Ahm, e também aquela vez na sua casa, de frente para á janela. Eu aposto que você viu tudo, não viu, Morgan ?

— Para falar á verdade... eu não vi não.— a voz leve e insegura de Morgan me deixa mais ansioso.— E se eu não vi é sinal que foi bem fraquinho.

— Eu... eu...— Marnie tropeça nas palavras.

— Cala a boca, Marnie. Eu nunca namorei você, e nem pretendo namorar.— Faço sinal para Morgan entrar no carro, deixando Marnie do lado de fora falando sozinha. Me arrependo de ter me envolvido com essa doida, por que fui escutar o Gabie ? Tudo que eu quero é ir para o Raposa vermelha e passar á tarde inteira conversando com Morgan.

(1219 palavras)

Com amor, Morgan.Onde histórias criam vida. Descubra agora